Zagueiro se destacou ao formar o forte trio defensivo brasileiro ao lado de Roque Júnior e Edmílson
Lúcio ao lado do cobiçado troféu de campeão do mundo que ele teve o privilégio de erguer em 2002, na Copa do Mundo da Coreia e Japão (Divulgação)
Com a eliminação do Brasil para a Bélgica na Copa do Mundo deste ano, o título conquistado em 2002 continua sendo o último da seleção canarinho. Quem guarda ótimas lembranças daquele torneio é o zagueiro Lúcio, que atuou nas sete partidas ao longo da trajetória e se destacou ao formar um forte trio defensivo com Roque Júnior e Edmílson. Caracterizado por sua potência, além do estilo sério em campo, o defensor se recorda da partida contra a Inglaterra, nas quartas de final, como grande divisor de águas. "Quando passamos pelas quartas aumentou principalmente a nossa confiança e também dos torcedores, de que o título poderia chegar. Foi neste momento que a gente sentiu que tínhamos condições de ser campeões", disse. O confronto em questão foi disputado no Estádio Shizuoka Ecopa, na cidade japonesa de Fukuroi. Melhor em campo, o Brasil sofria para encontrar espaços na defesa adversária, até que aos 23 minutos do primeiro tempo, o craque inglês Owen abriu o marcador, dando um tom dramático ao jogo. Rivaldo conseguiu o empate ainda nos acréscimos da etapa inicial e a virada veio na segunda metade, com um golaço de falta de Ronaldinho Gaúcho, que pegou o goleiro Seaman desprevenido. A forma como a vitória foi construída, diante de um potencial candidato ao título, aumentou a confiança da seleção dirigida por Felipão. Nas semifinais, vitória por 1 a 0 contra a Turquia, com gol de Ronaldo, que voltaria a marcar os dois tentos da final, contra a Alemanha. Antes disso, entretanto, os brasileiros precisaram superar a desconfiança que pairava no ar, conforme conta Lúcio. "Nossa equipe entrou desacreditada. O Brasil inteiro, a mídia, os críticos e os próprios torcedores estavam com um pé atrás, mas classificamos bem na fase de grupos, vieram as oitavas e também conseguimos uma boa vitória", destacou o zagueiro, relembrando a campanha da primeira fase, que terminou com a liderança depois de três vitórias em três jogos, além do triunfo nas oitavas de final por 2 a 0 contra a Bélgica. Ao término da competição, o defensor, bem como todo o grupo, pôde enfim comemorar o título. "O sabor da conquista eu fico sem palavras, muita emoção e alegria. Você lembra do pai, mãe, família, torcedores, filhos...Então tudo isso para mim foi muito gratificante, até hoje a gente ainda colhe os frutos dessa conquista." Depois de conseguir o pentacampeonato em 2002, o zagueiro também esteve presente na Copa do Mundo seguinte, em que o Brasil foi eliminado pela França nas quartas de final, ao perder por 1 a 0, com gol de Henry. Neste torneio, ele ficou marcado por estabelecer o recorde de 386 minutos sem cometer nenhuma falta. Sua primeira e única infração foi exatamente contra os franceses. Anteriormente, o recorde pertencia ao paraguaio Gamarra, com 383 minutos, na edição de 1998. Já na Copa de 2010, sem o lateral-direito Cafu, o jogador foi nomeado como capitão pelo técnico Dunga, tendo disputado os cinco jogos até a eliminação para a Holanda, novamente nas quartas de final. Além do Mundial, Lúcio conquistou em duas oportunidades a Copa das Confederações vestindo a camisa da Seleção Brasileira, em 2005 e 2009, ano em que anotou o gol do título na final contra os Estados Unidos, vencida por 3 a 2. Após início no Guará, defensor teve ascensão meteórica Se tornar jogador profissional sempre foi um sonho na vida de Lúcio. O que ele não podia imaginar é que o sucesso chegasse de maneira tão rápida. Depois de surgir no Guará-DF em 1997, aos 19 anos, ele foi negociado com o Internacional na mesma temporada. Três anos mais tarde veio sua primeira convocação para a Seleção Brasileira principal, para a disputa de uma partida das Eliminatórias contra a Colômbia, vencida pelos brasileiros por 1 a 0 e na qual o jogador foi um dos destaques em campo. Ter o nome entre os convocados do técnico Émerson Leão é tratado pelo zagueiro como um dos momentos mais marcantes de toda a sua trajetória futebolística. "Isso foi a realização de um sonho. Um momento marcante para mim e para minha família", destacou o defensor, que anteriormente havia participado dos Jogos Olímpicos de Sidney (Austrália), onde o Brasil foi eliminado nas quartas de final por Camarões. Com uma consagrada carreira, o atleta brasiliense conquistou diversos títulos não só pela Seleção, mas também atuando por clubes. Somente no Bayern de Munique foram três edições do Campeonato Alemão. Já na Itália levantou a taça da Liga dos Campeões e do Mundial de Clubes em 2010, pela Inter de Milão. Ele ainda ganhou títulos pela Juventus e pelo Internacional de Porto Alegre. Por sempre estar disputando grandes competições, ao longo de sua vida, Lúcio enfrentou atletas do mais alto calibre. Mas para o zagueiro, dois em especial davam bastante trabalho. "Os atletas mais difíceis que marquei foram Cristiano Ronaldo e Messi. Principalmente o argentino, porque joguei contra o Barcelona várias vezes e também contra a Argentina. Pra mim, foi a maior dificuldade marcar Lionel Messi", destacou.