50 anos

Majestoso recebeu seu maior público para ver Pelé

No dia 16 de agosto de 1970, há exatamente 50 anos, a Ponte Preta recebeu o Santos no jogo que bateu o recorde do estádio Moisés Lucarelli

Gustavo Magnusson/AAN
16/08/2020 às 13:41.
Atualizado em 28/03/2022 às 18:38
Pouco depois de ser tricampeão do mundo, Pelé jogou no Majestoso (Coleção Aristides Pedro da Silva (V8)/Centro de Memória-Unicamp)

Pouco depois de ser tricampeão do mundo, Pelé jogou no Majestoso (Coleção Aristides Pedro da Silva (V8)/Centro de Memória-Unicamp)

Após comemorar o aniversário de 120 anos de sua fundação na última terça-feira, a Ponte Preta celebra hoje mais uma ocasião especial de sua centenária trajetória. Há exatamente 50 anos, a Macaca enfrentava o Santos de Pelé, pela fase final do Campeonato Paulista, diante de cerca de 40 mil torcedores no Moisés Lucarelli, até hoje o maior público da história do estádio. Naquela tarde de 16 de agosto de 1970, embora os registros oficiais tenham apontado um público total de 33.228 pessoas, houve superlotação, com gente sobre a cobertura, pendurada na estrutura de ferro e até mesmo no gramado. Em meio ao tumulto para o acesso ao estádio, as catracas foram arrombadas. "Não foi apenas um jogo, foi um evento, uma festa que ficou na memória de todos aqueles que puderam participar e assistir. Como a gente se concentrava no próprio estádio, eu me lembro de estar no Salão Nobre depois do almoço, com uma boa visão da rua em frente ao estádio, assistindo a um mar de gente chegando desde cedo. Foi realmente uma loucura", afirma o ex-meia Dicá, maior ídolo e artilheiro do clube. Naquela ocasião, a Ponte Preta vinha da conquista do título da Divisão Especial do Campeonato Paulista de 1969, sob o comando do técnico Zé Duarte, mas já era dirigida por Cilinho, que se tornaria o treinador com mais jogos na história do clube. "Estava superlotado. Cheguei duas horas antes do jogo e só consegui ficar em pé e espremido no alambrado. Pelé foi muito bem marcado pelo Teodoro, mas escapou uma vez e conseguiu fazer o cruzamento para o gol santista, marcado pelo camisa 9 Douglas", relata o torcedor pontepretano Dilson Luiz Dominiquini. "Foi uma partida que parou a cidade. Havia o entusiasmo pela histórica campanha da Ponte Preta, que de forma inédita liderava uma edição do Campeonato Paulista e estava invicta há 11 jogos, desde a estreia. Além disso, havia enorme expectativa da torcida em ver de perto o Santos do Rei Pelé, que apenas 50 dias antes havia sido tricampeão do mundo com a Seleção no México", conta o jornalista e escritor Stephan Campineiro, autor do livro "Majestoso 70" (2018).Aquela era a quarta vez que Pelé atuava no Majestoso, onde havia pisado pela primeira vez no dia 8 de dezembro de 1957, aos 17 anos, quando marcou um dos gols da vitória santista por 2 a 1. Depois, ele ainda disputaria mais uma partida no campo da Ponte, em 1971. Em todas as ocasiões, Pelé saiu vitorioso e, com exceção do duelo de 1970, sempre marcou pelo menos um gol. Antes do apito inicial do jogo do recorde de público, a Ponte Preta recebeu a Taça dos Invictos, entregue pelo jornal "A Gazeta Esportiva", mas foi derrotada por 1 a 0. Mesmo assim, a Macaca sagraria-se vice-campeã paulista ao lado do Palmeiras, à frente do Santos, com o São Paulo campeão. FICHA TÉCNICA: PONTE PRETA (0)Wilson; Nelson, Samuel, Araújo e Santos; Teodoro e Roberto Pinto; Alan (Nelson Oliveira), Dicá, Manfrin e Adilson (Ézio). Técnico: Cilinho. SANTOS (1)Joel Mendes; Carlos Alberto, Ramos Delgado, Joel e Rildo; Colodaldo e Lima; Manoel Maria, Douglas, Pelé e Edu (Abel). Técnico: Antoninho. Gol: Douglas, aos 18' do 2º tempo.Data: 16 de agosto de 1970. Local: Moisés Lucarelli (Campinas). Árbitro: José Favile Neto. Público oficial: 28.992 pagantes + 4.236 menores (33.228).Renda: CR$ 144.717,00.

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