No lançamento, Ponte vendeu 500 unidades da nova camisa em um dia (Marcos Ribolli)
Na busca de construir um ‘colchão financeiro’ para viabilizar melhorias no clube e na infraestrutura do futebol, a Ponte Preta aposta na alavancagem de produtos direcionados ao torcedor e vendidos tanto na loja oficial como nos portais de internet. Para chegar a tal objetivo, uma das metas é apresentar novidades aos integrantes das classes A e B, que possuem maior poder aquisitivo. Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são componentes da classe B aqueles que ganham de cinco a 15 salários mínimos ( De R$ 7.060 a R$ 21.180) enquanto a classe A é composta por famílias com rendimentos acima de 15 salários mínimos. “Temos que oferecer produtos para todos os públicos”, decretou o diretor de marketing da Ponte Preta, André Procópio.
O dirigente não ignora o caráter popular da torcida pontepretana, algo que, segundo ele, é sentido nas ruas. Mas ele defende que não se pode fechar os olhos para as oportunidades oferecidas. “Temos que fazer produtos que caibam no bolso de cada uma dessas classes”, explicou o dirigente.
Sua crença é reforçada por um estudo realizado em 2018, por uma multinacional de bebidas, que mostrou que a Ponte Preta tinha, na ocasião, a terceira torcida com melhor renda per capita da ocasião. A equipe só perdia para Avaí e Figueirense, que eram integrantes da Série B. Os dados do IBGE de 2022 constatam que Campinas, com 1.139 milhão de habitantes, tem renda média de R$ 5.365, enquanto Florianópolis, com 537.211 habitantes, tem uma renda média de R$ 6.212. “A nossa classe média é muito forte. Ela tem um poder de consumo maior do que outras regiões. Ou seja, mesmo sendo popular, a gente tem poder de consumo”, disse Procópio.
O caráter popular não é esquecido. Como exemplo, Procópio cita que mesmo o programa de Sócio Torcedor (chamado de TC 10) contar com uma modalidade com mensalidade de R$ 39,90, o clube registra um tíquete médio de R$ 50. “As pessoas estão dentro do estádio (Moisés Lucarelli) e estão consumindo”, disse Procópio, sem medo de afirmar: a busca pela excelência no futebol é um caminho sem volta. “Todo mundo quer conforto e algumas classes são mais exigentes. Então, precisamos trazer essas pessoas para o estádio e cobrar mais”, explicou.
Uma fonte de arrecadação é o novo material esportivo, agora sob a responsabilidade de uma marca com sede na Itália. O alto preço do material não impediu o êxito de vendas. “No jogo contra o Avaí, nós chegamos a vender 500 unidades em um dia. No site oficial do clube, na loja 1900, uma camisa utilizada pelo time masculino na atual Série B custa R$ 389,87.
A preocupação em atender todas as classes não fica na venda de camisas ou de itens variados na loja oficial do clube. André Procópio considera que é preciso buscar acordos com patrocinadores de diversos perfis. “O senhor João que tem uma padaria e quer patrocinar a Ponte Preta precisa ter um plano, assim como grandes marcas que estão conosco”, arrematou.
SACRIFÍCIO
No futebol, o técnico Nelsinho Baptista encaminha os preparativos para o jogo contra o América Mineiro, terçafeira, às 21h30, no Majestoso. A Macaca está com 32 pontos e busca mais quatro vitórias para assegurar a permanência na Segundona.
Para chegar a tal objetivo, a comissão técnica espera que os jogadores tenham a mesma força de superação de Dodô, que confessou, após a vitória diante do CRB, que atuou no sacrifício. “Passei mal a noite toda. A comissão técnica e o fisioterapeuta me ajudaram e consegui marcar esse gol”, disse o jogador.
O Departamento Médico pontepretano afirmou que o jogador teve uma amigdalite purulenta, que é uma doença bacteriana. O jogador recebeu um antibiótico injetável, antiinflamatório e vitaminas. Com isso, se recuperou a tempo de participar do jogo.
