Nene Santana (à esquerda) faz bom trabalho na equipe sub-20 (Marcos Ribolli)
Enquanto planeja sua recuperação na Série C do Campeonato Brasileiro, contra o Náutico, no próximo sábado, às 17 horas, no estádio dos Aflitos, no Recife (PE), a Diretoria Executiva da Ponte Preta direciona seus olhares para o Campeonato Brasileiro Série B Sub-20, em que atua hoje, às 15 horas, contra o Vitória (BA), no estádio do Barradão, em Salvador, em jogo válido pelas quartas de final.
Quarta colocada do Grupo B na primeira fase, com 11 pontos, a Alvinegra terá diante de si o líder do Grupo A, com 13 pontos, que superou o Vila Nova (GO) nos critérios de desempate. O jogo será único e quem vencer estará na semifinal. Empate no tempo normal levará a decisão para os pênaltis. Três equipes serão promovidas para a Série A do Sub-20 de 2026.
Independente do resultado, o vice-presidente da Ponte Preta e coordenador das categorias de base, Jerônimo Tognolo, o Nenê, vislumbra motivos para celebrar o desempenho no gramado. Ele explica que a decisão teve que ser ponderada, em virtude de o elenco atuar na Série B e no Campeonato Paulista Sub-20, em que foram disputadas quatro rodadas. No torneio regional, a Macaca está na 11ª posição do Grupo 1, com quatro pontos, e fora da zona de classificação, que conta com 10 times. A competição reúne 48 equipes, divididas em três grupos com 16 integrantes cada.
O dirigente pontepretano explica as dificuldades de cumprir os dois calendários, o que obriga a poupar, no torneio regional, alguns atletas desgastados pela exigência dos jogos da competição nacional.
No Paulistão Sub-20, o desafio seguinte será no sábado, às 15h, contra a Ferroviária, no estádio Mário Lima Santos, em Brodowski. “Na semana passada, nós chegamos de Chapecó na quinta à noite e fomos atuar no sábado. Agora tivemos que ir para Salvador. Tentamos, inclusive, mudar o jogo de sábado, mas não houve possibilidade”, explicou Nenê Tognolo.
Detalhes diminutos entre as duas realidades trazem satisfação aos dirigentes, pois se abre a possibilidade de acelerar o amadurecimento dos atletas. Nenê Tognolo cita que, no Paulistão, as viagens são feitas de ônibus, ao contrário do Sub-20 do Brasileirão, em que os jovens atletas contam com a possibilidade de viajar de avião. Apesar dos imprevistos, Nenê considera que valeu a pena, pois este calendário é valorizado por rivais locais. “Guarani e Mirassol estavam de olho. Conversei com o presidente (Marco Antonio Eberlin) e decidimos participar”, contou.
O desempenho serviu para valorizar o trabalho de Nenê Santana, guindado ao posto após desempenhar, desde janeiro de 2022, a função de auxiliar fixo da equipe profissional. O vice-presidente pontepretano ratifica que nunca existiu dúvida sobre o potencial do treinador. Diante disso, segundo ele, é preciso dimensionar as críticas recebidas. “O torcedor quer vitória. Não importa se é no juvenil ou infantil. Quando ganha, não faz mais que a obrigação”, disse. “Ele (Nenê Santana) é um cara competente. Ele mudou muito do profissional para o amador. Conversamos muito com ele a respeito disso, mostramos que era outro caminho”, afirmou.
Nas categorias de base, Nenê Tognolo afirma que o ideal é que o profissional seja proativo, apresente soluções e molde o seu trabalho de acordo com as urgências cotidianas. “No (departamento) amador, você tem que correr atrás, fazer o jogador ou ir atrás dele. É preciso ver vídeo de jogador, porque, a toda hora, existe a necessidade de troca — algo normal dentro das categorias de base”, completou. O trabalho de Nenê Santana recebe o suporte de Rodrigo Rosan de Jesus, filho do ex-zagueiro Ronaldão, com passagens por São Paulo e Ponte Preta.
Independente daquilo que será colhido em termos de resultados, Nenê Tognolo aposta que o atual elenco tem condições de incrementar a qualidade no Departamento de Futebol Profissional. “Eu tenho de três a quatro jogadores prontos para serem promovidos. Eles já treinaram em cima”, afirmou. “Quando parar o Brasileiro (Sub-20), naturalmente existirão espaços — inclusive dois ou três vão subir para ficar com o (Alberto) Valentim. Temos garotos para dar frutos no final do ano”, completou.
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