Filho de um português fanático pelo Flamengo, Zico não sabia, mas estava fadado a ser o maior nome da história do clube
Filho de um português fanático pelo Flamengo, Zico não sabia, mas estava fadado a ser o maior nome da história do clube (Divulgação)
Filho de um português fanático pelo Flamengo, Zico não sabia, mas estava fadado a ser o maior nome da história do clube. Cobranças de faltas magistrais e passes fantásticos faziam parte da rotina do jogador, que com a camisa 10, desfilava sua habilidade. Dentre suas conquistas, a Libertadores e o Mundial o imortalizaram, fazendo com que seu nome jamais seja esquecido, principalmente pelos torcedores rubro-negros. Desde o nascimento, a história de Zico já estava ligada ao clube carioca. Em sua casa, o pai José Antunes Coimbra dava um jeito de ter tudo relacionado ao time. "Cada filho que nascia ele comprava o uniforme do Flamengo, tudo era sobre o clube. O passarinho tinha que ter alguma coisa de preto e vermelho, o cachorro chamava Mengão, então eu vivi a infância toda voltada ao Flamengo, e poder me tornar ídolo foi um grande presente que eu pude dar ao meu pai", contou. Enquanto pequeno, Zico jogava futebol de salão em uma equipe do Rio de Janeiro chamada River Football Club. Por lá, seu talento despertava os olhares de quem assistia, até que aos 14 anos, o radialista Celso Garcia, amigo da família, acompanhou uma partida do jovem, em que ele marcou dez gols na vitória por 15x3. O grande desempenho fez com que Garcia o levasse para a escolinha do Flamengo e desse início à trajetória que mais tarde se tornaria uma grande idolatria dos flamenguistas. Antes de virar uma lenda, porém, Arthur Antunes Coimbra brilhou nas categorias de base e gerou grande expectativa para o time de cima. Toda a espera logo foi justificada com grandes atuações. Entre elas, um Bahia x Flamengo em que marcou seu primeiro gol como profissional. O duelo aconteceu no dia 11 de agosto de 1971 e o menino de 18 anos, que havia sido chamado para compor o elenco principal não desapontou, marcando aos 49 minutos do segundo tempo o gol de igualdade. "Foi um momento inesquecível eu subir para o profissional e fazer o gol que garantiu o empate em 1 a 1". Libertadores e Mundial Os gols pelo Flamengo vieram aos montes - 509 em 732 partidas - assim como os títulos. Foram sete conquistas do Carioca, quatro do Brasileirão, uma Libertadores e um Mundial. Estes dois últimos são lembrados como os mais importantes da carreira. Na Libertadores, em 1981, o Flamengo chegou às finais para enfrentar o Cobreloa (Chile), em confrontos complicados. No primeiro, realizado no Maracanã, os donos da casa venceram por 2 a 1, com gols do Galinho. No duelo da volta, os chilenos ganharam por 1 a 0, provocando uma terceira partida. Jogada no Uruguai, a final contou novamente com o brilho de Zico, que marcou os dois gols da vitória por 2 a 0 e garantiu a taça. "Tivemos muitas dificuldades durante o torneio, pegamos um adversário complicado na final. Foram jogos duros. A conquista foi a vitória do talento sobre a violência. O título mais emocionante da minha carreira". Com o passaporte carimbado para a disputa do Mundial no Japão, o Flamengo encarou o Liverpool, campeão europeu, e não se intimidou. Com atuação de gala de Zico, que participou de todos os gols, o Rubro-Negro venceu por 3 a 0. "Fui eleito o melhor jogador da partida e até hoje perdura como o grande título na história do clube". Seleção Brasileira Apesar do grande destaque, nem só de Flamengo é feito Zico. Além das passagens com brilho pela Udinese (Itália) e Kashima Antlers (Japão), o meia também obteve sucesso com a camisa da Seleção Brasileira. Ainda jovem brilhou pela seleção pré-olímpica em 1971. "Ser convocado e ajudar o Brasil a se classificar para os Jogos de Munique, marcando o gol da vitória contra a Argentina, por 1 a 0, foi incrível", contou. Já pela Seleção principal foram 66 gols em 89 partidas, durante cerca de 10 anos. Em seu tempo como atleta, se tornou o segundo maior artilheiro do Brasil, atrás apenas de Pelé. A passagem com a amarelinha rendeu momentos marcantes, mas para o Galinho, sua estreia foi um dos principais vividos. "Em 1976 eu fui convocado pela primeira vez. Nós jogamos no Uruguai a Copa Rio Branco e fomos campeões. A partida acabou 2 a 1 para nós, comigo fazendo um gol de falta já no fim", relembrou. Na ocasião, a Seleção Brasileira venceu as duas partidas por 2 a 1, com o meia anotando um tento em cada confronto. No fim, acabou como artilheiro do torneio. Um dos temas mais polêmicos envolvendo Zico e a Seleção é a Copa do Mundo. Mesmo com toda sua classe e tendo feito parte de grandes equipes, como a que disputou a Copa de 1982 e era apontada como grande favorita, ele ficou marcado por não conseguir vencer um mundial pelo País. Foram ainda outras duas tentativas, em 1978 e 1986. Considerado por muitos como "pé frio", ele afirma que não incomoda a falta da taça. "Não trocaria nenhum título que consegui por uma Copa do Mundo. A carreira não pode viver apenas de títulos. Lógico que fiz todo o esforço para que isso acontecesse, mas não foi possível e não vou morrer por causa disso". DICAS -O jovem deve sempre acreditar no seu potencial. - É preciso muito esforço para seguir o sonho de ser jogador. - Ouvir os conselhos do técnico e não tentar passar por cima dos colegas. - Os pais devem apoiar seus filhos e não pressionar.