ESQUEMA

Ponte não mexe na zaga e perde força no ataque

Enquanto defesa não tem mudanças radicais, ataque perde principais peças

ELIAS AREDES JR.
10/12/2024 às 14:50.
Atualizado em 10/12/2024 às 14:50
Após marcar seis gols na Série B, Dodô foi contratado pelo Vila Nova (Marcos Ribolli)

Após marcar seis gols na Série B, Dodô foi contratado pelo Vila Nova (Marcos Ribolli)

Na análise dos fatores que determinaram o rebaixamento da Ponte Preta para a terceira divisão do Campeonato, a deterioração do sistema defensivo fica em evidência. Um levantamento demonstra que os rebaixados Ituano, Guarani e a própria Macaca produziram um aumento substancial dos gols sofridos. Mesmo assim, a defesa pontepretana não deverá ter mudanças, ao contrário do ataque que, mesmo cumprindo em parte sua missão, deverá sofrer modificações. O Brusque não entrou na comparação porque no ano passado disputou a Série C. 

A Ponte Preta viveu uma situação incoerente no passado, em que o ataque fez apenas 24 gols e a defesa levou 35, o suficiente para assegurar a permanência na 15ª posição com 42 pontos. 

Dessa vez, a 17ª colocação foi obtida graças aos 55 gols sofridos, o que representa um aumento de 57,14%. Pior: os concorrentes produziram números piores. O Guarani saiu de 33 gols tomados no ano passado para 53 em 2024 e vislumbrou um aumento de 60,60%. No Ituano, o Guarani saiu de 38 gols em 2023 para 63 na campanha encerrada, uma majoração de 65,78%. 

Por enquanto, esta crise defensiva não tem perspectiva de solução. Um zagueiro foi desligado, Joílson, cuja vaga foi reposta com a presença de Saimon. Jogadores como Castro, Sérgio Raphael, Mateus Silva e Nilson Junior estão assegurados para o Campeonato Paulista. 

Enquanto a defesa é motivo de preocupação, o sistema ofensivo produz apreensão porque podem ocorrer desligamentos em médio e longo prazo. Nos números, os artilheiros deram conta do recado. Na edição de Série B deste ano, Jeh anotou sete gols em 18 jogos, enquanto Gabriel Novaes e Dodô fizeram seis gols cada um. Os três foram responsáveis por 51,35% dos gols anotados. O cenário exige uma atenção por parte da Macaca. Jeh está em recuperação de cirurgia e deverá retornar após o Campeonato Paulista. Gabriel Novaes voltou ao Red Bull Bragantino e Dodô acertou sua transferência ao Vila Nova (GO).

Números

A revisão histórica demonstra que o índice de participação obtido pelos três jogadores não é diferente daquilo que foi registrado em edições anteriores. Em 2018, dos 42 gols anotados pela Macaca na Série B, o atacante André Luiz anotou 11 tentos, enquanto Junior Santos, hoje no Botafogo-RJ, fez oito gols, enquanto o lateral esquerdo Danilo Barcelos fez três. 

Os 22 gols feitos pelo trio equivalem a 52,30% do total feito em 2018. No ano seguinte, o atual treinador Roger Silva foi o astro com 14 gols feitos. Matheus Vargas e Vico balançaram as redes outras três vezes. Os principais pontuadores fizeram 20 dos 41 gols anotados naquela edição, ou 48,78% do total. 

Disputado sob a ameaça da pandemia do novo coronavírus, a Série B de 2020 e encerrada no começo de 2021 viu a Macaca terminar com 54 gols anotados. Grande parte desse feito ficaram a cargo do atacante Bruno Rodrigues e dos armadores Camilo e João Paulo, todos com sete gols. Os 21 gols anotados pelos jogadores corresponderam a 38,8% dos gols feitos naquela edição. 

Na edição seguinte, em 2021, para sair do sufoco do rebaixamento, a Macaca fez 39 gols pelo time treinado por Gilson Kleina. Moisés foi a estrela principal com sete gols, seguido por Rodrigão, com cinco gols, enquanto Fessin e Léo Naldi anotaram 4 gols. Os quatro jogadores fizeram 51,28% dos gols da Macaca. Sob o comando do técnico Hélio dos Anjos, em 2022, a dependência fica explicita. Com 34 gols anotados em 38 rodadas, Lucca fez 15 gols e Wallisson anotou cinco tentos. O percentual é de 58,82%. 

Em 2023, os 24 gols transformaram a Ponte Preta no pior ataque da competição. Poderia ser pior. Pablo Dyego anotou cinco gols, enquanto Eliel fez quatro gols e foi seguido de Mailton com três gols. Eles anotaram metade dos gols daquela edição. 

O desafio da Diretoria Executiva é encontrar uma reposição que não deixe estes índices de gols caírem em 2025.

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