Contratação de Isaque gerou desconfiança entre os torcedores; hoje, o atleta desenvolve um futebol eficiente (Thomaz Marostegan)
Um reforço anunciado com passagens por Grêmio, Vasco da Gama, América Mineiro e Fortaleza pode empolgar muitos torcedores. Mas, no caso de Isaque, a sua contratação foi anunciada cercada de insegurança dos torcedores do Guarani. O atleta de 25 anos foi uma das apostas para buscar a arrancada no segundo turno da Série B diante da limitação financeira do departamento de futebol.
Criado nas categorias de base do Cotia, Isaque passou por Limeira e vestiu a camisa do Independente em 2014. Ainda rodou por Taboão da Serra e São Bento antes de chamar atenção do Grêmio. Sua transferência para Porto Alegre em 2017 era vista como uma oportunidade de engrenar na carreira.
Isaque chegou para o sub-20, mas rapidamente subiu para o time de transição e atuou como titular no Campeonato de Aspirantes de 2018, competição dedicada aos jogadores com menos de 23 anos ou aqueles menos aproveitados na equipe principal. Foi quando Renato Portaluppi observou o futebol do atleta e o promoveu para a equipe de cima em 2020.
No profissional, Isaque participou de 59 jogos com a camisa do Grêmio e marcou sete gols, além de contribuir com cinco assistências. Visto como um jogador de valor em desenvolvimento, o time gaúcho aceitou emprestá-lo para outras equipes e abriu a possibilidade de jogar no Fortaleza, onde ficou por apenas sete jogos.
Pouco aproveitado no Leão, Isaque ainda se transferiu para o América Mineiro, mas lidou com problemas físicos e atuou em apenas três jogos. Retornou ao Grêmio e foi colocado novamente à disposição do mercado em 2022. No primeiro trimestre, contratado pelo Vasco da Gama, atuou por oito partidas e não se firmou no Cruz-Maltino diante das mudanças no plantel e comissão técnica.
Insatisfeito, Isaque comunicou aos empresários que gostaria de mudar de clube e surgiu o interesse do Guarani na janela de transferências do segundo semestre. Com aval do Grêmio, o atleta de 25 anos desembarcou no Brinco de Ouro e participou de 16 jogos, contribuindo com três gols e duas assistências.Papel de Mozart
Inicialmente, Isaque chegou para disputar a posição com Giovanni Augusto e ser uma espécie de reserva imediato. Com a lesão do titular contra o Cruzeiro no primeiro turno, Isaque recebeu uma sequência de três jogos como titular: Chapecoense, Brusque e Sport. Mas foi na vitória contra o Tombense, por 2 a 1, no Brinco de Ouro, que sua trajetória ganhou destaque em Campinas.
“O grande pulo do gato com o Isaque foi quando nós o testamos ao lado do Giovanni Augusto. Ele vinha fazendo uma função por dentro, mas criamos uma liberdade para uma variação tática que foi muito eficiente”, explicou Mozart.
Isaque não esconde que encontrou seu melhor momento com a camisa do Bugre. Na partida contra o Novorizontino, o camisa 21 marcou o primeiro gol da partida e ainda deu uma grande assistência para Yuri Tanque fechar a conta. Ainda marcou gols que deram vitórias contra CSA e Cruzeiro, se tornando peça-chave na briga da equipe contra a zona de rebaixamento.
“Desde a minha chegada fui muito bem recebido por atletas e comissão. Isso foi um fator muito importante. Me senti em casa. A forma de jogo do Mozart também nos ajudou muito. Após o Grêmio, tive algumas passagens onde não consegui desempenhar o meu melhor futebol. Mas serviu de aprendizado para poder viver o que estou vivendo hoje aqui. Sou agradecido aos clubes que me abriram as portas. Felizmente, consegui me encontrar aqui”, comenta Isaque.
O camisa 21 está emprestado pelo Grêmio, mas o Bugre sinalizou com interesse em permanecer com o jogador por mais tempo.
“Temos que manter o foco. Somos atletas profissionais. Serão grandes jogos contra Bahia e Chapecoense. Para nós também vai ser importante, para que a equipe termine bem o campeonato”, concluiu.
