FALTA DE GOLS

Problema no ataque não tem fim

Desde o Campeonato Paulista a Ponte Preta sofre com o fraco desempenho do setor ofensivo

Paulo Santana
19/09/2018 às 07:16.
Atualizado em 22/04/2022 às 03:36
Apresentado no final de julho como solução para o ataque, Victor Rangel segue sem balançar as redes com a camisa da Ponte Preta: decepção (Cedoc/RAC)

Apresentado no final de julho como solução para o ataque, Victor Rangel segue sem balançar as redes com a camisa da Ponte Preta: decepção (Cedoc/RAC)

Depois de ter encerrado o Paulistão com o pior desempenho ofensivo entre os 16 participantes e ter feito apenas quatro gols em oito jogos da Copa do Brasil, a Ponte Preta segue com problemas ofensivos e tem o 10º pior ataque da Série B do Brasileiro. Mas não é por falta de opções no elenco que o time sofre, sem sair do meio da tabela. Em nove meses, a Macaca utilizou 16 atacantes. Mas seis deles foram negociados ou dispensados e o africano Yaya Banhoro sequer tem sido visto nos treinamentos. O boliviano Luis Alí, o corintiano Gabriel Vasconcelos e o experiente Silvinho foram embora sem deixar saudade. Já as promessas Yuri e Thiaguinho foram negociadas com o Coimbra, de Portugal, e Felippe Cardoso trocou o Majestoso pela Vila Belmiro. Hoje, nove jogadores de frente estão à disposição do técnico Marcelo Chamusca. E dos 28 gols anotados em 27 rodadas da Série B, apenas quatro atacantes de origem marcaram. Mas o jejum já dura seis rodadas. André Luís, que tem sete na Série B, não marca desde a virada do primeiro turno, quando fez dois contra o Avaí. De lá para cá, são sete jogos em branco. Junior Santos, que fez seis na competição, marcou dois na goleada diante do Paysandu, na abertura do returno, e parou por aí. Nas partidas recentes, vem perdendo oportunidades inacreditáveis. Inclusive, na última rodada, diante do Oeste, em Barueri, deixou de marcar com o gol escancarado a sua frente. Além destes dois, apenas Hyuri, Felipe Saraiva e Felipe Cardoso (atacantes de origem) fizeram um gol cada. Já Victor Rangel, que veio do México como a solução para o ataque, segue “invicto”. Neto Costa, que veio do Cianorte, teve poucas oportunidades e também não correspondeu. O experiente Roberto, que trocou a Série A (esteve no Ceará) pela Macaca, também não fez nenhum. Pior que isso, ele tem passado mais tempo no departamento médico do que em campo. E, para completar a lista, o africano Aaron, que surgiu com destaque no início da temporada, perdeu ritmo e sequer tem sido relacionado. Os outros gols do time na Série B foram anotados pelo meia Murilo (2); pelos volantes Paulinho (2), João Vitor, Lucas Mineiro, Nathan e Bruno Ramires; pelo lateral Danilo Barcelos e pelos zagueiros Reginaldo e Léo Santos. A coisa anda tão feia, que o time não marca nem em jogo-treino. Na segunda-feira, os reservas foram goleados pelo Osasco Audax, por 3 a 0, no Majestoso. O time da Grande São Paulo disputa a Copa Paulista e foi rebaixado à Série A3 do Paulista neste ano. Defesa é a segunda melhor do campeonato Enquanto o ataque não engrena de jeito nenhum, o sistema defensivo da Ponte Preta tem sido o ponto forte do time na Série B do Campeonato Brasileiro. Tanto que em 27 jogos, sofreu 23 gols e é o segundo melhor da competição, sendo superado apenas pelo Vila Nova, que tomou 18. "A gente tem conseguido um bom rendimento na zaga, mas não pode deixar de reconhecer que a marcação começa lá na frente. Com os atacantes dando o primeiro combate, a bola chega 'quebrada' e fica mais fácil para evitar problemas para o Ivan (goleiro)", avalia o zagueiro Reginaldo. O defensor, que veio do Fluminense por empréstimo, começou o ano como titular. Chegou a perder a posição para Léo Santos e ficou 11 rodadas seguidas fora do time. Mas depois que João Brigatti assumiu como treinador, não saiu mais por deficiência técnica. Só ficou fora de duas partidas por lesão ou suspensão. "Tive a infelicidade de me machucar, mas consegui me recuperar e hoje estou me sentindo muito bem", assegura. Ontem, foi realizado o primeiro treino coletivo da semana com os titulares em campo no CT do Jardim Eulina. Mais uma vez, o técnico Marcelo Chamusca montou a defesa com o goleiro Ivan, os laterais Igor e Danilo Barcelos e os zagueiros Renan Fonseca e Reginaldo. Acesso Para o treinador Marcelo Chamusca, o equilíbrio técnico da Série B permite acreditar no acesso. "A competição é equilibrada e não dá para, neste momento, descartar a possibilidade de acesso. Temos que focar no próximo adversário e voltar a vencer", afirmou. 

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