Para Hélio dos Anjos, o apoio da torcida é fundamental para a conquista de vitórias na competição (Kamá Ribeiro)
Sofrido, mas heróico. A atuação da Ponte Preta no dérbi 204 é determinante para a sequência da temporada. Com Everton lesionado, o técnico Hélio dos Anjos treinou ao longo da semana passada duas possibilidades: entrar com Nicolas ou Fessin.
Focado, o camisa 20 recebeu mais uma chance entre os titulares e se tornou peça fundamental, ao lado do goleiro Caíque França com três ótimas defesas, para que a Macaca conseguisse a vitória diante do Guarani. Agora, a sete pontos da zona de rebaixamento - a maior desde o início da Série B -, o grupo pontepretano passa a olhar para a primeira parte da tabela de classificação. Atual décima segunda colocada, a Alvinegra espera confirmar a permanência na competição para 2023 já nas próximas rodadas.
Tendo o apoio dos torcedores (com quase 17 mil pessoas presentes, o segundo maior público desde a final do Campeonato Paulista de 2017) na arquibancada do Estádio Moisés Lucarelli, a equipe chegou à vitória de número 999 no Majestoso. A uma da milésima, o treinador destacou a festa realizada pela torcida. Segundo ele, é uma honra chegar para um duelo decisivo e poder contar com a energia positiva.
Além disso, o professor abordou a escolha por Fessin, autor do gol da vitória, desde o início. O atleta, um dos mais cobrados por Hélio dos Anjos no intervalo, voltou com uma outra postura para a etapa complementar de jogo - até fazer, aos 36 minutos, uma bela jogada e finalizar com a perna esquerda encobrindo o goleiro Maurício Kozlinski.
“Eu não tive qualquer dúvida durante os trabalhos. Muitas vezes as pessoas não tem condições de acompanhar, mas o Fessin, nessa função, participou de todos os trabalhos táticos. Para quem não lembra, ele vinha fazendo essa função antes de o Everton chegar. Eu coloquei o Everton no lugar do Fessin mais por qualidade absoluta dele e não por falta de rendimento do Fessin”, analisou o comandante, em entrevista coletiva.
“Emocionante a torcida. Antes do jogo eu fiquei na minha sala passando video para os meus amigos, para companheiros que eu tenho e devo muito no futebol, do privilégio que eu tenho de estar chegando num clássico com a torcida fazendo a festa que fez. É de se arrepiar inteiro”, adicionou.
Por conta da maratona de jogos na segunda divisão nacional, a preparação do elenco para a partida da quinta-feira, contra o Novorizontino, no Jorge Ismael de Biasi, também acabou sendo tópico da coletiva.
O grupo tinha reapresentação agendada já para o domingo, porém, com avaliações de toda a comissão técnica, chegaram ao acordo de que o ideal era os atletas voltarem somente na segunda-feira. Com isso, ao todo três atividades serão realizadas até a viagem para Novo Horizonte. No primeiro turno, no Moisés Lucarelli, a Ponte saiu derrotada por 1 a 0.
“A primeira coisa que eu fiz foi mexer um pouco na preparação. Achei o jogo muito pesado, desgastante. Muitas vezes você descansa o jogador em casa ou junto com você. Nós optamos, com a comissão técnica, por descansar os atletas em casa. Eu tirei o treino de domingo para eles recuperarem com a família. Um almoço com os familiares é melhor que eles irem lá e fazer toda a terapia”, justificou.
Dúvidas
Para o jogo contra o Tigre de Novo Horizonte, a Ponte Preta não terá Felipe Amaral, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.
O volante foi advertido logo aos 26 minutos do primeiro tempo por falta em cima de Giovanni Augusto. Sem o atleta, a Macaca passa a ter uma dúvida no meio-campo.
Moisés Ribeiro, que atuou no clássico campineiro, é o principal candidato para assumir a vaga. Por outro lado, Léo Naldi sentiu dores na coxa e precisou ser substituído ainda no primeiro tempo.
Naldi passou por exames e, apesar do clube não divulgar, a reportagem apurou que nenhuma lesão foi detectada.