Guarani sugere mudança de protocolo

Um dia depois do Guarani ter entrado em campo para disputar uma partida tendo apenas 13 jogadores à disposição por conta de um surto de Covid-19, o presidente Ricardo Moisés convocou uma entrevista coletiva para falar da situação. O mandatário tratou como equivocada a decisão da CBF de permitir que o jogo fosse realizado em tais circunstâncias, disse que o clube tentou o adiamento do duelo com o Cuiabá e pediu uma reavaliação do protocolo para que isso não aconteça novamente.

O Guarani foi ao Mato Grosso já desfalcado de 11 atletas que já haviam testado positivo e, no dia da partida, teve a confirmação de mais seis casos. Como 18 jogadores estavam relacionados, apenas 12 ficaram aptos. O Bugre solicitou que a CBF adiasse o jogo para o dia 27, mas não foi atendido. Dessa forma, teve que providenciar o deslocamento do volante Lucas Abreu para que tivesse 13 atletas à disposição, que é o mínimo necessário para a realização do jogo.

"O Guarani sabia que o elenco não tinha condições de apresentar um futebol adequado em uma reta final. Vários atletas retornando de Covid e sem condições físicas adequadas. Por isso a gente pediu o adiamento do jogo, explicamos, justificamos, mas não obtivemos êxito nessa solicitação. Então por isso que o jogo foi realizado. Não era vontade do Guarani, mas infelizmente a gente não teve êxito no nosso pleito", disse. "Acredito que houve um equívoco e que se fosse reanalisado, seria adiado para o dia 27 conforme a solicitação do Guarani".

O que chama bastante atenção é a explosão de casos dentro do elenco. Se durante a Série B haviam sido registrados apenas situações pontuais, desde o dia 31 de dezembro são 22 atletas infectados. Questionado se o clube tem ideia do que pode ter originado o surto, o presidente falou sobre a viagem para o último jogo em 2020, quando o time enfrentou o Sampaio Corrêa.

"Alguns atletas partiram direto de São Luís para as suas residências em outros estados, e a gente acredita que, a partir daí, começou o surto de Covid no Guarani. Eles retornaram, fizeram a reapresentação no dia 26, trabalhando para o jogo no dia 2, e o exame foi realizado no dia 30, onde a gente teve os primeiros casos de Covid aqui dentro".

Moisés também pediu uma revisão do protocolo elaborado pela CBF. "A gente tem ciência de que um atleta com 10 dias não está apto a jogar. Ele pode não transmitir mais o vírus, mas ele não está apto para uma competição, para um jogo oficial. Então acho que os clubes têm que sentar junto com a CBF e debater novamente esse modelo que foi pactuado".