Com três jogos em seis dias, o Guarani tem deixado pontos importantes na busca da permanência na Série B
Mozart está incomodado com o desgaste físico provocado pela sequência de jogos e viagens organizadas pela CBF (Thomaz Marostegan/Guarani FC)
Na vice-lanterna da Série B do Campeonato Brasileiro, com 29 pontos em 29 rodadas, o Guarani já se reapresentou no Estádio Brinco de Ouro. Em novo momento de oscilação, o Bugre segue com o sofrimento de garantir a permanência.
Diante do Vila Nova, na última terça-feira, a equipe poderia engatar duas vitórias consecutivas pela primeira vez na temporada. Entretanto, mostrando um futebol fragilizado, com várias deficiências de marcação e na construção de jogadas, o Alviverde foi derrotado no confronto direto.
Das seis rodadas anteriores, um fato curioso chama a atenção. São três vitórias (Náutico, Tombense e Sampaio Corrêa, todas dentro de casa) e três tropeços (Ponte Preta, Vasco da Gama e o próprio Tigre, como visitante). O detalhe é que logo após um triunfo veio uma derrota - sequência que colaborou para que o Guarani continuasse dentro da zona da degola.
O primeiro gol marcado pelo Vila foi em saída errada da zaga bugrina, enquanto que a virada, no último lance da partida, aconteceu em um mau posicionamento do goleiro Maurício Kozlinski. Para o técnico Mozart Santos, a falta de maturidade precisa ser corrigida e o aspecto emocional melhor trabalhado.
"Nós fizemos o gol em um momento em que não estávamos tão bem. Cedemos o empate numa saída nossa, em que erramos, e tomamos o segundo gol no apagar das luzes. Faltou um pouco mais de maturidade nossa. Confronto direto, não poderíamos desperdiçar. Não podemos mais cometer esse tipo de erro daqui para frente", analisou o comandante, em coletiva de imprensa.
"Nessas rodadas há muita carga emocional agora. Não tem muito o que propor o jogo. Minha lamentação é por termos concedido dois gols que, neste instante da competição, não poderíamos conceder. É um momento completamente perigoso e que necessitamos reagir já no próximo jogo", emendou.
O calendário do futebol brasileiro sempre teve as características de ser bastante apertado - envolvendo campeonatos estaduais, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, sem contar os torneios continentais, como Sulamericana e Libertadores. Em ano de Copa do Mundo, ficou ainda mais estreito. O Bugre realizou três jogos em um curto espaço de tempo de seis dias.
Além de ir para o Rio de Janeiro, para pegar o Vasco, viajou até a cidade de Campinas para encarar o Sampaio Corrêa, pior visitante, e, depois, foi até Goiânia, desafiar o Vila Nova.
Visivelmente incomodado com o desgaste físico e o cansaço, o professor mencionou a dura sequência de viagens e a tabela organizada pela Confederação Brasileira de Futebol.
"Não é a primeira vez que precisamos buscar uma reação. Nós fizemos três jogos em seis dias. O Brasil é um país continental. Não faz sentido. Não estou usando isso como muleta, nós perdemos o jogo. Mérito para o nosso adversário. Temos uma semana até o jogo do Operário para, principalmente, descansar e recondicionar todo o nosso plantel", justificou.
Agenda
A nove rodadas do término da segunda divisão nacional, o Bugre tem compromissos importantíssimos pela frente. Com pelo menos cinco embates contra times que buscam a permanência na Série B, a tarefa não é nada fácil.
O Conselho de Administração, representado pelo presidente Ricardo Miguel Moisés, espera que a equipe campineira vença os duelos diretos na luta árdua contra o Z-4. A começar pela próxima etapa, terça-feira, diante do Operário, fora de casa.
A campanha como visitante não tem agradado ninguém, seja internamente como também os torcedores. Afinal de contas, o Alviverde tem a terceira pior campanha, na décima oitava posição - em 14 duelos, apenas uma vitória, cinco empates e oito derrotas, tendo balançado as redes em 11 oportunidades e sendo vazado 20 vezes.