Após fazer três gols no Paulistão, Jean Dias não anotou nenhum até agora na Série C (Marcos Ribolli)
Quando realiza as atividades no Centro de Treinamento do Jardim Eulina, em Campinas, o técnico da Ponte Preta, Alberto Valentim, sabe que uma das prioridades é melhorar a produtividade do setor ofensivo, que decepciona na temporada. Nos 11 confrontos realizados no Estádio Moisés Lucarelli em 2025, a Macaca não balançou as redes em seis jogos, uma contradição em relação ao que ocorre longe de Campinas, onde os atacantes marcaram em todos os duelos.
Na terceirona nacional, a Alvinegra campineira anotou nove gols em nove rodadas, marca inferior até a outros integrantes do grupo de classificação, como Ypiranga (RS) e Brusque (SC), que anotaram oito vezes. O patamar ofensivo do time campineiro é igual ao do Confiança (SE), que está dentro da zona de rebaixamento. A boa notícia é que a Macaca tomou sete gols, o que a torna a segunda defesa menos vazada, ao lado de CSA, São Bernardo e Floresta. Com seis gols sofridos, o Náutico detém a melhor defesa da competição.
Jogadores e integrantes da comissão técnica adotam caminhos distintos na formulação dos motivos que levam à baixa produtividade ofensiva no Majestoso. O armador Elvis, por exemplo, tentou minimizar o problema, apesar de a equipe ter colhido o terceiro empate sem gols dentro de casa. Os outros dois foram no Paulistão, diante de Portuguesa e Botafogo-SP. "Não tem nenhuma dificuldade em jogar no Majestoso, mas não fomos bem e empatamos. A Série C é assim e sabemos que precisamos melhorar. Vencemos dois jogos (Retrô-PE e Anápolis-GO), empatamos um (ABC) e não vencemos outros dois, mas essa coisa de não conseguir ganhar aqui é coisa da imprensa", disse o armador ao final da partida.
O atleta ainda emendou uma autocrítica sobre a situação. "Temos que melhorar o rendimento, eu mesmo preciso jogar melhor. Eu estava gripado e mais de meio time também estava ruim. Não é desculpa, mas atrapalha. A gente precisa melhorar", disse Elvis. O armador, aliás, foi apoiado por Alberto Valentim na entrevista coletiva, apesar do reconhecimento de que seu principal jogador foi marcado de maneira implacável. "Elvis foi abaixo, assim como outros. Não conseguimos fazer a bola chegar nele mais limpa e, nas vezes em que chegou, ele não conseguiu ser brilhante”, pontuou. Após a falta de pontaria no duelo contra o ABC (RN), Elvis anunciou, de maneira antecipada, que haverá um foco específico para aprimorar a pontaria para a partida contra o Maringá, fora de casa, no dia 28 de junho. "Criamos chances, mas não finalizamos da melhor maneira. Temos que treinar muito mais para melhorar nos próximos jogos", admitiu.
Até a nona rodada, seis jogadores fizeram gols pela Ponte Preta: Elvis, Dudu, Jeh, Jonas, Wanderson e Everton Brito. Em contrapartida, alguns atletas que balançaram as redes no Campeonato Paulista ainda não apareceram na Série C, como Jean Dias, autor de três tentos na competição regional. Outros jogadores que ainda não marcaram são os laterais Maguinho e Arthur, além do atacante Bruno Lopes. Danilo Barcelos, que fez gol no Paulistão, não poderá mais buscar a artilharia na Série C devido à cirurgia no joelho que o deixará afastado até o final da temporada.
Nos treinamentos desta semana, a comissão técnica poderá focar na recuperação física dos atletas. A intenção será preparar a equipe para sustentar a invencibilidade como visitante. Até agora, a Macaca empatou com o Figueirense na rodada de abertura e depois venceu Confiança, Ituano e Náutico. O aproveitamento é de 83,3%.
Após o empate contra o ABC (RN), as possibilidades de classificação da Ponte Preta ao quadrangular decisivo caíram de 85,7% para 80,8%, segundo o matemático Marcelo Leme Arruda, do site Chance de Gol. Quem chegar a 28 pontos, segundo o matemático, terá 80% de possibilidade de participar do quadrangular decisivo. Com 29 pontos, o percentual sobe para 95%. Após 19 rodadas, quem fizer 30 pontos tem 99,5% de probabilidade de passar de fase.
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