Nelsinho vai em busca de retomar boa trajetória

Com a realização de algumas sessões de treinamento antes do confronto de amanhã, as 16h, contra o CRB, no estádio Moisés Lucarelli, o técnico Nelsinho Baptista pretende retomar métodos e caminhos que já deram certo em suas passagens na Ponte Preta. A de maior destaque foi entre os anos de 2000 e 2001, quando as equipes sob o seu comando tiveram 68,5% de aproveitamento e chegaram as semifinais do Paulistão diante do Botafogo-SP, e na Copa do Brasil, quando o Corinthians impediu o sonho da alvinegra de alcançar as finais da competição nacional.

O passo inicial, segundo ele, é o seu bom entrosamento com o presidente Marco Antonio Eberlin. Na época de sua penúltima passagem, o atual mandatário pontepretano era o diretor de futebol e a presidência era exercida por Sérgio Carnielli. “Ele foi um dirigente que sempre me respeitou e me apoiou. Eu sentia que tinha retaguarda com ele, por isso que fizemos esse trabalho”, disse o técnico. “Às vezes para o trabalho gerar resultado, você tem que adotar decisões importantes. E às vezes você não encontra retaguarda. Com ele eu tinha. Por isso, quando ele me ligou eu fiquei feliz e também por ser a Ponte Preta”, disse o treinador em sua entrevista coletiva de apresentação, realizada na quarta-feira.

Nelsinho Baptista não abre mão de utilizar os seus conceitos para viabilizar o sucesso na Macaca. Um dos preceitos que ele defende é o futebol brasileiro retornar as suas origens e características, mesmo que seja neste período em que o futebol europeu é copiado por todos. “O futebol técnico existente em gerações passada era copiado pela Europa. Hoje, nós copiamos o futebol europeu. Lógico que ele tem qualidade e é mais rápido e objetivo. Eu não vejo que era um futebol mais lento (no passado)”, afirmou.

Assim como Hélio dos Anjos e João Brigatti, técnicos que atuaram na Macaca e admiravam alguns conceitos futebolísticos da velha guarda, Nelsinho Baptista não abre mão do exercício da autoridade e comando nos treinamento e jogos. “Eu cobro e acho importante. Eu vivi na maioria dos times como jogador (em ambiente) cheio de cobrança. Eu venci porque eu sempre tive cobrança em mim. Eu tinha que me revirar e fazer o possível e impossível para me manter”, explicou o treinador pontepretano. “Não é como o tênis que você joga sozinho. O futebol é coletivo e todos sob o meu comando sabem suas funções e conhecem as do companheiro do lado”, explicou.

Sem conversa prolixa, Nelsinho reafirmou o seu estilo. “Eu sou objetivo. Às vezes você tem que erguer um pouco a voz. Não é toda hora que precisa ser assim. Mas sempre com respeito aos atletas”, arrematou o técnico pontepretano.

Para a partida de amanhã, o desfalque será o meia Dodô, expulso contra o Ituano. Sob a gestão de Brigatti, o atleta era opção no banco de reservas.

Ao assumir o posto de treinador da Macaca, Nelsinho Baptista terá que ficar de olho nas projeções. Segundo o departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais, os seis pontos somados na Série B dão a Ponte Preta um risco de 33,8% de queda para a terceira divisão. Os mais ameaçados são as equipes do Guarani (49,6%) e do Botafogo-SP (51,2%). Em relação às possibilidades de acesso, o percentual se encontra em 6,2%.

Nos bastidores, a Ponte Preta definiu a renovação de contrato do lateral-esquerdo Jean Carlos. Anteriormente, o jogador tinha vínculo até julho de 2025. O novo acordo com o profissional vale até o fim de 2026. Jean Carlos acumula 62 jogos como profissional da Macaca. O valor da nova multa rescisória não foi revelado. Jean Carlos consegue a renovação depois passar por um drama na Ponte Preta. Em maio do ano passado, na partida contra o Botafogo- SP, o lateral entrou no intervalo e se machucou sozinho.

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