RIVALIDADE

Um time de bugrinos e pontepretanos

Integrantes do Unidos Futebol Clube prometem descontração, provocação e muita amizade

Alison Ramalho Negrinho
alison.negrinho@rac.com.br
04/05/2018 às 07:34.
Atualizado em 28/04/2022 às 07:36

Neto (com a camisa do Guarani) e a esposa Juliana exibem o uniforme do Unidos Futebol Clube no bar decorado com o símbolo dos dois rivais (Leandro Torres/AAN)

Quando a Ponte Preta foi rebaixada à Série B do Campeonato Brasileiro no fim da temporada passada, os bugrinos se animaram de maneira considerável. Mais do que ver o adversário atravessando um momento complicado, o descenso representava também a volta do dérbi, que não acontece há cinco anos. Agora, faltando apenas um dia para a partida, o clima na cidade é de confiança dos dois lados. Se em campo os clubes são rivais históricos, fora dele, os torcedores mostram que é possível sim serem amigos, com muita descontração, brincadeiras, além, é claro, daquela tradicional provocação sadia. Este é o caso de Eleazar Batista de Souza Neto. Torcedor do alviverde, ele faz parte de um time que mistura pontepretanos e bugrinos chamado Unidos Futebol Clube, no bairro Jardim São Fernando. Assim como não poderia deixar de ser, a equipe utiliza as cores verde, preto e branco. Já o escudo traz a imagem de mãos se cumprimentando, simbolizando a paz no esporte. O brasão veio bem a calhar, ainda mais diante dos recentes episódios de violência entre as torcidas de Ponte e Guarani. "O que queremos é um Dérbi com mais paz. As pessoas precisam entender que o esporte é para se divertir e não para brigar. Os dias atuais estão bem complicados", disse Neto, que falou sobre os integrantes do time. "Tem um pouco de tudo: pontepretano, bugrino, palmeirense, corintiano, entre outros." Dono do Bar do Neto, que conta com decoração das duas equipes campineiras, Eleazar explicou que o Unidos FC surgiu há sete anos. Na época, o grupo de amigos atuava pelo clube amador Arco-Íris, que tinha atletas das mais variadas idades. Os mais velhos, porém, queriam disputar um campeonato em que somente aqueles acima de 45 anos poderiam participar, o que faria com que o elenco se desfizesse. Para não deixar tudo acabar, os amigos criaram o Unidos. "Quando a Ponte ou o Guarani perdem, tem aquela brincadeira sadia, mas brigar jamais. Aqui somos todos amigos, só que estou confiante para o Dérbi, aposto em 2 a 0 para o Bugrão", completou Neto, que é casado com a pontepretana Juliana Ribeiro de Souza. Casal torcedor Assim como Eleazar e Juliana, o casal Marco Ignácio e Alessandra Perlato, que está junto há 15 anos, também fica em lados opostos quando o assunto é o Dérbi. Enquanto o marido é bugrino, a esposa é pontepretana, e ambos não escondem a rivalidade dentro de casa. "Ele sofre, porque não tem outro torcedor do Guarani na família. Nossos três filhos são pontepretanos também. A gente fica dividido mesmo, não tem jeito. É sorte no amor e azar no jogo, né?", brincou Alessandra, que sonha com o dia em que poderão ficar juntos nas arquibancadas. "O ideal seria irmos juntos, cada um com sua camisa, torcendo por seu clube, numa boa, mas infelizmente isso não existe aqui." Alessandra contou ainda que eles já estão se provocando sobre o jogo. "Rolam aquelas brincadeiras, né? Ele vai ao estádio assistir sozinho, enquanto o resto da família vai para a casa do meu pai. Estamos só esperando acontecer o jogo para ver quem vai zoar quem", completou a torcedora alvinegra. O bugrino Marco, por sua vez, destacou que aproveita a época para "soltar tudo aquilo que guardou durante anos", em relação a tirar sarro. "Minha esposa curte essas brincadeiras criativas, nada apelativo, mas estou confiante em uma boa vitória."

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