MACACA NA DEGOLA

Hélio dos Anjos reconhece momento delicado

Técnico admitiu que é o trabalho mais difícil da carreira e criticou a postura de empresários

Wendell Coral
04/07/2022 às 18:58.
Atualizado em 05/07/2022 às 08:25
Aborrecido com a situação do time, Hélio dos Anjos faz revelações dos bastidores da Ponte Preta (Álvaro Jr / PontePress)

Aborrecido com a situação do time, Hélio dos Anjos faz revelações dos bastidores da Ponte Preta (Álvaro Jr / PontePress)

Após o empate diante do Tombense, no último domingo, a Ponte Preta chegou a marca de cinco jogos consecutivos sem vitória na Série B do Campeonato Brasileiro. 

Tal fato fez com que o clube campineiro permanecesse na 18ª posição na tabela e, consequentemente, na zona de rebaixamento ao término da décima sexta rodada. 

Com 15 pontos somados, a Macaca vê a situação ficar cada vez mais complicada, afinal de contas o primeiro turno está acabando - restam três partidas, sendo as próximas duas, contra CSA e Criciúma, fora de casa. 

Outro motivo que deixa o torcedor pontepretano preocupado é a questão de não ganhar atuando no Estádio Moisés Lucarelli, palco em que a Ponte sempre encontrou forças, com o apoio da torcida, para sair de situações incômodas. 

Desde o dia 30 de abril que a Nega Véia não triunfa no Majestoso. Na ocasião, despachou o Brusque por 2 a 0. Depois disso, foram cinco partidas, sendo três empates (Chapecoense, Sampaio Corrêa e Tombense) e duas derrotas (Novorizontino e Londrina). 

"Eu sonhei com 28 pontos no primeiro turno. Hoje estou sonhando com 24. Temos 15. Se a gente chegar a 24 nos próximos três jogos, vamos para o segundo turno precisando de 21, 22 para escapar. Vai ser uma guerra, mas estamos criando uma casca. Quem sabe no segundo turno a gente esteja mais preparado para as dificuldades", analisou o técnico Hélio dos Anjos, em entrevista coletiva.

"Se você fizer de 55% a 60% de aproveitamento em casa, você tem um número razoável para não cair. São os pontos que lamentamos no nosso trabalho, como as derrotas para o Londrina e para o Novorizontino. A gente está estabilizando na parte defensiva, mas não estamos matando, e teremos de matar, principalmente em casa. O campeonato ainda não está decidido, vai enroscar", emendou.

Aos 64 anos de idade, sendo 38 destinados ao futebol, Hélio acumula diversas experiências, tanto no cenário nacional quanto fora do país. O professor da Macaca possui ao todo 20 jogos no comando técnico do time, com nove derrotas, oito empates e apenas três vitórias - 28,33% de aproveitamento.
Além de fazer um balanço sobre a sua passagem pela Ponte Preta, dos Anjos aproveitou para desabafar. Os assuntos durante os questionamentos eram mais do momento em si que a equipe atravessa do que do próprio jogo, como normalmente acontece. 

"Vou falar com toda a sinceridade, cheguei à conclusão essa semana. É o trabalho mais difícil que peguei na minha carreira. Peço desculpas às pessoas que estão envolvidas aqui. Eu estou vendo um processo de estabilização, não tenho que externar aqui, mas, nesses cinco meses, estou convivendo com um dirigente super atuante na Ponte e tenho visto os absurdos em relação à Ponte", disse.

Outro tópico abordado pelo comandante foi relacionado aos empresários de atletas. Para ele, a forma pela qual os responsáveis atuam prejudica a Macaca, como por exemplo a tentativa de trazer não só o jogador solicitado pela diretoria, mas também mais profissionais a fim de visibilidade.

"Virou moda para colocar um jogador na Ponte ter que trazer três. Essa semana eu indiquei um jogador da primeira divisão e bloqueei o empresário dele, posso mostrar publicamente se for o caso. Ele me ofereceu A, B e C, mas eu queria outro jogador. “Nunca vi isso na minha vida: a moda do empresário no futebol paulista é uma coisa absurda", justificou.

"De empresário eu posso falar o que quiser. Não devo um tostão para empresário, eles não me empregam. Tenho 38 anos de futebol e nunca comi na mão de nenhum. Sou radicalmente contra. O cidadão às vezes acha que trazer o jogador para cá de qualquer jeito ele vai virar o Neymar. Em alguns momentos são até muito burros", finalizou.

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