Nelsinho Baptista inicia sua quarta passagemno comando da Macaca (Artur Henrique/Pontepress)
Para voltar a sonhar com o acesso à divisão de elite, a Ponte Preta apresentou ontem à tarde o técnico Nelsinho Baptista, de 73 anos, como novo condutor do banco de reservas para o restante da Série B do Campeonato Brasileiro.
Na sua primeira declaração, o novo comandante exibiu sua intenção de acabar com problemas que dificultam uma boa campanha. “É um campeonato muito disputado e competitivo (Série B) e o que a gente vai procurar fazer procurar é ganhar estabilidade e confiança. Nós temos chance de reagir”, disse o técnico.
Esta será a quarta passagem de Nelsinho como técnico da Macaca. Revelado nas categorias de base do clube, o treinador foi jogador profissional no Majestoso no periodo de 1967 a 1971. Após atuar por São Paulo, Santos e Juventus, o então lateral-direito abandonou a carreira de jogador profissional e abraçou a de treinador.
Ele teve uma primeira passagem na Ponte Preta em 1985. Sua trajetória profissional deu uma virada em 1990, quando foi vice-campeão paulista pelo Novorizontino e campeão Brasileiro pelo Corinthians. Após trabalhar em outros clubes – inclusive o Guarani na década de 1990-, Nelsinho Baptista retornou ao Moisés Lucarelli. Nesta segunda passagem, quando o atual presidente Marco Antonio Eberlin era diretor de futebol, o treinador, em 50 jogos, levou a equipe às semifinais do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil em 2001.
O seu aproveitamento, segundo o site oficial da Ponte Preta, ficou em 68,5%. O treinador retornou em 2007 e saiu durante a Série B do Campeonato Brasileiro para assumir o Corinthians, mas não conseguiu evitar o rebaixamento da equipe paulista, que ficou na 17ª posição com 44 pontos.
No ano seguinte, a redenção: Nelsinho Baptista foi campeão da Copa do Brasil pelo Sport. Na sequência, iniciou uma jornada de 15 anos no futebol japonês, quando venceu por duas vezes o Campeonato local (2010 e 2011), uma vez a Copa do Imperador (2012), além de ter faturado a Copa da Liga Japonesa( 2013), a Supercopa do Japão (2012) e a Copa Suruga Bank (2014). Realizado profissionalmente, o treinador afirmou que queria uma recolocação no futebol brasileiro e a proposta da Ponte Preta chegou na melhor hora. “Eu não escondo de ninguém que tenho raiz pontepretana.
Tem um gosto especial trabalhar na Ponte Preta. O mercado brasileiro é bastante difícil e eu fiquei muito feliz porque tive essa porta aberta na Ponte Preta”, disse.
Nesta passagem, o técnico já sabe que provavelmente terá que superar um obstáculo, que é de vencer o seu filho, Eduardo Baptista, treinador do Novorizontino.
O confronto entre as duas equipes está programado para meados do próximo mês. A CBF ainda não confirmou a data.
Nelsinho Baptista fez questão de esclarecer de que essa possibilidade estava em seu radar. “Eu fiquei 17 anos fora do mercado brasileiro e a fila anda. Eu disse que assisti mais à série B do que a série A. Logicamente, se eu assumisse um time da Série B, eu teria que enfrentá-lo”, disse.
“Existe um respeito muito grande pelo meu filho e pelo profissional. Ele vai trabalhar a parte dele, eu vou trabalhar a minha. Ele me conhece e eu também e tudo bem”, completou.
Engana-se que Nelsinho Baptista deixará enterrado tudo aquilo que viveu e aprendeu no futebol japonês. Para ele, é possível realizar as devidas adaptações e viabilizar bons resultados.
“O modelo do Japão é a disciplina tática. É um campeonato em que você vê as equipes organizadas, é um campeonato difícil e com muita velocidade”, arrematou.
Após a apresentação à imprensa, o treinador já realizou sua primeira atividade no Centro de Treinamento do Jardim Eulina. Ele já deverá sentar no banco de reservas para o jogo contra o CRB -AL.
Siga o perfil do Correio Popular no Instagram.