Durante quatro anos, nenhum dos quase 200 entrevistados faltou ao compromisso (Alessandro Torres)
O Guarani vivencia um dos piores momentos de sua história. Único campeão brasileiro do Interior do Brasil, referência na formação de craques como Careca, Renato, Evair, João Paulo, Amoroso e Luizão, com histórico de grandes jornadas nas divisões de elite do futebol brasileiro e com uma imensa e apaixonada torcida, o clube foi rebaixado para a terceira divisão do Campeonato Brasileiro em 2024. Uma sucessão de erros da diretoria, que promoveu mudanças em série na comissão técnica e no departamento de futebol, determinou o triste desfecho. Hoje, na Série C, o clube volta a dar vexame. Foi derrotado nas três primeiras rodadas, é o lanterna e repete as ações da última temporada em busca da reação: nesse início de campeonato já trocou de treinador, executivo e coordenador. Rômulo Amaro completou em abril seis meses na presidência do Guarani, depois de substituir, em outubro, André Marconatto, afastado da presidência por motivos de saúde. Na edição de hoje do Correio Popular deveria ser publicada uma entrevista de duas páginas com Amaro, mas o leitor, principalmente o bugrino, infelizmente ficou privado de saber mais a respeito dos rumos planejados para o clube. Por meio de sua assessoria de imprensa, o presidente adiou a entrevista por duas vezes, o que levou ao seu cancelamento diante do desinteresse do dirigente. Em mais de quatro anos de entrevistas do tipo, com quase 200 entrevistados, nenhum deles faltou ao compromisso. Ao contrário, todos se dizem honrados com o convite e gratos pela oportunidade de dialogar com a sociedade de Campinas e região. O primeiro contato do jornal para solicitação de entrevista foi em 3 de abril. A sugestão foi marcar para 28 do mesmo mês, quando a CBF ainda não havia agendado para esta data o jogo do Guarani contra o Caxias, em Caxias do Sul – a partida seria um dia antes. Após muita insistência, o clube respondeu, questionando quem seriam os entrevistadores. Depois, passaram-se dias sem uma definição de agenda, até que em 17 de abril o presidente concordou em dar entrevista no dia 24 do mesmo mês. Pouco antes do horário acordado, a assessoria informou que o presidente não poderia comparecer à redação em razão de uma seqüência de reuniões – dois dias antes, o clube havia anunciado a demissão do técnico Maurício Souza. Uma nova data ficou agendada para dia 30, a última quinta-feira, mas novamente, horas antes da entrevista, foi solicitado pelo clube o adiamento sob a alegação de que Amaro estava envolvido com a chegada do novo treinador. O Correio Popular lamenta a atitude do presidente do Guarani, Rômulo Amaro, com o jornal, seus profissionais e principalmente com os leitores, notadamente os bugrinos. E questiona se uma diretoria que não consegue se organizar em um mês para dar uma simples entrevista tem realmente capacidade para conduzir os destinos de um clube da importância e história do Guarani Futebol Clube.
Jogo
Após dois jogos fora de casa, o Guarani retorna ao Brinco de Ouro hoje pressionado. Com três derrotas na Série C, o Bugre busca a reação diante do Botafogo-PB, às 19h, pela quarta rodada. A partida marcará a estreia do técnico Marcelo Fernandes. Os volantes Mateus Sarará e Anderson Leite, que cumpriram suspensão, estão à disposição.
FICHA TÉCNICA
GUARANI X BOTAFOGO-PB
GUARANI: Andrey (Fred); JP Galvão (Lucas Justen), Raphael, Lucas Rafael e Emerson; Nathan Camargo (Matheus Sarará), Caio Mello e Isaque; Rafael Bilu, Samuel (Deni Júnior) e Pablo Baianinho.
Técnico: Marcelo Fernandes.
BOTAFOGO-PB: Michael Fracaro; Lucas Lopes, Reniê, Marcelo Augusto e Evandro; Gama, Thallyson, Guilherme Santos; Gabriel Honório, Rodrigo Alves e Henrique Dourado (Denilson).
Técnico: Cristian de Souza.
Local:Brinco de Ouro.
Horário: 19h.
Juiz: Vinícius Gomes do Amaral (CBF/MG).
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