Os 16 garotos que representarão o Brasil no 42° Boys Nankyu Baseball World Championship, em julho (Divulgação)
Kenzo Yokoba Gramani tem apenas 10 anos de idade, mas já sabe muito bem a trajetória que pretende seguir na vida. “Meu sonho é jogar na MLB”, diz, referindo-se à Major League Baseball, a milionária liga profissional de beisebol dos Estados Unidos. E as circunstâncias apontam que o garoto está no caminho certo. Jogador da equipe Tozan, de Campinas, Kenzo participou de uma seletiva em abril e conquistou vaga na seleção brasileira que disputará o Mundial da categoria sub-12, em julho, no Japão.
Promovida pela Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS), a seletiva contou com a participação de aproximadamente 90 jogadores de várias partes do Brasil. Desse grupo, 30 seguiram para a avaliação final e, na sequência, foi formado o time de 16 que representará o Brasil no 42° Boys Nankyu Baseball World Championship (Mundial Nanshiki Sub12). A competição acontecerá de 26 a 29 de julho, em Edogawa, região de Tóquio, e terá a participação de 12 seleções: Brasil, Austrália, China, China Taipei, Paraguai, Philippine Tanauan, Philippine Wildcats, Singapura, All Edogawa e outras 3 seleções do Japão.
“O Kenzo não esperava ser convocado”, revela a mãe do garoto, Marina Yokoba, que acompanha o filho em treinos e competições. “Como é seu primeiro ano na categoria, ele tinha como meta ficar entre os 30. E foi por meio dos amigos do Tozan que ficamos sabendo que ele esteve entre os selecionados. Foi uma alegria muito grande”, comenta.
Por enquanto, os treinos do grupo estão acontecendo aos finais de semana nas cidades onde a seleção tem representante. O Tozan recebeu o grupo no primeiro final de semana de maio. Neste último, o treino foi em Londrina. Há jogadores ainda de São Paulo, Atibaia, Indaiatuba, Mogi das Cruzes, Maringá e Presidente Prudente. Kenzo é o único representante de Campinas, embora outros dois garotos do Tozan também tenham participado da seletiva. Depois de circular pelas cidades, a seleção terá um período de preparação mais intenso no CT de Ibiúna, mantido pela CBBS em parceria com a Yakult.
No Mundial, a expectativa dos participantes da seleção é pela presença de olheiros de diversos países e representantes de clubes de ponta, que frequentemente estão em busca de novos talentos. De acordo com Marina, esses profissionais tem o trabalho facilitado em razão de uma plataforma, no qual o histórico de desempenho de cada atleta está registrado desde as primeiras disputas locais. Os dados, diz ela, são levantados pelos anotadores de mesa presentes em competições oficiais a partir da categoria pré-infantil até a adulta.
Kenzo começou a praticar beisebol aos 5 anos de forma despretensiosa. “A convite de amigos, fomos conhecer o Tozan”, conta Marina. “Lá, ele gostou das atividades e passou a frequentar os treinos. Se adaptou rápido e ficou.”
Segundo a mãe, o beisebol é um esporte completo e carrega a disciplina japonesa, baseada na educação e respeito às regras. Ela também destaca o caráter familiar da modalidade, ao salientar o envolvimento dos pais dos jovens atletas. “Os treinos são longos, duram cerca de 4 horas por dia, aos sábados e domingos. E o Kenzo também treina no meio de semana. Depois, tem os torneios em outras cidades. De tudo isso, eu e meu marido participamos juntos, acompanhando treinos, viagens. Isso fortalece o gosto da criança pelo esporte.”
E para Kenzo o beisebol é coisa séria. O garoto também tem atividades com um personal trainer, que é Kleber Ojima, ex atleta do Tozan e um dos melhores arremessadores da história da modalidade no Brasil. A inspiração do garoto, no entanto, vem dos Estados Unidos. “Gosto do (Aaron) Judge, do (New York) Yankees, e do (Shohei) Ohtani, do (Los Angeles) Dodgers”, diz Kenzo, que se destaca pela força na rebatida e também é pitcher, ou arremessador.
Siga o perfil do Correio Popular no Instagram.