Elvis e Danilo Barcelos são figuras importantes do setor ofensivo da Macaca (Marcos Ribolli)
Para conseguir seus objetivos na temporada, a Ponte Preta abraçou a tese de que é preciso conquistar os três pontos por intermédio de vitórias “diet”, ou seja, pelo placar mínimo de 1 a 0. Internamente, desde a Diretoria Executiva até a Comissão Técnica, a crença é de que um forte sistema defensivo é suficiente para fazer a festa no vestiário. Desde que assumiu a presidência da Macaca, em janeiro de 2022, o empresário Marco Antonio Eberlin esteve envolvido em 184 partidas, e em 61 oportunidades foi possível comemorar os três pontos, o equivalente a 33,15% do total. Dessa quantia de vitórias, em 22 confrontos a Macaca venceu por 1 a 0, o que representa 36%.
Ao fazer uma retrospectiva, alguns pontos chamam a atenção. Na sua primeira competição, o Paulistão de 2022, Eberlin viu o time ser comandado por Gilson Kleina e depois por Hélio dos Anjos, que conquistaram apenas duas vitórias: contra o Novorizontino (2 a 0) e a Ferroviária (2 a 1). A equipe caiu para a Série A-2 com apenas nove pontos. Uma mudança de postura ocorreu na Série B, em que das 12 vitórias, cinco ocorreram pelo método de sair na frente e depois apostar em uma defesa que sabe “sofrer”. Todas foram no estádio Moisés Lucarelli e contra CRB, CSA, Náutico, Guarani e Sport. A Ponte terminou com 49 pontos e 34 gols anotados.
Na temporada de 2023, a ordem era obter o acesso, e o objetivo foi alcançado com a marca de 39 gols em 21 partidas. Detalhe: o time treinado por Hélio dos Anjos não venceu nenhum oponente pelo placar mínimo. Em contrapartida, a equipe emplacou três vitórias com três gols: na fase inicial contra o Monte Azul (3 a 0), nas quartas contra o Comercial (3 a 0 no Majestoso) e na semifinal diante do XV de Piracicaba (3 a 0 no Barão da Serra Negra).
Na Série B, após a saída de Hélio dos Anjos — que pediu demissão após perder por 3 a 0 para o Vitória, em Salvador — os técnicos subsequentes não abriram mão de êxitos magros. Isso ocorreu em sete oportunidades. Após as 38 rodadas, a Ponte terminou com 42 pontos e nove vitórias.
A temporada de 2024 foi marcada por altos e baixos e sinais de que as cinco vitórias por 1 a 0 seriam insuficientes para salvar o calendário. No Paulistão, apenas um momento foi celebrado com esse placar: a vitória sobre o Corinthians por 1 a 0 na Neo Química Arena. Na Série B, a Macaca venceu por 1 a 0 Novorizontino, Avaí e Botafogo-SP no Majestoso e o CRB no Rei Pelé, em Maceió. Duro foi constatar que os 55 gols sofridos em 38 jogos deixaram o clube em situação delicada. No final, veio o rebaixamento com 38 pontos e na 17ª colocação.
Na atual temporada, sob o comando de Alberto Valentim, a equipe tem 10 vitórias em 20 jogos — cinco delas por 1 a 0. Essa estratégia foi adotada no triunfo sobre o Retrô, pela Série C, e nos jogos fora de casa contra Novorizontino e Água Santa no Paulistão e diante de Ituano e Náutico, na Série C.
O técnico Alberto Valentim comemora o fato de que tudo isso foi viabilizado graças ao senso de coletividade impregnado desde o início dos trabalhos. “Foi um mérito muito grande dos jogadores. É um time que não tem ego, não tem vaidade, tem o compromisso de cada um em se entregar ao máximo para atingir o principal objetivo do ano. Aqui dentro não tem o eu, tem o nós”, disse.
A missão, seja com vitória “diet” ou por goleada, é continuar com boa produção no confronto de segunda-feira, diante do Ypiranga, no Moisés Lucarelli. Dudu retorna após cumprir suspensão pela expulsão contra o Brusque. Léo Oliveira, por sua vez, será desfalque devido ao cartão vermelho recebido diante do Náutico. Neste contexto, abre-se a possibilidade de Lucas Cândido retornar à condição de titular. A Macaca lidera a Série C com 16 pontos em sete partidas.
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