Após marcar seis gols na Série B, Dodô foi contratado pelo Vila Nova (Marcos Ribolli)
Na análise dos fatores que determinaram o rebaixamento da Ponte Preta para a terceira divisão do Campeonato, a deterioração do sistema defensivo fica em evidência. Um levantamento demonstra que os rebaixados Ituano, Guarani e a própria Macaca produziram um aumento substancial dos gols sofridos. Mesmo assim, a defesa pontepretana não deverá ter mudanças, ao contrário do ataque que, mesmo cumprindo em parte sua missão, deverá sofrer modificações. O Brusque não entrou na comparação porque no ano passado disputou a Série C.
A Ponte Preta viveu uma situação incoerente no passado, em que o ataque fez apenas 24 gols e a defesa levou 35, o suficiente para assegurar a permanência na 15ª posição com 42 pontos.
Dessa vez, a 17ª colocação foi obtida graças aos 55 gols sofridos, o que representa um aumento de 57,14%. Pior: os concorrentes produziram números piores. O Guarani saiu de 33 gols tomados no ano passado para 53 em 2024 e vislumbrou um aumento de 60,60%. No Ituano, o Guarani saiu de 38 gols em 2023 para 63 na campanha encerrada, uma majoração de 65,78%.
Por enquanto, esta crise defensiva não tem perspectiva de solução. Um zagueiro foi desligado, Joílson, cuja vaga foi reposta com a presença de Saimon. Jogadores como Castro, Sérgio Raphael, Mateus Silva e Nilson Junior estão assegurados para o Campeonato Paulista.
Enquanto a defesa é motivo de preocupação, o sistema ofensivo produz apreensão porque podem ocorrer desligamentos em médio e longo prazo. Nos números, os artilheiros deram conta do recado. Na edição de Série B deste ano, Jeh anotou sete gols em 18 jogos, enquanto Gabriel Novaes e Dodô fizeram seis gols cada um. Os três foram responsáveis por 51,35% dos gols anotados. O cenário exige uma atenção por parte da Macaca. Jeh está em recuperação de cirurgia e deverá retornar após o Campeonato Paulista. Gabriel Novaes voltou ao Red Bull Bragantino e Dodô acertou sua transferência ao Vila Nova (GO).
Números
A revisão histórica demonstra que o índice de participação obtido pelos três jogadores não é diferente daquilo que foi registrado em edições anteriores. Em 2018, dos 42 gols anotados pela Macaca na Série B, o atacante André Luiz anotou 11 tentos, enquanto Junior Santos, hoje no Botafogo-RJ, fez oito gols, enquanto o lateral esquerdo Danilo Barcelos fez três.
Os 22 gols feitos pelo trio equivalem a 52,30% do total feito em 2018. No ano seguinte, o atual treinador Roger Silva foi o astro com 14 gols feitos. Matheus Vargas e Vico balançaram as redes outras três vezes. Os principais pontuadores fizeram 20 dos 41 gols anotados naquela edição, ou 48,78% do total.
Disputado sob a ameaça da pandemia do novo coronavírus, a Série B de 2020 e encerrada no começo de 2021 viu a Macaca terminar com 54 gols anotados. Grande parte desse feito ficaram a cargo do atacante Bruno Rodrigues e dos armadores Camilo e João Paulo, todos com sete gols. Os 21 gols anotados pelos jogadores corresponderam a 38,8% dos gols feitos naquela edição.
Na edição seguinte, em 2021, para sair do sufoco do rebaixamento, a Macaca fez 39 gols pelo time treinado por Gilson Kleina. Moisés foi a estrela principal com sete gols, seguido por Rodrigão, com cinco gols, enquanto Fessin e Léo Naldi anotaram 4 gols. Os quatro jogadores fizeram 51,28% dos gols da Macaca. Sob o comando do técnico Hélio dos Anjos, em 2022, a dependência fica explicita. Com 34 gols anotados em 38 rodadas, Lucca fez 15 gols e Wallisson anotou cinco tentos. O percentual é de 58,82%.
Em 2023, os 24 gols transformaram a Ponte Preta no pior ataque da competição. Poderia ser pior. Pablo Dyego anotou cinco gols, enquanto Eliel fez quatro gols e foi seguido de Mailton com três gols. Eles anotaram metade dos gols daquela edição.
O desafio da Diretoria Executiva é encontrar uma reposição que não deixe estes índices de gols caírem em 2025.
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