DÉRBI 204

Vencedor do dérbi do século, o ex-presidente Marcelo Mingone enaltece a história do Guarani

Do Correio Popular
20/08/2022 às 09:13.
Atualizado em 20/08/2022 às 09:13
Ex-presidente Marcelo Mingone (Arquivo pessoal)

Ex-presidente Marcelo Mingone (Arquivo pessoal)

Marcelo Mingone foi presidente do Guarani em 2012, ano ememático para o Bugre por conta da vitória no ‘Dérbi do Século’ e o vice-campeonato Paulista. Aos 63 anos, o ex-dirigente não trabalha mais no futebol, mas sempre acompanha o Alviverde. 

O que significa o Guarani na sua vida e o que representa ter sido dirigente da equipe?

- O Guarani, para mim, significa tudo. Meu pai ajudou a construir o clube e desde aquela época a família inteira é bugrina. Ter sido presidente foi um sonho que eu jamais imaginei realizar. Sem dúvidas algo fantástico, que ganhou um respeito por termos sido vice-campeão paulista. Em resumo, ser bugrino e ser presidente de um dos maiores clubes do Brasil acabou sendo inimaginável. Jamais imaginei que teria essa oportunidade e sou muito grato. 

Internamente, o que mudava na semana de clássico campineiro?

- Na verdade, as mudanças aconteciam 15 dias antes do dérbi. Quando saía a tabela, nós já programávamos como seria nos dias anteriores. Eu conversava com o Vadão, que era o técnico, e a gente definia. Nosso maior cuidado era com os atletas que estavam pendurados. O dérbi mexe com tudo antecipadamente. Só se fala nisso. Sempre foi especial.

E o dérbi do século?

- O dia 29 de abril de 2012 está marcado na história. O grande protagonista daquele clássico foi o Medina. A contratação dele foi por empréstimo e quando veio, não chegou com status de estrela. Era um profissional comum. No clássico, quando o Fumagalli machuca e o Medina entra, o pensamento de todos foi de que não daria certo, até porque o jogo de um era completamente diferente do estilo do outro. Eu mesmo, como torcedor, raciocinei que tinha ficado extremamente difícil. O Vadão já tinha dito que ele seria um coringa. Chegou sem alarde e virou um dos grandes nomes na história do Guarani. Muitos dérbis são lembrados, mas o do século teve apenas um, e nós ganhamos, está registrado por toda a história. Na minha visão, este é o principal clássico campineiro de todo o retrospecto.

Qual o sentimento?

- É um sentimento para a vida toda. Quando encontro com amigos bugrinos e/ou pontepretanos, todos falam que ninguém vai tirar este posto do Bugre ser o ‘campeão’ daquele ano tão emblemático que foi 2012. Para mim, Marcelo Mingone, ganhar aquele jogo é mais importante do que ser campeão paulista.

Teve premiação especial para o elenco?

- Teve, sim. Normalmente é o famoso ‘bicho’, mas eu e o Rui Pires, que era colaborador do time, compramos um carro (modelo Gol - cor preta) para sortear entre o grupo. Eram 30 chaves e cada atleta tentava a sorte de ligar. O vencedor acabou sendo o goleiro Juliano, que levou o carro para casa. O bacana dessa história também é que o sorteio chegou a ser realizado no gramado do Estádio Brinco de Ouro. Fizemos algo bem diferente. Confesso que nunca vi um clube fazer isso.

Atualmente o senhor acompanha aos jogos?

- Eu não tenho ido ao campo. Assisto pela televisão. Eu gosto de acompanhar muito as rádios, todo dia ouço. Antes e depois das partidas é costumeiro eu estar acompanhando. Utilizo muito a imprensa para ficar por dentro das coisas que estão acontecendo. No estádio não vou, porém continuo sempre antenado com o Guarani.

Qual o seu palpite para mais um capítulo da história do dérbi?

- Olha, sendo bem sincero, eu penso que o time do Guarani é melhor que o da Ponte Preta. Acho que a tabela está invertida. A equipe do Bugre é mais forte e mais completa do que a da Ponte. Com isso, vou colocar 3 a 1 para o Alviverde, o mesmo placar de dez anos atrás. Acho que o Guarani sai na frente, leva o empate e depois faz mais dois gols para ganhar da Ponte lá no Moisés Lucarelli. O torcedor precisa continuar acreditando. No final, o Guarani sairá dessa situação difícil.

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