Jogadores de Ponte Preta e Vasco pediram aos torcedores para que parassem com a confusão no Majestoso (Álvaro Jr./PontePress)
Quase dois meses depois dos incidentes do dia 9 de setembro, no Moisés Lucarelli, entre torcedores de Ponte Preta e Vasco da Gama, os clubes foram julgados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), na quarta-feira, no Rio de Janeiro.A partida da 23ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro foi interrompida por aproximadamente 10 minutos pelo árbitro Anderson Daronco.
A confusão começou quando o portão de acesso à torcida visitante foi aberto por torcedores das duas equipes. A partir deste momento, uma sequência de agressões entre pontepretanos e vascaínos foi iniciada e só parou com a chegada da Polícia Militar minutos depois.
A defesa do Vasco da Gama questionou a ausência de policiais no local que separava torcedores mandantes e visitantes. O clube carioca também alegou que as bilheterias do Moisés Lucarelli apresentavam bilhetes ameaçadores como “se encontrarmos vascaínos, o bicho vai pegar”. Por outro lado, o departamento jurídico da Macaca, representado pelo advogado Guilherme Righetto, apresentou provas mostrando que a torcida adversária iniciou o tumulto.
O time campineiro foi denunciado em três artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): o 191, "deixar de cumprir, ou dificultar o cumprimento de regulamento, geral ou especial, de competição"; e o 211, “por deixar de manter estádio com infraestrutura necessária para garantir a segurança da partida”. O clube ainda foi enquadrado no artigo 213, inciso I, parágrafo 1º do CBJD, "deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto”.
A Ponte Preta corria o risco de perder até dez mandos de campo, além de multa que poderia chegar a R$ 100 mil, mas a defesa funcionou. Em decisão do Pleno do STJD, a Macaca perdeu um mando de campo e vai jogar uma partida com portões fechados nesta Série B. Inicialmente, a partida contra o Vila Nova, sábado, está mantida com portões abertos. A expectativa é que a pena seja cumprida contra o CSA, dia 20, em duelo da 36ª rodada.
O clube também foi punido com multa de R$ 20 mil, enquanto o Vasco da Gama foi apenas absolvido. O departamento jurídico da Ponte Preta ainda pode apresentar defesa, mas a decisão só será tomada nos próximos dias. A tendência é que o clube acate a decisão do STJD.
Em campo
Dentro de campo, a Ponte Preta se prepara para enfrentar o Vila Nova neste sábado, às 19h, no Majestoso, pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com 43 pontos, a Macaca busca a vitória para alcançar os 45 e cumprir o primeiro objetivo estabelecido por Hélio dos Anjos. Com a derrota para o Sampaio Corrêa, o sonho do acesso foi adiado. Apesar da chance matemática, a Alvinegra tem apenas 0,5% de probabilidade de jogar a Série A.
"Sabíamos que o último jogo seria muito difícil pelo clima, gramado e adversário. Sofremos um gol muito cedo, com apenas um minuto de partida, dificultando nossa reação. Crescemos no segundo tempo, evoluímos, mas sofremos um gol no final da partida. Agora é pensar no próximo adversário. O Vila Nova será um jogo difícil porque é uma equipe que está evoluindo e tentando sair dessa situação perigosa”, explica Léo Naldi.
Na partida contra o time goiano, o volante de 21 anos será homenageado por ter completado 70 jogos pelo clube na partida contra o Sampaio Corrêa. A estreia de Naldi pelo profissional foi na última rodada da Série B de 2020, sob comando de Fabinho Moreno, contra o Figueirense.
“Eu lembro como se fosse hoje o meu jogo contra o Figueirense e agora já chegamos aos 70 jogos. É uma realização, mas ainda me cobro bastante para continuar evoluindo e ajudar a Ponte Preta. Eu fico muito feliz pelo carinho da torcida. O que posso prometer é continuar treinando, me dedicando e tentando melhorar”, encerra o volante.
