saudade

Um título que não sai da memória

Paulo Sérgio relembra carreira e o auge, em 1994, quando ganhou o tetra nos Estados Unidos

Alison Negrinho
alison.negrinho@rac.com.br
03/07/2018 às 07:23.
Atualizado em 28/04/2022 às 14:37

Paulo Sérgio segura réplica da Copa do Mundo: atleta foi reserva em 94 e participou de dois jogos na campanha, contra Camarões e Suécia na 1ª fase (Divulgação/Instagram)

Corinthians, Bayer Leverkusen, Roma, Bayern de Munique...Sem dúvidas a carreira do ex-atacante Paulo Sérgio é recheada de glórias e conquistas. Para chegar ao sucesso, entretanto, a caminhada foi literalmente árdua. Ao mesmo tempo em que sonhava ser piloto de avião enquanto criança, era preciso andar bastante até os treinos do Timão, pelo qual atuava nas categorias de base. Aos poucos, o sofrimento ficou para trás e o então jovem alçou voos maiores. Um deles, em especial, nos Estados Unidos, culminou com a conquista da Copa do Mundo de 1994. Na época, Paulo vivia grande fase no Leverkusen. Contratado em 1993, ele não precisou de tempo nenhum para se adaptar. Logo em sua primeira temporada foi o destaque da equipe e anotou 17 gols no Campeonato Alemão, ficando atrás apenas de Stefan Kuntz e Anthony Yeboah, que marcaram um gol a mais e dividiram o posto de goleadores máximos. As grandes atuações fizeram com que o jogador de 25 anos fosse um dos convocados do técnico da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira. Diante de um longo jejum de 24 anos sem conquistar a Copa, o Brasil chegou desacreditado para a competição, ainda mais por conta do que se viu durante a disputa das Eliminatórias, quando o futebol apresentado não inspirava confiança nos torcedores. Em campo no torneio mundial, o time não atuou de maneira tão vistosa assim, mas se destacou pelo grande poder de marcação e obediência tática, além da fase iluminada de Romário, eleito o melhor do torneio. "Foi uma Copa em que saímos do Brasil bastante criticados, não éramos favoritos, tinham outros países que estavam como favoritos, mas nosso grupo tinha muita experiência, nomes de peso como Taffarel, Romário, Jorginho, Ricardo Rocha...Os jogadores mais experientes ajudavam os mais jovens, o grupo era forte e unido, e no fim deu tudo certo", disse. No Grupo B, ao lado de Suécia, Rússia e Camarões, a Seleção terminou na primeira colocação com sete pontos. Nas oitavas de final, vitória contra os Estados Unidos por 1 a 0, graças ao gol marcado por Bebeto. Já nas quartas, 3 a 2 contra a Holanda, com tentos de Romário, Bebeto e Branco, e vaga garantida às semifinais para pegar a Suécia, em partida que terminou 1 a 0 para os brasileiros, gol de Romário. Por fim, na decisão, 3 a 2 nos pênaltis depois de empatar em 0 a 0 no tempo normal diante da Itália. No embate em questão, brilhou a estrela do goleiro Taffarel, que defendeu a batida de Massaro. O confronto também é lembrando pela penalidade desperdiçada por Baggio, que isolou a cobrança. Paulo Sérgio foi reserva da dupla composta por Bebeto e Romário. Atuou apenas em dois jogos, contra Camarões e Suécia, ambos na fase de grupos. Foram cerca de 15 minutos contra os africanos e outros sete diante dos europeus. O pouco tempo nos gramados, entretanto, não causou frustração nenhuma: ele vibra muito por ter sido campeão mundial. "É um dos momentos mais marcantes da minha carreira, pude entrar em campo em duas ocasiões, é uma sensação que não dá para expressar com palavras. Ganhar uma Copa quando o País vivia anos delicados na parte econômica e política. Eram ainda 24 anos sem ganhar um título, então acredito que minha geração não conseguiu ver o Brasil ser campeão, nós mudamos isso." Convocação do atleta foi contestada pelos torcedores Paulo Sérgio foi convocado para a Copa do Mundo de 1994 por conta da ótima fase que vivia no Bayer Lverkusen, da Alemanha. Apesar disso, seu nome foi bastante contestado pela torcida brasileira, que preferia outros nomes, como Edmundo ou Evair. A dupla vinha de grande temporada vestindo a camisa do Palmeiras e acabou deixada de lado por Parreira, que optou por Paulo e Viola. Edmundo, aliás, fora chamado para a Copa América um ano antes. As críticas sobre a convocação não incomodam (e nem incomodaram) o ex-atleta. "O Parreira me conhecia muito bem, sabia o que eu podia render. O Campeonato Alemão não era tão visto como nos dias de hoje, mas o Parreira acompanhava e tinha consciência do que eu estava fazendo, era o artilheiro do meu time, vivia um ano espetacular", disse. Por tudo que vinha realizando na Alemanha, ele afirmou que já esperava ser lembrado pelo treinador da Seleção Brasileira. Apesar disso, até entrar em campo, a ansiedade tomou conta de seu corpo. "Depois que você está no gramado as coisas acontecem basicamente no automático, mas, sem dúvida, antes de tudo isso, enquanto o árbitro não apita, bate aquele friozinho na barriga." Além de sagrar campeão da Copa de 94, o ex-atacante, que utilizou a camisa 18 no torneio mundial, também comemorou o título da Copa Amizade em 1992 pelo Brasil. Paulo Sérgio defendeu a Seleção de 1991 até 1994, em 12 oportunidades, com sete vitórias, três empates e duas derrotas. Já atuando por clubes, conquistou outras taças, como as do Paulista de 1988 e Campeonato Brasileiro de 1990 pelo Corinthians, do Campeonato Alemão (1999/2000 e 2000/2001) pelo Bayern de Munique e da Liga dos Campeões (2000/2001), também pelo time alemão.

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