113 ANOS DO GUARANI

Morador de Recife, pintor tem sonho de ir ao Brinco

Na data de aniversário do Bugre, torcedor revela o seu amor pelo clube

Silvio Begatti
02/04/2024 às 10:38.
Atualizado em 02/04/2024 às 10:38
Bugrino de Pernambuco tem loucura para conhecer o estádio (Arquivo pessoal)

Bugrino de Pernambuco tem loucura para conhecer o estádio (Arquivo pessoal)

O Brinco de Ouro faz parte do imaginário do vendedor Leandro Guedes de Campos, de 37 anos.

O estádio, que ele conhece apenas por fotos e vídeos, remete a sua origem em Campinas, de onde saiu aos 3 anos de idade para morar no Recife.

A cidade que deixou para trás, no entanto, não saiu de dentro de Leandro. Ela está internalizada por meio das histórias contadas pela família, entre as quais as que fazem referência ao Guarani.

A paixão pelo clube alviverde aflorou e cresceu com o tempo e é celebrada de forma especial todo dia 2 de abril, sua data de fundação.

Hoje, quando o Bugre completa 113 anos de existência, o bugrino que mora em Paulista – cidade vizinha a Recife - renova os planos de realizar um dos maiores sonhos de sua vida.

“Estou planejando ir a Campinas esse ano e assistir a um jogo no Brinco de Ouro”, conta Leandro, que nem sequer imagina qual será sua reação no dia em que entrar no estádio.

“Meu amigo, com toda sinceridade. Eu acredito que se pisar no Brinco vai ser uma loucura. Uma mistura de tudo”, diz, entre risos.

“Afinal, era ali que meu pai e meu irmão iam. Entende que não é só futebol? É algo que conecta muito mais que isso. É uma questão de identidade.”

Leandro conta que sua ligação com o Bugre passou a se tornar mais forte depois da morte de seu pai, quando ele ainda era criança e já morava no Recife.

“Torcer é uma maneira de conexão com meu pai, com a família e com a cidade onde nasci e para onde nunca mais voltei”, explica, lembrando da circunstância que o abalou.

“Na final da Copa do Mundo de 1994, entre Brasil e Itália, meu pai passou mal no intervalo, foi internado e morreu de infarto”, lembra o bugrino, que também perdeu a mãe recentemente.

Hoje, por meio do irmão de 53 anos, as histórias envolvendo o clube do coração ainda são contadas.

Leandro não perde uma partida do Guarani, seja pelas plataformas de vídeo ou presencialmente quando o time joga no Recife e nas proximidades.

“Já fui em uns 12 jogos do time por aqui, nos Aflitos, Arruda, Ilha do Retiro, Rei Pelé e Ademir da Cunha”, contabiliza, lembrando de algumas loucuras que fez para poder estar perto da equipe.

“Em 2019, tentei entrar no CT do Náutico, onde os jogadores estavam treinando para uma partida contra o Sport. Como o segurança me barrou, fiz uma volta pela mata, mas fiquei preso na lama. Mesmo assim, consegui entrar no CT. Estava cheio de barro e com uma bandeira na mão, parecia cena de guerra”, recorda, entre risos.

“O Fumagalli, que jogava no Guarani, ficou assustado ao me ver e o treino parou na hora. No fim, consegui assistir à continuação do treino, tirar fotos e ainda saí do local no ônibus da delegação. O segurança nem acreditou quando me viu”.

Hoje, Leandro diz que frequenta os jogos do Santa Cruz, no Estádio do Arruda, com a camisa do Guarani.

Trata-se de uma outra maneira dele estar ligado a Campinas.

Afinal, o bugrino lembra que seu registro de nascimento foi feito no Santa Cruz, tradicional cartório da cidade, localizado na Rua Delfino Cintra.

ATO

Um ato na Praça Carlos Gomes marcará a celebração dos 113 anos do Guarani. O “Marco Zero” vai ser inaugurado hoje, ao meio-dia, na área onde foi realizada a reunião que definiu o nome, cores e a primeira diretoria do clube. O prefeito Dário Saadi é esperado no local.

O “Marco Zero” vai substituir o antigo, instalado no dia 2 de abril de 1982 e que foi encontrado depredado no final de 2023.

O Guarani foi fundado em 1911 por um grupo de jovens operários e estudantes.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por