Wallace

Ídolo do vôlei tem paixão por carros

Uma das principais estrelas da Seleção Brasileira de vôlei, Wallace tem três grandes paixões: as quadras, onde fez suas principais conquistas profissionalmente, a família, que há pouco tempo ganhou o primeiro filho, e os carros, quase sempre trocados por conta de sua obsessão na franquia de filmes "Velozes e Furiosos"

Alison Negrinho
17/04/2018 às 15:24.
Atualizado em 27/04/2022 às 12:53
Wallace, do Taubaté, com o filho Max, que está perto de completar um ano de idade: pequeno serve de inspiração para a carreira do jogador (Divulgação)

Wallace, do Taubaté, com o filho Max, que está perto de completar um ano de idade: pequeno serve de inspiração para a carreira do jogador (Divulgação)

Uma das principais estrelas da Seleção Brasileira de vôlei, Wallace tem três grandes paixões: as quadras, onde fez suas principais conquistas profissionalmente, a família, que há pouco tempo ganhou o primeiro filho, e os carros, quase sempre trocados por conta de sua obsessão na franquia de filmes "Velozes e Furiosos". As vertentes estão interligadas na vida do oposto de 30 anos, que procura saborear cada fase. Wallace não é dos mais altos para os padrões da modalidade (1,98m), acostumada com gigantes que passam dos dois metros. Ele também não começou a jogar cedo - sua primeira aprovação em uma peneira aconteceu aos 16 anos, mas nada disso o impediu de sonhar, trabalhar duro e realizar. Em seu peito, o paulistano carrega diversas medalhas, como o ouro olímpico em 2016 e a prata em 2012. Tradicionalmente conhecido como "País do Futebol" , o Brasil passou a olhar com maior carinho para o vôlei depois do título nos Jogos do Rio. Desde então, o jogador do Taubaté viu os pedidos de fotos e autógrafos crescerem consideravelmente. "É legal pelo fato do reconhecimento, o pessoal tem acompanhado mais, olhado com admiração" , comemorou. Para colher os louros da glória, porém, precisou ralar. Em 2012, derrota na decisão para a Rússia por 3 a 2 e o segundo lugar, que no começo até teve um sabor amargo, mas que rapidamente foi convertido. "Primeiro bateu uma frustração, a gente tinha a faca e o queijo na mão, só que mais tarde percebi o quão difícil era ter uma medalha de prata" . No ciclo olímpico seguinte a consagração, que veio da melhor maneira possível, em casa, na edição do Rio de Janeiro. Após um início de competição definido pelo oposto como ruim, o Brasil ganhou corpo com o passar das partidas e chegou até a semifinal para encarar novamente os russos. Desta vez, fantasma exorcizado, com um 3 a 0, e vaga carimbada para a final contra a Itália, que acabou vencida pelo mesmo placar. "Quando a gente abriu 2 a 0 me passou um filme na cabeça, o medo de perder novamente, mas no consciente, a gente sabia que o jogo estava para nós, tudo dava certo" , relembrou o atleta, eleito o melhor oposto daquela Olimpíada. Carros e família Com o sucesso aumentando a cada ano, Wallace se valorizou e pôde colocar em prática seu desejo de ter carros potentes. A vontade veio de maneira peculiar, depois de assistir ao primeiro filme da franquia Velozes e Furiosos. "Gosto bastante, já vi todos os "Velozes" que lançaram e passei a comprar os carros que apareciam nos filmes. Hoje me sinto realizado por ter tido todos os veículos que eu queria", revelou o jogador, que até gosta de modelos da Ferrari, mas prefere os da Lamborghini. Além de ser apaixonado pelos carros, o paulistano contou que dirigir o deixa mais calmo. Os gastos com automóveis, entretanto, foram reduzidos depois da chegada do filho Max, que veio para alegrar a vida do atleta e da esposa Mariana, em maio do ano passado. Hoje, o pequeno é a grande inspiração para que Wallace siga dando tudo de si em quadra. "Antes era mais por ser o trabalho, agora faço tudo pelo meu filho. Sei que ele vai depender muito da minha carreira e ela é curta, então não entro de corpo mole em jogo algum" , contou. VÔLEI NÃO ERA O SONHO O amor de Wallace pelo vôlei não foi à primeira vista. Ainda criança, ele já chamava atenção por conta de seu tamanho - era um dos maiores da classe na escola, e ouvia de pessoas próximas para se aventurar em outras modalidades, como o basquete. A preguiça, contudo, fez com que ele não investisse nas possibilidades. "Eu era mais alto do que os meninos da sala, mas não queria um esporte que precisasse correr, porque eu nunca gostei disso. Me questionavam, por que não o basquete? Mas o fato de precisar correr fazia com que não servisse para mim. No vôlei consegui me dar bem", explicou o atleta, que revelou gostar de handebol. "Preferia, só que eu não tinha muita habilidade para isso, acho que não iria dar certo". Aos 16 anos, o oposto definiu que queria seguir carreira no vôlei. "O pessoal começa com 9 ou 10 anos, então eu não tive muita base, comecei tarde, fui reprovado em vários testes, principalmente na época que tinha o Banespa e o Pinheiros, que eram os times mais visados. Até que aos 18 eu passei no Santander e dali pra frente minha carreira engrenou". A cada reprovação, o garoto seguia firme e contava com o apoio de sua família. O paulistano contou que seus pais já chegaram a "tirar dinheiro de onde não tem" para comprar um tênis um pouco melhor para ele. "Eu nunca pensei em desistir, eles sempre estiveram comigo me dando forças", disse. Já consagrado, Wallace está acostumado a enfrentar atletas maiores que ele. "No vôlei tem muitos caras bem altos, então tenho que compensar de alguma outra forma. A genética me ajudou muito na questão de salto, então compenso minha 'baixa estatura' assim", completou o jogador, que alcança 1.05m de impulsão. DICAS DO WALLACE - Você não precisa ser dos mais altos, basta ter capacidade e muita força de vontade. - Se você se dedicar ao máximo, fazendo tudo que seu técnico fala, a chance de sucesso é grande. - É preciso treinar muito. - Os pais precisam apoiar. É difícil deixar o filho sair de casa logo cedo, mas isso faz parte da vida do atleta, então que eles possam dar esse suporte.

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