Diretoria da Macaca pede engajamento da torcida em 2025 (Marcos Ribolli)
Para conseguir os objetivos traçados para a próxima temporada, a diretoria executiva da Ponte Preta espera reconstruir o pacto com as arquibancadas e obter um desempenho aceitável no Campeonato Paulista, Copa do Brasil e na Série C do Campeonato Brasileiro. O pedido vem respaldado pela resposta dada pelos torcedores na segundona nacional. Na edição inicial sob o comando do presidente Marco Antonio Eberlin, em 2022, a Macaca teve média de público de 4.143 torcedores. Na edição seguinte, apesar da luta contra o rebaixamento, o fluxo de torcedores no estádio Moisés Lucarelli foi, em média, de 4.502 torcedores. O crescimento de um ano para o outro foi de 8,66%.
Os 38 pontos somados em 2024 e o consequente rebaixamento não podem ser colocados nas costas da torcida, que produziu uma média de 4.620 pontepretanos a cada rodada, o que produziu uma majoração de 2,62%. No entanto, a diretoria executiva acredita que é possível avançar e preencher as arquibancadas do Majestoso. Como exemplo, os dirigentes citam a comoção vista na década de 1960, quando a Ponte Preta participou da Divisão Especial (hoje Série A-2) por nove edições e viu o Majestoso ficar lotado a cada duelo.
Uma torcida que, segundo o presidente Marco Antonio Eberlin, não abandonou o time em períodos de vacas magras, como entre os anos de 1985 e 1997, em que a alvinegra não participava das principais divisões nacionais. "No ano em que fomos vice-campeões da Série B (em 1997) nós tivemos a terceira melhor média de público do estado, só ficamos atrás de Palmeiras e Santos", relembrou o presidente Marco Antonio Eberlin.
Para o dirigente, o torcedor pontepretano terá maior capacidade de levar o time às vitórias se compreender as agruras vividas por uma agremiação com as características da Macaca. "A Ponte Preta, como qualquer clube médio do Brasil, vive de altos e baixos. Só que a torcida vinha para apoiar o time. Hoje em dia, ela (torcida) não tá fazendo isso", lamentou Eberlin.
Para respaldar sua tese, Eberlin lembra que em 2003, a Ponte Preta viveu com nove meses de salários atrasados, tanto de jogadores como de funcionários e até do técnico Abel Braga. "Eu não abandonei o clube. Era fácil ir embora, pois eu não tinha nada a ver com aquilo. Segurei o Abel Braga comigo e levamos a decisão para o último jogo", contou Eberlin.
Na rodada final da divisão de elite, realizada no dia 14 de dezembro de 2003, a Macaca venceu o Fortaleza por 2 a 0 e assegurou a permanência na primeira divisão ao terminar com 50 pontos e na 21ª posição. Naquela edição, caíram Fortaleza e Bahia. Na ocasião, a partida foi assistida por 18.279 torcedores no Majestoso.
A conclamação aos torcedores não faz Eberlin se eximir de culpa em relação aos acontecimentos que culminaram com a queda para a terceira divisão nacional. "Eu aceito a incompreensão (do torcedor). Eu assumo. A responsabilidade pelo rebaixamento é minha. Eu penso que o torcedor não pode ter presidente de estimação. A instituição vai completar 125 anos de vida e a sobrevivência ocorreu devido à torcida", disse. "Essa geração mais jovem não viveu esses momentos de dificuldade do time na década de 1960 ou quando ficou vários anos fora do Campeonato Brasileiro", completou.
O presidente acredita que tudo passa por uma mudança de postura do torcedor em 2025. "Só tem um jeito de sair disso (da Série C). É a torcida abraçar o time e mostrar o seu gigantismo. Que compareça em grande número ao estádio e que fique sócio torcedor. (Não resolve) simplesmente se afastar ou fica na rede social. Até porque a rede social não vai no campo", arrematou o dirigente.
O primeiro jogo da Ponte em casa está programado para a segunda rodada, no dia 19 de janeiro, contra o Santos, que no ano passado encarou a alvinegra na Série B e conseguiu uma vitória por 2 a 1 no turno inicial e um empate por 2 a 2 no returno.
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