Mozart conseguiu duas vitórias consecutivas com o Guarani e tirou time do Z-4 pela primeira vez (Thomaz Marostegan)
Mozart Santos completa três meses de trabalho na atual comissão técnica do Guarani. No período, o profissional, que vivencia sua primeira experiência no futebol paulista, utilizou 33 atletas em quatro esquemas táticos na equipe. O treinador tem 45,8% de aproveitamento.
No dia 24 de junho, após derrota para o Londrina no Estádio do Café, a diretoria do Guarani optou pela saída de Marcelo Chamusca após seis jogos com apenas uma vitória. O Bugre ocupava a vice-lanterna da Série B e decidiu por um processo de reestruturação com as chegadas de Mozart Santos e Rodrigo Pastana – que ocuparia a cadeira deixada por Michel Alves como superintendente de futebol.
Por conta da documentação, Mozart ficou no banco de reservas do Guarani pela primeira vez apenas uma semana depois, enquanto Ben-Hur Moreira executou o processo de transição. Sua estreia ocorreu diante do CRB, no Rei Pelé, contra Daniel Paulista, responsável pela montagem do elenco alviverde no início da Série B.
A primeira formação utilizada foi o 4-3-3, substituindo o 3-5-2 de Chamusca. Com um tripé no meio-campo formado com a presença de três volantes, a ideia era dar liberdade para Giovanni Augusto se movimentar no ataque e atrair a atenção dos adversários. O esquema com falso nove só seria substituído por uma nova variação do 4-3-3 depois com a chegada de mais opções de área como Yuri Tanque e Jenison.
Mozart também testou duas novas formações: 4-4-2 com a presença de Isaque ao lado de Giovanni Augusto no meio-campo, alimentando os dois jogadores de frente. O 4-2-3-1 também chegou a ser testado no Bugre. No período que Diogo Mateus esteve entregue ao departamento médico, o argentino Alvariño executou a função de lateral e zagueiro, como explicou o técnico após a vitória contra o Tombense na 26ª rodada.
“Optei por utilizar o Isaque com o Giovanni Augusto e acabou que deu muito certo por conta das infiltrações do Jamerson na lateral. Eles combinaram muito bem naquele setor. Fizemos uma saída de três segurando o Ivan, que era um lateral para marcar e virar zagueiro. Foi bem sólido. Nós fizemos um gol, criamos uma chance importante com Yuri e concedemos pouco ao adversário. Mas ainda é cedo para cravar que vou manter esse sistema”, analisou Mozart.
Na última rodada, na vitória contra o Novorizontino, o meia Giovanni Augusto não participou da partida. E, por este motivo, o volante Richard Ríos ganhou nova oportunidade como titular ao lado de Rodrigo Andrade e Leandro Vilela, além da presença de Isaque que tinha mais liberdade para se aproximar do ataque e participou dos dois gols: primeiro recebeu assistência de Yuri, depois serviu o camisa 9.
“Sem o Giovanni, muda um pouco a maneira de jogar. Ele fica um pouco mais solto para tentar dar superioridade nos espaços de campo. Por conta da relação que ele tem com a bola, a gente tenta exaltar o que ele tem de melhor. Sem ele, tentei deixar o Richard Ríos mais posicionado para a gente ter um jogador a mais na última linha”, completa Mozart.
Números
Quando assumiu a equipe, Mozart pegou o Guarani com 18 gols sofridos em 15 jogos e com a missão principalmente de equilibrar o sistema defensivo aéreo. O Bugre agora soma 32 gols sofridos em 31 jogos. Ou seja: 14 em 16 jogos com Mozart. O treinador ainda tenta encaixar uma melhor sequência positiva para a defesa.
Desde a chegada da nova comissão técnica, o Guarani passou de pior ataque para 14º sistema ofensivo mais produtivo na Série B. Dos 25 gols marcados pelo Alviverde na competição foram 16 com Mozart.
Reabilitação
Após passar 23 rodadas e quatro meses na zona de rebaixamento, o Guarani finalmente conseguiu respirar na competição e agora ocupa a 16ª colocação com três pontos de vantagem sobre o CSA.