Experiente zagueiro alerta que reação do time no torneio não pode demorar
'Precisamos recuperar pontos perdidos em casa', diz Bacelar
Um dos jogadores mais experientes do elenco bugrino, o zagueiro Douglas Bacelar analisou ontem o atual momento do Guarani, que tenta fugir do Z4 da Série B do Campeonato Brasileiro.
Para ele, ao mesmo tempo em que não pode se desesperar, o time precisa reagir de forma urgente.
“Senão, quando acordarmos, as equipes já se distanciaram na tabela”, argumenta.
Destacando que o elenco foi formado para brigar pelo G4, o jogador admite o incômodo com a situação atual.
“A ideia inicial, quando cheguei, era lutar na parte de cima da tabela e o grupo que foi montado tem condições para isso”, lembra. “Então, não podemos aceitar essa situação atual.”
Bacelar chegou ao Brinco no início de abril e, mesmo não participando do Campeonato Paulista, identifica que os problemas atuais são consequências de decisões tomadas desde o início do ano.
“Estamos em maio e, em cinco meses o Guarani já teve três treinadores”, contabilizou, enfatizando que essas trocas frequentes no comando atrapalham os jogadores.
“Quando estamos começando a nos adaptar à ideia de um treinador e acontece a interrupção fica mais difícil. Aí chega um novo treinador com novos conceitos e é necessária uma nova adaptação.”
O atleta, por outro lado, não se afasta da responsabilidade.
“Nós jogadores temos uma grande parcela de culpa também pelo que está acontecendo, pois somos nós que entramos em campo.”
Diante das mudanças, Bacelar lembra que o técnico Júnior Rocha ainda não completou um mês de trabalho e enfrenta dificuldades, como a sequência de jogos e os desfalques, já que 11 jogadores estão em recuperação no departamento médico.
Por isso, entende que o elenco precisa se unir junto com o treinador para dar uma resposta dentro de campo o quanto antes.
“Existia uma grande expectativa nesses dois jogos seguidos que fizemos em casa, mas os resultados não vieram”, lamenta, lembrando da derrota por 2 a 1 contra o América-MG e o empate de 0 a 0 com o Paysandu nas duas últimas rodadas.
“Agora, vamos ter que buscar fora de casa os pontos perdidos aqui.”
Para Bacelar, o treinador está no caminho certo no ajuste da equipe.
“Houve uma prioridade na organização defensiva e, para nós, defensores, foi importante não ter sofrido gol no último jogo. Agora, está havendo uma atenção maior ao setor ofensivo.”
Aos 34 anos, o zagueiro conta que passa por uma situação inédita em sua carreira no Brinco de Ouro.
“É a primeira vez que começo um campeonato com o time nas últimas colocações nas rodadas iniciais”, diz ele, que conquistou a posição de titular a partir da terceira rodada, contra o Santos, em substituição a Rayan, criticado pela torcida.
CAMPANHA
O Guarani é o vice-lanterna da Série B, com 4 pontos, mesmo número do último colocado Botafogo-SP, que leva desvantagem no primeiro critério de desempate – enquanto a equipe de Campinas venceu uma vez, a de Ribeirão Preto não ganhou nenhuma.
Com 10 gols sofridos, o Bugre tem a terceira pior defesa do campeonato, à frente apenas do Ituano e Brusque, vazados 12 e 14 vezes, respectivamente.
Já o ataque bugrino é o segundo pior ao lado do Paysandu e Operário, com 4 gols marcados. O Botafogo, com 2, é a equipe com menos bolas na rede da competição.
O Mirassol, próximo adversário do Guarani, terça-feira, fora de casa, vem de derrota para o Amazonas na Arena da Amazônia, mas em seus domínios tem 100% de aproveitamento nesta Série B. Na oitava colocação, soma 11 pontos e está a dois do G4.