Luis Haquin foi um zagueiro pouco utilizado na Série B (Marcos Ribolli)
O presidente da Ponte Preta, Marco Antonio Eberlin, admitiu ontem que a sua prioridade para a próxima temporada é reformular todo o sistema defensivo, que sofreu 55 gols em 38 partidas e acabou sendo protagonista do rebaixamento à Série C. A medida ganha justificativa quando se constata que, na edição de 2022, a equipe tomou 35 gols e, no ano passado, o elenco terminou com 36 gols. "Mas boa parte da defesa de 2002 estava em 2024. Foi um conjunto de coisas que não funcionaram para nós. Tivemos diversos jogos em que jogamos com um a menos e nossa condição física deixou a desejar. Mas diante da insegurança do torcedor, nós vamos providenciar a troca de todo o sistema defensivo", disse o dirigente. Na última edição da Série B, as opções para a zaga eram Castro, Edson, Mateus Silva, Joílson, Luis Haquin, Nilson Junior, Joílson, Sérgio Raphael e Thiago Oliveira.
O dirigente pede sensatez para o torcedor enxergar o contexto. Na atual geografia do futebol brasileiro, segundo ele, treinadores expõem a defesa aos atacantes adversários e deixam de lado um estilo de jogo mais retrancado, o que era mais comum na Alvinegra, quando Eberlin foi diretor de futebol no período de 1997 a 2006. "O Brasil não está preparado para atuar desta maneira (de modo ofensivo). Eu, como presidente, muitas vezes, não concordei com esse esquema porque quando você expõe a defesa é preciso contar com jogadores de velocidade que saiam rápido de trás para levar essa bola até o meio-campo", explicou o presidente.
Ao explicar os motivos que levam a decisão de trocar todos os zagueiros para 2025, Eberlin não afastou a questão do rendimento físico. Para ele, isto foi preponderante nas 12 rodadas decisivas e que fizeram o time terminar o segundo turno com 12 pontos e colher o rebaixamento.
"Não tinha mais o que fazer (nas últimas 12 rodadas). A Ponte Preta sentiu (a questão física) por falta de um monte de situações e por pressão psicológica. Atuar aqui não é para qualquer jogador. A Ponte Preta é time grande e é cobrada como tal. Diversos fatores levaram o time a ter pernas fracas na reta final", disse. Após o encerramento da Série B, a Ponte Preta dispensou o preparador físico Thiago Vegette e contratou Léo Copertino.
Qual o caminho será seguido na parte tática e de estratégia em 2025? Um time retrancado e cheio de cuidados ou a manutenção da ousadia? Marco Antonio Eberlin apontou o modelo ideal. Para ele, é um time equilibrado e com capacidade de ser competitivo em diversos cenários. "Eu não escolhi treinadores que fossem mais ofensivos ou mais defensivos. Eu pensei em treinadores que pudessem dar certo na Ponte Preta", explicou.
DE OLHO
Como a função de presidente exige a execução de diversas tarefas diárias, existiu uma presença irregular do dirigente no cotidiano do futebol profissional. Ele relembrou que na época da Série A-2, em 2023, ele acompanhava os jogos e treinamentos e se colocava à disposição do técnico Hélio dos Anjos para a solução dos problemas que surgissem no trabalho.
No ano passado, quando a Macaca ficou sob risco de queda na Série B, a postura, segundo Eberlin, foi a mesma. "Eu encostei no João Brigatti e perguntei o que podia fazer. Nos demais campeonatos, infelizmente pela devastação que foi feita na Ponte Preta, eu tive que realmente ser presidente e não diretor de futebol. Eu não conseguia ajudar no futebol", justificou.
Para embasar a sua tese, Eberlin afirma que na Série B, a tendência é ficar nas seis primeiras posições a equipe que toma o menor número de gols. "A defesa construída é mais sólida", arrematou.
A reapresentação do elenco será no próximo dia 26. As atividades serão feitas em Bragança Paulista e jogos treinos podem ser realizados para preparar a equipe antes da largada no Campeonato Paulista, dia 15 de janeiro, contra o Novorizontino, na casa do adversário.
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