Ponte Preta segue em busca de um novo 10

Adepto ao futebol clássico, o presidente da Ponte Preta, Marco Antônio Eberlin, segue busca por um camisa 10. O dirigente é entusiasta do meia da cadência, controlador de bola e capaz de distribuir o jogo com facilidade. São poucos os times que têm este tipo de jogador no futebol brasileiro atual. Paulo Henrique Ganso, do Fluminense, voltou a boa forma e talvez seja a exceção entre os atletas da posição. 

Na última rodada, a Macaca não contou com o meia Fessin e precisou modificar o esquema tático. O camisa 20, entretanto, foi apontado pelo próprio técnico Hélio dos Anjos como um jogador de função diferente. “O Fessin não é um jogador para construir as jogadas. Ele é um meia de apoio e que pode cair pelas beiradas”, disse o comandante alvinegro ao ser questionado sobre a procura por um meio-campista. 

Ainda com futuro indefinido, Matheus Anjos foi aposta da antiga diretoria, mantido pela atual gestão e não conseguiu emplacar boa sequência no Moisés Lucarelli. Ele teve lesão, dificuldade de entrar em forma física e contestação da torcida por não repetir em Campinas o mesmo desempenho dos tempos de Ribeirão Preto quando atuou pelo Botafogo. 

Na avaliação da diretoria pontepretana, Fessin e Matheus Anjos não são os jogadores ideais para Hélio dos Anjos aproveitar no modelo atual. Sondado pelo ABC, Matheus Anjos pode deixar o clube nas próximas semanas. Já Fessin recebeu proposta para atuar no Chipe, mas a negociação com o Corinthians - detentor dos seus direitos econômicos - não avançou e o jogador seguirá com o plantel alvinegro para a sequência da Série B.

Na janela de transferências que será aberta amanhã, a Ponte Preta deve apresentar pelo menos uma novidade para o setor: Cássio Gabriel. O jogador de 29 anos se destacou vestindo a camisa do Mirassol entre 2020 e 2021 realizando boas parcerias com o ex-pontepretano Camilo. No entanto, Cássio é mais um que não tem o perfil de um meia cerebral, mas aposta na velocidade e versatilidade para brigar por espaço em suas equipes. 

O principal alvo de Eberlin para sanar o desejo por um camisa 10 é um jogador que atrai forte concorrência. Após deixar o Goiás, Élvis despertou interesse de equipes como Criciúma e CSA, mas ainda espera por uma proposta dos Emirados Árabes para atender os anseios dos empresários de buscar a independência financeira. 

Formação

Outro ponto a ser analisado na busca por um camisa 10 é a questão tática. Hélio dos Anjos tem optado preferencialmente pelo esquema com três zagueiros. Neste cenário, a Macaca fica dependente das jogadas laterais com Norberto pela direita e Artur pela esquerda. Os volantes Léo Naldi e Felipe Amaral colaboram na construção do jogo ofensivo, mas com baixa efetividade. 

A chegada dos novos reforços pode gerar novas mudanças estruturais na equipe alvinegra. Hélio dos Anjos apontou que pretende utilizar Leandro Barcía como atacante pela direita. “É um reforço que nós pedimos há muito tempo e conhece muito bem a divisão. Faltava um jogador para atuar neste setor e acredito que ele vai nos ajudar muito neste sentido”, explicou. 

Já os outros reforços serão para posições carentes: o zagueiro Mateus Silva substitui o lugar deixado por Fabrício e vira opção ao lado de Douglas Mendes, Fábio Sanches e Thiago Oliveira. Já o experiente volante Rithely chega após lesões de Ramon Carvalho e Moisés Ribeiro. A diretoria vê o atleta com o perfil ideal para auxiliar no amadurecimento de Léo Naldi e Amaral. 

A diretoria ainda espera apresentar mais novidades na janela de transferências. O meia-atacante Roger, destaque do sub-20 do Vasco da Gama, e o centroavante Gustavo Coutinho, artilheiro do Botafogo-PB com 17 gols, seguem em pauta na Macaca.