Ponte deixa a camisa 10 de lado

Se tem uma função que ainda não foi preenchida de forma convincente nesta fase de reação da Ponte Preta na Série B do Campeonato Brasileiro, esta é a do camisa 10 — aquela que é destinada ao craque que dirige a equipe com maestria. Tanto que, seguidamente, o atleta que tem ocupado essa função tem usado “número de reserva”. Ainda sem explicação lógica (ou oficial) para a escolha, o último a vestir a 10 em mais de um jogo seguido foi o meia Tiago Real, que voltou aos treinamentos sexta-feira e tem boa chances de ser o titular na partida com o Londrina, terça-feira, às 19h15, pela 22ª rodada. Quando a antiga fornecedora de material estava de saída — a Adidas — surgiu a justificativa de que não havia camisa 10 no tamanho ideal para Tiago Real. O atleta, então, havia pedido o número 23 que ainda tinha disponível no estoque, para se sentir mais confortável. Curiosamente, a estratégia de usar número de reserva continuou nos jogos seguintes como na vitória da última terça-feira, em que a Macaca derrotou o Criciúma, por 3 a 1. Lucas Mineiro acabou ficando com a 20. Antes disso, Hyuri tinha usado a 23 na goleada por 4 a 0 sobre o Paysandu, mesmo número utilizado por Orinho no empate com o Avaí, por 2 a 2. O volante Paulinho usou o número 18 contra o Coritiba, depois de ter vestido a 10 na derrota para o Juventude por 1 a 0. Antes dele, o último a usar o 10 — que um dia foi do “Mestre” Dicá — foi Murilo, no tropeço diante do Boa Esporte. Estes foram os dois únicos que tentaram cumprir a missão da camisa 10. Autor do primeiro gol na vitória sobre o Criciúma, Lucas Mineiro conta que não se sente pressionado e nem faz questão de número. “Não me cobro muito porque não é minha primeira função. Sou volante, mas também tenho facilidade de chegar na frente. O gol é sempre um momento especial e não me preocupo com nada além disso”, diz. Sexta-feira, depois de pouco mais de duas semanas em tratamento para curar uma fibrose na perna, Tiago Real entrou em campo com os demais companheiros. O meia não joga uma partida oficial desde 14 de julho, quando esteve em campo durante os primeiros 18 minutos da vitória sobre o São Bento, em Sorocaba. Desde então, foram seis partidas de ausência. Tiago Real deve treinar hoje e amanhã para se colocar de uma vez por todas à disposição de João Brigatti. Caso não seja liberado, Murilo passa a ser opção, já que é meia de armação.