O volante Mateus Sarará respira fundo durante o jogo de segunda-feira à noite (Raphael Silvestre\Guarani FC)
Após o empate do Guarani por 0 a 0 cotra o Figueirense, na noite da última segunda-feira (26), a tensão tomou conta do estádio Brinco de Ouro. Nas arquibancadas, os gritos de “time sem vergonha” ecoaram ainda antes do apito final. Na sala de imprensa, o técnico Marcelo Fernandes, visivelmente nervoso, tentava dar explicações, muitas vezes atropelando as palavras. Do lado de fora, a torcida bugrina protestava com fogos de artifício, que por diversas vezes interromperam a entrevista do treinador devido ao barulho. O cenário, um misto de revolta, ansiedade e tristeza, refletia mais um fracasso da equipe, que não consegue deixar a zona de rebaixamento da Série C do Campeonato Brasileiro.
GOL NÃO SAIU
Mesmo com um jogador a mais durante todo o segundo tempo — após a expulsão do volante Jhony Douglas, nos acréscimos da etapa inicial — o Guarani não conseguiu vencer o Figueirense. Ainda desperdiçou um pênalti, com Deni Júnior, e quase saiu derrotado nos minutos finais, após chance inacreditável desperdiçada pelo adversário. O Bugre segue na antepenúltima colocação, com apenas 5 pontos somados em sete rodadas, e a torcida começa a enxergar a reação como uma miragem.
“A torcida tem razão em protestar, ela está cansada”, reconheceu Marcelo Fernandes. “A pressão na arquibancada existe quando o resultado não vem. Temos que assimilar da melhor maneira possível e trabalhar ainda mais para tirar o time dessa situação.”
O treinador lamentou o resultado e detalhou suas ações no intervalo para tentar tirar o zero do placar. “Procuramos abrir o time, deixando três zagueiros, o Emerson por um lado, o Luiz Miguel pelo outro, o Bilu por dentro com o Samuel e o Isaque na frente dos dois volantes. Depois, fizemos uma trinca, com Cristiano, Bilu e Luiz Miguel pela direita e o Isaque, Emerson e Raí Nascimento pela esquerda. Criamos várias oportunidades, mas infelizmente a bola não entrou.”
Fernandes voltou a citar a juventude do elenco, mas valorizou o comprometimento dos atletas. “É uma equipe nova, e essa molecada sente a pressão, é normal. Mas não tenho uma vírgula para falar desses jogadores. São profissionais que se dedicam ao máximo e dão de tudo para fazer o melhor.”
NERVOSISMO
O técnico reconheceu que há ansiedade, tanto no elenco quanto na comissão técnica, para que os resultados apareçam. “Precisamos, primeiro, emplacar uma sequência de duas, três vitórias, para tirar esse incômodo das costas, que é sair dessa posição ingrata. Depois, é colocar a cabeça no lugar e, se Deus quiser, buscar a classificação entre os oito.”
Fernandes sabe que o grupo precisa ser qualificado, especialmente com jogadores mais experientes. Ele conta as rodadas para ter à disposição os reforços que devem chegar na janela de transferências, aberta entre os dias 2 e 10 de junho. Até agora, o clube anunciou as contratações do lateral-direito Cicinho (36 anos), do lateral-esquerdo Vitinho (23) e do zagueiro Diogo Silva (30). Mais nomes devem ser oficializados nos próximos dias.
“Quando cheguei, fizemos um diagnóstico e estipulamos a partida contra o Retrô como limite para que esses meninos conseguissem bons resultados”, explicou, referindo-se ao jogo de sábado, às 17h, na Arena Pernambuco. A partir do confronto seguinte, diante do Itabaiana, os reforços estarão liberados para jogar.
Fernandes finalizou dizendo que a diretoria não foca em posições específicas no mercado. “Estamos abertos a todas as possibilidades.
Independentemente da posição, precisamos qualificar o grupo”, concluiu.
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