Mozart Santos iniciou os trabalhos no Bugre e já prometeu mudanças no sistema tático do time (Thomaz Marostegan/Guarani FC)
Mozart Santos iniciou os trabalhos no Guarani na quarta-feira pela manhã e comandou apenas dois treinamentos. Mesmo assim, prometeu à torcida um time diferente para a partida de sábado, diante do CRB, em Maceió, Alagoas. Se pouco pode ser modificado em relação às peças ou ao sistema tático, o treinador quer nova energia dentro do vestiário.
Experiente no futebol, principalmente pelo período como volante de Flamengo, Coritiba e Palmeiras, o treinador bugrino evitou promessas ou projeções específicas quanto à pontuação na Série B. Mozart ressaltou plena confiança no próprio trabalho e na capacidade do grupo de jogadores de evitar a queda para a Série C.
"É um desafio enorme porque existe responsabilidade em defender a camisa do Guarani. Mas eu já enfrentei uma situação similar e no fim quase subimos. Quando assumi o CSA em 2020, estávamos em penúltimo lugar, praticamente com a mesma campanha do lanterna, mas conseguimos terminar a três pontos do quarto colocado e quase subimos. Acredito muito que é possível mudar cenários", explica o treinador.
A campanha citada por Mozart ocorreu em setembro de 2020. Ele assumiu o CSA na décima rodada, após a demissão de Argel Fucks, com o clube alagoano na última posição com cinco pontos. Logo na estreia, venceu o Cruzeiro por 3 a 1 e iniciou grande arrancada que terminou com a equipe na quinta colocação, com 58 pontos, faltando uma vitória para o acesso à elite do futebol brasileiro.
A diferença para o cenário atual é de seis rodadas a menos para conseguir uma recuperação. Com 13 pontos, o Bugre está dois em desvantagem do primeiro time fora do Z-4 que é o Náutico, com 15. De acordo com matemáticos, são necessários 45 pontos somados para não depender de outras equipes na luta contra o rebaixamento. Sendo assim, Mozart precisa liderar o plantel alviverde em busca de mais 32 pontos de 69 que serão disputados. Aproveitamento de 46% nos 23 jogos restantes da competição.
"Da mesma proporção que é um grande desafio, encaro também como uma grande oportunidade. O Guarani tem muita história dentro do futebol e vai reverter esse momento delicado. Essa reviravolta será importante não só para o meu trabalho, mas de todos os jogadores e integrantes do departamento de futebol. Vou procurar colocar em prática aquilo que eu entendo de futebol no dia a dia e fazer com que os jogadores recuperem a confiança. O trabalho precisa falar por si só", completa Mozart.
Formação escolhida
Nos dois primeiros treinamentos, Mozart deixou claro que vai utilizar o 4-3-3 como formação no Guarani, abdicando do esquema com três zagueiros utilizado por Marcelo Chamusca. No entanto, o treinador fez um rodízio entre os jogadores para escolher quais serão os onze que vão iniciar a partida contra o CRB, amanhã, em Maceió.
O goleiro Kozlinski, suspenso pelo terceiro amarelo, está fora. A comissão técnica ainda avalia se Rafael Martins está pronto após ser vetado do último jogo por conta de um desconforto nos ombros. Avalizado por Medeiros, novo preparador de goleiros, o jovem Arthur Gazze, de 22 anos, pode realizar seu primeiro jogo com a camisa do Bugre desde que chegou do São Paulo no ano passado.
O volante Rodrigo Andrade, ainda em recuperação de lesão, não participou das atividades, assim como Júlio César. O atacante é tratado como dúvida e não tem participação certa no compromisso deste final de semana. Por outro lado, Giovanni Augusto volta ao time titular após cumprir suspensão e não participar do jogo contra o Ituano.
"Eu sempre adotei o 4-3-3 como meu esquema nos 130 jogos que tive como treinador. Preciso respeitar as características dos jogadores do Guarani e o que cada partida pede, mas optamos pela linha com quatro defensores para enfrentar o CRB", confirmou Mozart.