COMEMORAÇÃO

Há 118 anos nascia a 'Nega Véia'

Fundada em frente à casa de número 1, na Rua da Abolição, Ponte Preta faz aniversário hoje

Paulo Santana
10/08/2018 às 21:06.
Atualizado em 23/04/2022 às 04:30
O tradicional Moisés Lucarelli erguido com o suor dos torcedores e hoje com capacidade para 19 mil pessoas: após quatro anos de trabalho, o Majestoso foi inaugurado em 1948 (Cedoc/RAC)

O tradicional Moisés Lucarelli erguido com o suor dos torcedores e hoje com capacidade para 19 mil pessoas: após quatro anos de trabalho, o Majestoso foi inaugurado em 1948 (Cedoc/RAC)

Há exatos 118 anos, sob o signo da raça, nascia um time de futebol em frente à casa de número 1, na Rua da Abolição. Ganhava o nome de Associação Atlética Ponte Preta, inspirado no pequeno bairro que surgia ao lado dos trilhos da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, que ligava Campinas a Jundiaí. Tudo começou de forma tímida. Jovens alunos do Colégio Culto à Ciência limparam um terreno baldio que ficava ao lado de uma ponte de madeira pintada com alcatrão, levantaram traves feitas de bambu e colocaram a bola para rolar. Davam os primeiros passos para a criação de uma das mais tradicionais agremiações esportivas do Brasil. A primeira década de existência da Macaca foi marcada pela obscuridade, falta de incentivo e pouco espaço no cenário esportivo local. "Enquanto o futebol ganhava impulso em São Paulo, em Campinas parecia desmotivado", cita Sérgio Rossi, historiador morto em 17 de setembro de 2013, na coletânea História da Associação Atlética Ponte Preta. Na década seguinte, a Macaca chegou a vivenciar um período de crescimento, chegou a comprar o estádio que ficava na Avenida Julio de Mesquita, mas acabou sofrendo com crises financeira e entrou em declínio. Nos anos 1930, foi uma das fundadoras da Liga Campineira de Futebol e viveu seu primeiro auge com o título invicto da cidade em 1940. Sob a presidência de Francisco Ursaia, que deu seu nome à praça que fica em frente ao Majestoso, em meados dos anos 1940, começou a construção de sua casa. Nessa época, começava a se destacar o empresário Moisés Lucarelli, com amor, garra, força e dedicação integral ao time alvinevro. Foram quatro anos de trabalho até inaugurar o primeiro e único estádio do mundo erguido com o suor de seus próprios torcedores. O Moisés Lucarelli, que hoje tem capacidade para 19 mil torcedores, foi inaugurado em setembro de 1948. Os anos 1950 chegaram com a primeira participação da Macaca na divisão de elite do Campeonato Paulista (1951). O time terminou em sexto no torneio que tinha 13 participantes. Nada mal para um estreante. Os anos 1960 começaram com a decepção pelo rebaixamento para a Segundona. Foi mais uma década de sofrimento até a redenção em 1969. Junto com o título da Divisão de Acesso, veio a revelação de um time formado por atletas que marcariam para sempre sua história. Nelsinho, Teodoro, Santinho, Dicá, entre muitos outros, ainda brigaram pelo título da "Primeirona" no ano seguinte. A década seguinte seria a mais brilhante do clube campineiro. Os vice-campeonatos paulista de 1977 e 1979 e a construção de sua unidade poliesportiva no Jardim Eulina foram momentos marcantes. Assim como a morte de seu maior benfeitor, Moisés Lucarelli, em março de 1978. A década de 1980 começou com o bicampeonato da Copa São Paulo de Juniores, mas acabou manchada pelas sucessivas crises financeiras e decepções dentro de campo. Os anos 1990 só não foram piores porque, a partir da metade, surgia o empresário Sergio Carnielli com vontade e dinheiro suficientes para tirar o clube do buraco. De bom, ficou a história vitoriosa do basquete bicampeão mundial com Paula e Hortência no comando. Renovado, o clube ainda teve fôlego para conquistar o acesso para o Brasileirão em 1997 e para a Série A1 do Paulista em 1999. Começava uma nova fase promissora da Macaca campineira. Os anos 2000 foram de sucesso. O time chegou na semifinal da Copa do Brasil (2001), fez boas campanhas nas elites do Paulista e Brasileiro e se consolidava como a quinta força do futebol de São Paulo. A última década Na última década, o clube alternou bons e maus momentos, mas nunca mais voltou a viver crises tão intensas como as de outros tempos. Pelo contrário, a Macaca tem se mostrado cada dia mais forte, estruturada e pronta para viver novos saltos no mundo da bola.

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