Raciocínio está em sintonia com o pensamento do presidente Marco Antonio Eberlin
Alberto Valentim considera que o time pode render mais na Série C (Marcos Ribolli)
O empate por 1 a 1 com o Figueirense e a reação empreendida no segundo tempo não arrefeceram o clima de cobrança na Ponte Preta. A postura recebeu a adesão do técnico Alberto Valentim, que não escondeu seu descontentamento com a atuação irregular em Florianópolis.
“Faremos os nossos ajustes porque podemos jogar mais. Mas o nosso comportamento foi muito positivo, e isso é algo que a gente não vai negociar. Buscamos o empate mesmo após sofrer o gol, e agora vamos fortalecer o nosso time. É uma equipe aguerrida, que não deixa de correr e vai melhorar”, analisou o treinador.
OBJETIVO
O discurso é alinhado ao do presidente Marco Antonio Eberlin, que, em entrevista exclusiva concedida anteontem ao Correio, reforçou que não existe outro caminho além do acesso à Série B de 2026.
“É acesso, acesso ou acesso. Se perder em casa, tem que buscar fora. Se perder fora, tem que buscar em casa. Nós precisamos classificar. Vamos comer o boi aos bifes, jogo a jogo, mas só tem uma solução: subir. Assim como, quando estiver na Série B novamente, tem que subir para a Série A”, afirmou o dirigente.
Valentim, por sua vez, reconheceu que o próprio desempenho da equipe em campo justifica a pressão por evolução. “Conseguimos bons momentos, mas em outros poderíamos ter jogado melhor. O ponto fora é positivo, mas vamos aproveitar a semana cheia e crescer até a próxima rodada.”
O contexto atual difere do vivido no Campeonato Paulista, quando o calendário apertado e os jogos a cada três dias limitaram os treinamentos. Na ocasião, Valentim chegou a defender o elenco, como após o empate por 0 a 0 com o Botafogo, no dia 15 de fevereiro.
“Foi o nosso décimo jogo sem nenhuma semana cheia, com esse calor. Fizemos também uma longa viagem depois da vitória contra um time muito forte (Mirassol, no dia 12 de fevereiro), e os jogadores só foram dormir por volta de cinco da manhã na quinta-feira, com um intervalo de apenas dois dias”, argumentou o técnico à época.
Agora, o cenário mudou. A equipe teve 40 dias de preparação e realizou dois jogos-treino, contra Portuguesa e Inter de Limeira. Além disso, o clube se reforçou com o goleiro Matheus Kayzer, os zagueiros Danrlei Santos e Wanderson, o meia Diego Tavares e os atacantes Jonas Toró e Gustavo Vintecinco.
ORÇAMENTO
Outro fator é o esforço da diretoria para oferecer estrutura. A folha salarial é de R$ 1,4 milhão mensais. Jogadores valorizados também foram mantidos. Danilo Barcelos foi sondado pelo CRB (AL), mas o valor da multa rescisória desmotivou o negócio. Léo Oliveira recebeu proposta de empréstimo de R$ 500 mil, mas o acordo não foi fechado. O goleiro Pedro Rocha também foi procurado por Grêmio e Juventude, sem avanço nas conversas.
Sem torcida
Para o jogo de sábado, contra o Retrô, no Moisés Lucarelli, a equipe atuará com portões fechados, por conta da punição imposta pelas confusões no dérbi da Série B, em 20 de outubro do ano passado, quando a Ponte Preta foi derrotada pelo Guarani, por 1 a 0, e se complicou de vez na Série B. Inicialmente, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva havia aplicado a pena de dois jogos sem torcida. O clube alvinegro recorreu e conseguiu diminuir a punição para um jogo.
Com isso, a Macaca só poderá contar com o apoio de seu torcedor no duelo contra o Anápolis-GO, no dia 4 de maio.
“A torcida é um fator importante para nós, mas vamos trabalhar para recuperar os atletas e preparar o time para uma boa apresentação. Precisamos respeitar o Retrô, vice-campeão estadual. Não podemos achar que vamos vencer de qualquer jeito. É buscar equilíbrio para conquistar os pontos dentro de casa”, concluiu Valentim.
Uma das dúvidas é a presença do armador Élvis como titular desde o início. Foi dele a assistência para o gol de empate em Santa Catarina.
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