A venda de Léo Naldi ao Vitória (BA) ajudou na construção do superávit (Diego Almeida-Pontepress)
Enquanto comemora a boa fase na Série C do Campeonato Brasileiro — com sete pontos conquistados em três rodadas —, a Ponte Preta também respira aliviada com a melhora em suas contas. De acordo com o balanço aprovado pelo Conselho Deliberativo, o exercício de 2024 apresentou superavit de R$ 7 milhões, resultado bem diferente do cenário de dezembro de 2023, quando o clube fechou o ano com déficit de R$ 15.368.708.
As oscilações têm explicação. Segundo o presidente Marco Antonio Eberlin, os prejuízos anteriores são reflexo da necessidade de quitar dívidas herdadas de gestões passadas. Em janeiro de 2023, por exemplo, foi preciso saldar pendências remanescentes de 2022.
Eberlin comemorou dois pontos principais: a diminuição no volume de dívidas antigas a serem pagas em janeiro deste ano e o superavit de R$ 7 milhões em dezembro, graças às vendas dos volantes Felipe Amaral, Léo Naldi e Felipinho, além do repasse da Liga Forte União, que firmou contratos de transmissão. “Temos recursos para chegar até agosto. Depois disso, vamos precisar vender jogador ou antecipar receitas”, explicou. A apresentação do balanço, no Conselho Deliberativo, foi aplaudida pelos cerca de 70 conselheiros presentes.
O dirigente acredita que as receitas de 2025 podem crescer. Um exemplo é a negociação com o AméricaMG, que ainda não pagou integralmente a transferência de Felipe Amaral. A cobrança foi encaminhada à Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD).
Outro ponto de esperança para Eberlin está nas negociações das dívidas cível e tributária, conduzidas por dois escritórios jurídicos, que podem reduzir o passivo em médio e longo prazos. Na esfera trabalhista, o clube vem pagando mensalidades negociadas por meio de propostas similares ao Programa Especial de Pagamento Trabalhista (PEPT). “A intenção é diminuir a dívida em 50%”, afirmou. De acordo com dados divulgados em revista institucional, a Ponte Preta acumulava em janeiro de 2022 um total de 164 ações trabalhistas no valor de R$ 134 milhões. Na área cível, são 123 processos, que somavam R$ 98 milhões há três anos. Soma-se ainda a ação do ex-presidente Sérgio Carnielli, de R$ 120 milhões, que resultou na penhora do estádio Moisés Lucarelli. No total, o passivo do clube ultrapassa os R$ 440 milhões: R$ 440.614.903,26.
“Pagamos muita coisa, mas continuamos na mesma situação. Infelizmente, muitas vezes deixo de pagar o atual para quitar o antigo. Pelo menos, estou estancando, e não aumentando a dívida”, afirmou o presidente.
Eberlin também confirmou que, anteontem, foi efetuado o pagamento dos salários dos cerca de 100 funcionários do setor administrativo, cuja folha mensal é de R$ 400 mil. Ele destacou o trabalho do diretor financeiro Hamilton Caviolla Filho no controle de gastos e na unificação dos processos com os escritórios de advocacia. “Ele tem sido essencial nessa reconstrução”, disse.
Além do esforço financeiro, a diretoria já planeja reformas na unidade Expansão, no Jardim das Paineiras, com nova pintura e substituição do telhado. No CT do Jardim Eulina, dois novos campos estão em construção.
Volta ao Majestoso
O jogo contra o Anápolis (GO), neste sábado, marcará o retorno da Ponte ao Moisés Lucarelli com presença de torcida na Série C. O presidente confirmou que os ingressos custarão R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) para as arquibancadas.
Para as rodadas seguintes, a ideia é reduzir os valores ao piso estipulado pela CBF: R$ 10 e R$ 5.
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