Mozart Santos (à esq.) foi apresentado pelo presidente Ricardo Moisés no Brinco de Ouro da Princesa (Thomaz Marostegan/Guarani FC)
Como jogador, um volante que marcava em cima e não dava espaços para o adversário. Como treinador, exigente dentro do vestiário e que busca ascensão em seu quarto ano de carreira. Mozart Santos, de 42 anos, foi escolhido pelo Conselho de Administração para ser o comandante do Guarani na sequência da Série B. Ex-volante de Palmeiras, Flamengo e Coritiba, o profissional foi apresentado no Brinco de Ouro para sua primeira experiência no futebol paulista como técnico.
"São Paulo é um dos principais mercados do futebol. É uma responsabilidade ser escolhido para dirigir uma equipe tão tradicional como é o Guarani. Me sinto preparado porque me dediquei esperando por essa chance. Eu acredito no êxito deste trabalho e, por isso, aceitei o convite do Guarani", explicou Mozart em seu primeiro contato com a imprensa.
Não há nenhuma garantia que o novo treinador vá resolver por completo a situação do Guarani. A queda livre enfrentada nas 15 rodadas iniciais da Série B e que liquidou Marcelo Chamusca, não tem por parte do clube um diagnóstico completo. Após análise dos nomes colocados em pauta, inclusive com sugestões do executivo Rodrigo Pastana, Mozart foi escolhido por conhecer a Série B - ele participou das últimas três edições -, além do perfil de gestor de vestiário.
Após iniciar a Série B com discurso de continuidade, incentivando a sequência ao técnico Daniel Paulista, o Guarani vai para seu terceiro treinador ainda no primeiro turno. A equipe alviverde projeta crescimento com a chegada de Mozart, mas o treinador também precisa do Bugre. O treinador soma números interessantes no comando do CSA, principalmente em 2020, quando bateu na trave do acesso à elite do futebol brasileiro. Mas os trabalhos na Chapecoense e no Cruzeiro não frutificaram e o profissional quer deixar a imagem de treinador de um time só para trás.
O primeiro e claro desafio do novo técnico bugrino seria afastar o time da terrível posição na tabela. O Guarani é o vice-lanterna da Série B com 13 pontos, vem de duas derrotas consecutivas e não consegue deixar a degola por falta de resultados positivos. A estreia de Mozart será contra o CRB, comandado por Daniel Paulista, no próximo sábado.
Formação ideal
Mas há outros desafios para Mozart em sua chegada ao Brinco de Ouro. Marcelo Chamusca variou bastante de esquema durante sua passagem pelo clube. Desde a formação com três zagueiros até o tradicional 4-3-3, bastante utilizado por Daniel Paulista, o Bugre não refletiu em bom desempenho em campo. Adepto do jogo propositivo, com posse de bola e pautado em troca de passes, Mozart precisará buscar a formação ideal justamente para acabar com a falta de gols.
Confiança
De acordo com números do Footstats, o Guarani está entre os times que mais cria oportunidades para marcar, mas permanece como pior ataque da competição ao lado de Ponte Preta e Vila Nova. Foram apenas nove gols marcados. O Bugre também está entre os times mais advertidos por cartões na competição. Sintomas de uma equipe que sofre com ansiedade e falta de confiança. Recuperar o ânimo dos atletas no vestiário será mais um desafio para Mozart.
"Onze jogadores do atual elenco do Guarani já foram meus jogadores. Isso facilita o processo de adaptação. O clube está em uma situação difícil, mas temos condições de reverter e realizar um trabalho de recuperação. O momento é de trabalhar", cita o treinador.
Brinco de Ouro
A projeção atual é a de que o Guarani precisa somar mais 32 pontos para fugir do rebaixamento. Faltando 23 rodadas, seriam necessárias onze vitórias ou dez vitórias com dois empates. Desta forma, melhorar o desempenho como mandante é fundamental. O Bugre tem apenas uma vitória no Brinco de Ouro em oito jogos.
