A advogada Talita Garcez trabalhou para viabilizar acordos (Diego Almeida-Pontepress)
Acertar na montagem do elenco e cumprir com as obrigações financeiras não são as únicas tarefas empreendidas pela diretoria executiva da Ponte Preta na reta final deste ano. A meta é alinhar procedimentos para que não sejam perdidos os acordos firmados com a Justiça Trabalhista e na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), vinculado à CBF. O objetivo é que estes acertos continuem apesar da queda de receita prevista após o rebaixamento para a Série C do Campeonato Brasileiro.
Em setembro desse ano, a Ponte Preta recebeu um novo transferban (proibição de contratação),porque não teria quitado a parcela inicial do acordo. A integrante do departamento jurídico pontepretano, a advogada Talita Garcez, afirmou que tudo está em dia e as contratações poderão ser registradas normalmente a partir do próximo dia 3 de janeiro, data de abertura da janela de transferência.
"O plano foi aprovado em maio, mas a regulamentação foi em setembro e ocorreu um acumulo de mensalidades e o clube precisou pagar R$ 400 mil de uma vez. Veio o bloqueio, mas, na seqüência, nós pagamos", disse a advogada. Para custear as mensalidades do CNRD, a Macaca paga R$ 100 mil mensais.
A advogada esclareceu que, em um ano, já foram pagos R$ 1 milhão do total da dívida junto ao CNRD, que é de R$ 10 milhões. A advogada esclareceu que, como a CNRD é uma Câmara Arbitral, caso algum jogador entre com processo a Macaca terá que conversar para entrar em acordo com o reclamante.
Na questão do Plano Especial de Pagamento Trabalhista (Pept), o procedimento é diferente. Toda reclamação trabalhista julgada e com determinação para pagamento terá que entrar no mecanismo determinado pela Justiça.
Quanto à quantia que será paga em 2025, a advogada afirmou que não existe motivo para temor. No acordo firmado na CNRD existe, segundo ela, um dispositivo que proporciona uma diminuição no valor da mensalidade. Na Justiça Trabalhista, a cada dez meses, existe a chance de revisão do valor que é pago. "De acordo com o fluxo financeiro, a Ponte Preta continuará com os planos em dia e dentro dos patamares adequados", disse Talita Garcez.
Para a advogada, a manutenção dos acordos produze uma série de desdobramentos positivos que não podem ser ignorados. A possibilidade de ficar com as contas bancárias sem risco de bloqueio, por exemplo, é celebrado pela advogada. "O melhor é saber que o dinheiro vai entrar para o clube e sem risco de bloqueio", disse Talita Garcez.
Ela relembra casos de treinadores que aplicaram transferban´s e a Macaca precisou viabilizar recursos para quitar a divida em tempo recorde, o que atrapalhou o andamento da gestão, um cenário que está fora de cogitação na atualidade.
A possibilidade de reivindicar uma diminuição das mensalidades está dentro do plano financeiro estabelecido pelo clube para 2025. A estimativa é que ocorra uma diminuição de 20% a 25% das despesas de todo o clube para cumprir os objetivos para o Campeonato Paulista, Copa do Brasil e da Série C do Campeonato Brasileiro.
Copa do Brasil
Em relação à Copa do Brasil, os valores ainda não foram divulgados pela CBF, assim como o chaveamento. Neste ano, um clube integrante da Série C do Campeonato Brasileiro recebeu R$ 787.500,00. Na segunda fase, o valor subiu para R$ 945 mil. Quem chegou a terceira fase faturou R$ 2,2 milhões. Por projeções de acordo com pontuação no ranking, a Ponte Preta poderá ficar em um pote com Ceará, Vitória, Coritiba, Sport, Criciúma, Vila Nova, Operário-PR, Brusque e Sampaio Corrêa. A rodada inicial da Copa do Brasil será no dia 19 de fevereiro.
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