João Brigatti confia na recuperação contra o Náutico: “Vamos respeitar o adversário, mas não deixaremos de propor o nosso jogo” (Marcos Ribolli)
Com a necessidade de buscar a recuperação na Série C do Campeonato Brasileiro no próximo sábado, às 17 horas, contra o Náutico, no estádio dos Aflitos, o comando do futebol profissional da Ponte Preta confia na experiência do elenco e na capacidade de assimilação após a goleada sofrida para o Brusque por 4 a 1, no estádio Moisés Lucarelli.
Dos 32 atletas presentes no material de divulgação encaminhado pelo clube antes das partidas, 19 estão na faixa etária acima dos 30 anos — medida tomada de modo deliberado pela Diretoria Executiva assim que teve início a temporada. “Temos um grupo de atletas, e fizemos esta opção para que, em uma situação difícil como essa que aconteceu contra o Brusque, você tenha um envolvimento maior dos atletas, para não ocorrer uma desorganização da nossa equipe, principalmente depois de uma situação como a da expulsão (do Dudu)”, disse o coordenador técnico de futebol da Ponte Preta, João Brigatti. “A assimilação (da derrota) também tem que ser melhor”, completou.
Brigatti prega serenidade. Ele entende que uma derrota como a que ocorreu diante da equipe catarinense não pode ser capaz de quebrar o processo de evolução dentro da terceirona. O dirigente alerta que é preciso entender que um clube do tamanho da Ponte Preta não pode ignorar os cenários existentes, como a cobrança sistemática sobre jogadores, integrantes da Comissão Técnica e da Diretoria Executiva. “Ninguém gosta de perder. Não existe momento para perder, mas acredito que, com maior experiência, vamos conseguir absorver a derrota”, disse.
Reconhecer as boas atuações feitas pelo Náutico nos dois jogos contra o São Paulo, na Copa do Brasil e na Série C, após a chegada do técnico Hélio dos Anjos, não faz com que ocorra uma diminuição da ambição para o confronto em Recife (PE). “As dificuldades aumentarão na competição. As equipes estudam bastante a Ponte, que é sim uma equipe a ser batida no campeonato”, disse Brigatti. “Vamos respeitar o adversário, mas não deixaremos de propor o nosso jogo”, completou.
Nada surpreende João Brigatti. Como treinador, o ex-goleiro da década de 1980 conseguiu o acesso com o Sampaio Corrêa em 2019. O que atrapalhou neste ano, segundo ele, foi o surgimento de uma conjuntura que potencializou ainda mais os obstáculos presentes no torneio. “Tivemos um tempo muito ruim, quando ficamos 45 dias apenas em treinamento, o que era diferente em relação a outras equipes que disputavam competições regionais”, explicou Brigatti.
A evolução na parte técnica e tática é algo aguardado pela cúpula do futebol profissional da Ponte Preta. “Mas precisamos tomar cuidado, porque a Série C é um campeonato traiçoeiro e precisamos estar preparados na parte física e técnica para não sermos surpreendidos”, arrematou.
A busca por uma boa campanha e o acesso no quadrangular decisivo, segundo Brigatti, passa pela solução de um gargalo. Nos oito jogos realizados no estádio Moisés Lucarelli nesta temporada, a Macaca tem três vitórias e igual quantidade de empates e derrotas, o que produz um aproveitamento de 44,4%. Como visitante, o percentual sobe para 76,6%. Buscar o equilíbrio é a tarefa colocada para o técnico Alberto Valentim. “Estamos na primeira colocação, e é normal que uma equipe adversária venha um pouco mais reativa e jogue nos nossos erros”, disse Brigatti. “Foi o que aconteceu contra o Brusque. Eles tiveram duas oportunidades no primeiro tempo e poderiam vencer. Nós não conseguimos criar situações no primeiro tempo e não conseguimos concluir ao gol. A Comissão Técnica sabe dessa situação”, afirmou.
Para manter o bom aproveitamento como visitante diante do Náutico, o técnico Alberto Valentim precisa decidir quem será o substituto do volante Dudu, expulso contra o Brusque. Rodrigo Souza e Léo Oliveira são os principais candidatos à vaga. Outra dúvida é se o centroavante Jeh atuará como titular desde o minuto inicial.
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