Dinheiro da venda de Felipe Amaral está bloqueado (Diego Almeida-Pontepress)
A necessidade de cumprir tarefas financeiras em 2024 fez com que a diretoria executiva da Ponte Preta perdesse a sua capacidade de investimento no Departamento de Futebol Profissional, o que culminou com o rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro. Os cálculos mostram que o clube teve que direcionar boa parte dos R$ 11 milhões arrecadados com a venda de atletas na atual temporada para a quitação de obrigações judiciais e a melhoria da infraestrutura que estava sucateada.
Pelas contas dos dirigentes, a quantia de R$ 5 milhões foi utilizada para o pagamento de diversas obrigações. O valor de R$ 1.440.000,00 foi direcionado para cumprir as mensalidades de R$ 120 mil do Plano Especial de Pagamento Trabalhista (PET), enquanto outros R$ 800 mil foram usados para a quitação da reclamação do zagueiro Rodrigo, formado na Ponte Preta e que disputou o Campeonato Brasileiro de 2017. A quantia de um milhão de reais foi utilizado para deixar em dia todas as obrigações da Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), órgão em que a Macaca firmou um acordo para o pagamento de pendências.
Outro ponto sanado foi a quitação de R$ 800 mil referentes à desativação do antigo local em Jaguariúna utilizado pelas categorias de base. O dinheiro foi usado para rescisão dos contratos de 43 pessoas que trabalhavam no local.
A diretoria executiva considera que não foi possível aumentar o investimento no futebol profissional também devido ao gasto de R$ 2,5 milhões na melhoria de infraestrutura do estádio Moisés Lucarelli, sendo que R$ 1,3 milhão, segundo os dirigentes, foram investidos na aquisição do novo sistema de iluminação. A nova pintura gerou um gasto de R$ 300 mil e mais R$ 500 mil na reformulação dos vestiários.
Quanto aos gastos com pessoal, os dirigentes pontepretanos asseguram que está tudo em dia. O dia 30 de novembro foi reservado para o pagamento da primeira parcela do 13º salário e até o final da semana será quitado os salários devidos ao elenco que participou da Série B do Campeonato Brasileiro. Também não existe débito com o Departamento Amador, segundo os integrantes da diretoria.
Na próxima temporada, a estimativa é que se busque uma redução de 20% nas despesas gerais do clube. A intenção é reformular 80% do elenco, número confirmado por João Brigatti na apresentação oficial do técnico Alberto Valentim.
O quadro só não ficou melhor por dois motivos. O primeiro é que ainda existem valores bloqueados, como a quantia de um milhão de reais, referente a venda do volante Felipe Amaral, hoje no América Mineiro e foi negociado em janeiro deste ano.
Existe a busca por uma solução da penhora do estádio Moisés Lucarelli, ação movida pelo ex-presidente Sérgio Carnielli, que pede o pagamento de empréstimos feitos ao clube. "Essa é a maior assombração vivida pela nossa diretoria", disse o atual presidente da Ponte Preta, Marco Antônio Eberlin. Nesta decisão, o Majestoso fica como garantia se a Ponte perder a disputa e não conseguir realizar o pagamento da dívida com o ex-presidente. Neste cenário, o temor dos dirigentes é que o estádio acabe em leilão.
Montagem
No futebol profissional, até agora foram contratados o goleiro Diogo Silva, o volante Rodrigo Souza e o lateral esquerdo Artur, além de Maguinho, que vem de diversas passagens pelos clubes de Goiânia. "Ele tem a cara da Ponte Preta. Ele tem muita raça e força física. Tem tudo para dar certo", disse Marcelo Borges, ex-jogador da Ponte Preta e comentarista esportivo em Goiânia. A estreia da Macaca no Campeonato Paulista será contra o Novorizontino, na casa do adversário.
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