HISTÓRIA DO BUGRE

Uma noite de gala: 5 a 1 no Santos

Livro retrata noite em que o Guarani se superou, com seis jogadores juvenis que deram baile

Luiz Roberto Saviani Rey/ Correio Popular
04/04/2021 às 12:48.
Atualizado em 22/03/2022 às 02:28
O time que venceu o Santos por 5 a 1 com seis juvenis; livro retrata a noite histórica para uma Campinas pequena e apaixonada por futebol (Cedoc/ RAC)

O time que venceu o Santos por 5 a 1 com seis juvenis; livro retrata a noite histórica para uma Campinas pequena e apaixonada por futebol (Cedoc/ RAC)

Em 1964, o Santos Futebol Clube contava com um time imbatível. Além de escalar Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, entre outros craques de projeção, acabara de se consagrar bicampeão mundial.

Livro retrata a noite histórica para uma Campinas pequena e apaixonada por futebol

Apesar de potência no futebol planetário, a agremiação da Vila Belmiro disputava o Campeonato Paulista, sendo o terror dos clubes interioranos, com goleadas acachapantes.

Na noite de 18 de novembro daquele ano, essa história sofreu uma violenta quebra.

Pomposo e cheio dos troféus, o Santos desembarcou no Aeroporto de Viracopos para enfrentar o Guarani. Era uma quarta-feira de intenso calor em uma Campinas pequena, ensaiando os passos para a grande cidade das décadas posteriores.

E o que aconteceu no gramado do Brinco de Ouro foi surpreendente e abalou as estruturas do futebol paulista.

O técnico argentino Armando Renganeschi escalou o time com seis jogadores juvenis, e o Guarani venceu por 5 a 1, com Pelé batendo pênalti defendido pelo jovem goleiro Sidnei Poli.

Uma noite inesquecível para a torcida bugrina, que festejou até a madrugada uma vitória considerada impossível.

O histórico desse jogo memorável é retratado no livro “Guarani em noite de Gala - 5 a 1 no Santos, com baile dos meninos!”, de autoria do jornalista e diretor editorial do Correio Popular, Luiz Roberto Saviani Rey.

A obra, editada pela Pontes Editores, mostra que o Guarani vinha de uma campanha desastrosa no primeiro turno, e beirava ao rebaixamento. Sua torcida temia ficar ao lado do clube rival na segundona.

Treinado por Renganeschi e abastecido pelos “meninos” do ex-ponta Dorival Geraldo dos Santos, à época técnico dos juvenis, o time principiara uma arrancada com a escalação dos novatos Sidnei Poli, o lateral Osvaldo Cunha e os atacantes Joãozinho, Nelsinho, Babá e Carlinhos. O baile foi regido pelo meia Américo Murolo, ex-Palmeiras, um Zenon à época.

No domingo que antecedeu o choque contra o Santos, o Bugre vencera o Noroeste, em Bauru, por 5 a 1. Terminou a competição em sexto lugar.

Tempos que coroaram uma caminhada do Guarani rumo às grandes conquistas das décadas seguintes. Desde fins dos anos 1950 e ao longo da década de 60, o Guarani manteve bons elencos, com jogadores como o goleiro Dimas, os laterais e volantes Ilton Vaccari, Ferrari, Eraldo e Diogo, os atacantes Benê, Cabrita, Paulo Leão, Tião Macalé, e o ponteiro Oswaldo, vendido ao Flamengo, onde foi consagrado como craque. O ex-técnico Telê Santana encerrou sua carreira no Brinco de Ouro.

O ex-técnico Armando Renganeschi ao tempo em que era jogador do São Paulo

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por