ARTILHEIRO

Um centroavante habilidoso e genial

Lesão a duas semanas da Copa de 1962 impediu que Coutinho brilhasse na conquista do título

Alison Negrinho
26/06/2018 às 07:12.
Atualizado em 28/04/2022 às 13:56
Coutinho lamenta a lesão que o impediu de ser titular no Chile: "Eu me machuquei no Pacaembu e já viajei para a Copa do Mundo lesionado" (Acervo CBF)

Coutinho lamenta a lesão que o impediu de ser titular no Chile: "Eu me machuquei no Pacaembu e já viajei para a Copa do Mundo lesionado" (Acervo CBF)

Nos pés uma habilidade rara, daquelas que impressionava os torcedores. Na área, pura genialidade, digna dos maiores nomes do futebol. Este é Coutinho, tratado como um dos melhores centroavantes da história e que conquistou a Copa do Mundo de 1962, além da idolatria no Santos, onde formou inesquecível dupla de ataque com Pelé. Desde cedo, a história do garoto Antônio Wilson Honório estava fadada ao sucesso. Natural de Piracicaba, ele era chamado de "Cotinho" eu sua terra natal. A mudança no apelido veio quando foi para o Alvinegro Praiano. Por lá, teve seu talento descoberto rapidamente, tanto é que aos 14 anos e 11 meses, fez a estreia pelo profissional, sendo o atleta mais jovem a jogar no time de cima santista. Nesta partida, o Santos venceu o Sírio Libanês por 7 a 1, com um tento do estreante. Sonho de todo atleta profissional, a Seleção Brasileira não demorou para aparecer na vida de Coutinho. Com incompletos 16 anos, ele debutou em um duelo no Uruguai, contra a seleção da casa. Em pouco tempo, os rumores sobre seu talento começaram a se espalhar ao redor do mundo e a marcação em cima do garoto foi se acirrando. Apesar disso, parar o atacante era missão praticamente impossível. As grandes atuações fizeram com que o técnico Aymoré Moreira o convocasse para a Copa do Mundo de 1962, disputada no Chile. O que era felicidade, porém, se transformou em drama, quando duas semanas antes do Mundial, se machucou em um amistoso contra o País de Gales, sendo substituído ainda no primeiro tempo por Vavá. "Infelizmente não pude jogar a Copa porque me machuquei nesta partida no Pacaembu. Então eu já viajei para a Copa do Mundo lesionado", relembra Coutinho, que no amistoso em questão, machucou o menisco. O Brasil entrou na competição mundial sem disputar as eliminatórias, já que fora campeão da Copa em 1958 e isso lhe assegurava uma das vagas. No Grupo 3, a Seleção terminou a primeira fase na liderança com cinco pontos, após duas vitórias e um empate. O jogo de estreia, contra o México, acabou em triunfo por 2 a 0. Já na sequência, empate com a Tchecoslováquia sem gols. Por fim, vitória sobre a Espanha por 2 a 1. Nas quartas de final, o Brasil não tomou conhecimento da Inglaterra e venceu por 3 a 1. O embate seguinte foi com a Seleção Chilena, que também não foi páreo para os brasileiros, ganhadores por 4 a 2. A grande decisão foi contra a Tchecoslováquia, em Santiago. E coube a Amarildo, Zito e Vavá anotarem os gols que deram o título ao Brasil com a vitória por 3 a 1. Apesar de ter ficado no banco de reservas durante todo o torneio mundial, Coutinho se mostra contente pela conquista. "Ser campeão é uma felicidade muito grande. Não ficou frustração nenhuma, porque as lesões acontecem na vida dos jogadores, faz parte. Simplesmente foi uma contusão e não consegui me recuperar a tempo", afirmou. No total, ele disputou 15 jogos pela Seleção, com 11 vitórias, um empate e três derrotas. Foram seis gols marcados e a conquista de outros títulos além da Copa do Mundo, como a Taça Atlântico (1960), Taça Bernardo O'Higgins (1961), Taça Oswaldo Cruz (1961 e 1962) e Copa Rocca (1963). Sobre a atual Seleção Brasileira, que disputa a Copa na Rússia e busca avançar às oitavas de final da competição, Coutinho não se mostrou tão otimista. "Não sei o que dizer. Sinceramente, espero que dê tudo certo e o Brasil consiga ser campeão".

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