Vera Cruz reage e é campeão

A Liga de Basquete Feminino tem um novo campeão. Dono da melhor campanha de todo o torneio, o Vera Cruz Campinas encontrou um adversário de peso e que proporcionou uma série fantástica na final, mas no jogo 5, com apoio maciço da torcida no Ginásio do Paineiras, as donas da casa foram valentes para virar a partida, e a com a vitória por 66 a 59 (31 a 36 no primeiro tempo), conquistaram o primeiro título do projeto na cidade Melissa Gretter foi outra vez o destaque. Cestinha com 25 pontos, a armadora argentina faturou o troféu de MVP das finais. A experiente Babi, com 15 pontos e 11 rebotes, também teve contribuição decisiva no resultado. O Paineiras respirou basquete neste domingo (3). Com o ginásio completamente lotado, as equipes fizeram um duelo equilibrado e tenso, como foi a tônica de toda a série. No primeiro quarto, preferiram um jogo de mais segurança, arriscando poucas bolas de três. O Sampaio chegou a abrir seis pontos de vantagem, mas sob a batuta de Meli Gretter, as campineiras ficaram à frente (16 a 14). O segundo período teve um início intenso do Vera Cruz, conseguiu aumentar a diferença para sete pontos. As visitantes, porém, logo acordaram e voltaram para a partida. Com a mão afiada e ótimo aproveitamento nos arremessos de quadra e de três (62,5% e 75% respectivamente), o jogo virou e as maranhenses foram para o intervalo vencendo por 36 a 31. Foi nesse mesmo embalo que o Sampaio voltou para o terceiro quarto e provocou o momento mais tenso do jogo, quando o Vera Cruz chegou a ficar 12 pontos atrás no placar. A preocupação era grande, mas Meli Gretter e Babi recolocaram a equipe no confronto e foram determinantes para que a desvantagem ficasse em quatro pontos nos dez minutos finais. O último período foi recheado de tensão. As bolas praticamente não caíam e a vantagem do Sampaio foi variando entre dois e quatro pontos até Ariadna fazer a cesta, receber a falta e converter o arremesso de bonificação. Na sequência, Babi explodiu o ginásio com uma bola de três que virou a partida (58 a 56). As visitantes sentiram o golpe e cometeram erros consecutivos. A 47 segundos do fim, o jogo ainda estava aberto, até Meli Gretter acertar um chute de três, que levou a vantagem a seis pontos. Nas arquibancadas, os gritos de 'é campeão' começaram e bastou o Vera Cruz administrar a diferença e festejar a conquista. Um troféu com sabor especial Antônio Carlos Vendramini é um colecionador de títulos, mas a quarta conquista em cinco edições de Liga de Basquete Feminino teve um valor especial. À frente de um novo projeto, que superou vários desafios, o técnico do Vera Cruz Campinas celebrou o troféu que teve o trabalho como principal virtude. “É início de trabalho, planejamento, a chegada a Campinas, busca por parceiros. Sem os patrocinadores, a gente não conseguiria nada”, disse o comandante da equipe após a partida. “Esse título é fruto do trabalho. Um título desse tamanho não se ganha em um jogo, é ganho ao longo do campeonato. Trabalhamos muito, treinando de feriado, fim de semana. Essa é a coroação, o prêmio delas”. Antônio Carlos Vendramini exaltou também a reação da equipe, que chegou a ficar 12 pontos atrás neste quinto jogo. “A maior virtude da nossa equipe foi a coragem. Saímos de 12 pontos já no segundo tempo. Ficamos expostos porque tivemos que fazer na defesa na quadra toda a equipe foi corajosa. Essa é a marca do título”, analisou o treinador do time campineiro. Veteranas superam desafios fora da quadra Entre as fórmulas do sucesso do Vera Cruz Campinas, está a mescla entre novatas e veteranas. Ontem, seis jogadoras do grupo comemoraram o título da Liga pela primeira vez, enquanto outras vez voltaram a saborear essa conquista. Duas, em especial, aumentaram a coleção pessoal de medalhas. “Cada título tem uma história, um significado. É difícil falar. É só sentir, curtir o momento”, disse a armadora Babi, pentacampeão do torneio. "Passa um filme na cabeça. Chegamos aqui, reformamos quadra, tabela e placar sem saber se teria time. É o primeiro passo de um grande projeto. A sensação é indescritível", destacou a ala Karla, que também garantiu o quinto título. Para as mais jovens, o tamanho do feito também era difícil de explicar. “É uma emoção que eu nunca tinha sentido. O amor que a torcida traz pra gente, a alegria deles. Trabalhamos para ganhar o campeonato mais importante do Brasil. Não tem como descrever”, comentou a pivô Aline Moura, caçula da equipe. “É um misto de sensações. Dever cumprido, superação. Feliz de conseguir esse título tão importante. Que seja o primeiro de muitos”, completou a ala Jeanne. Quem também teve todos os motivos para comemorar foi Meli Gretter. Impecável na final, principalmente nos últimos dois jogos, a armadora argentina se consagrou como a jogadora mais valiosa da decisão. “Significa muito. Foi muito sacrifício, trabalho, tempo longe da família, mas tudo valeu a pena. O grupo é muito bom”.