Guarani é o time que mais finaliza em direção ao gol dos adversários, mas também o mais improdutivo (Thomaz Marostegan/Guarani FC)
“Quanto mais próximo do gol você está, mais chances tem para marcar”. A máxima no futebol, muito utilizada por Vanderlei Luxemburgo, não tem funcionado para o Guarani na Série B do Campeonato Brasileiro. Muito da situação da equipe, ainda na zona de rebaixamento, passa pelo desempenho ofensivo apresentado após 20 rodadas. Mudar esse panorama, a partir do jogo contra o Sport, amanhã, é prioridade da comissão técnica.
De acordo com os números do Footstats, o Guarani permanece como time que mais vezes acertou o gol adversário: 105 finalizações em 20 jogos. Média de cinco finalizações certas por partida - números melhores do que Cruzeiro (96 finalizações) e Grêmio (95), os dois melhores times do campeonato. Mas não há mérito apenas do goleiro adversário, responsável por defesas importantes, nem mesmo falta de sorte com bolas na trave ou no travessão. O Bugre finalizou 150 vezes para fora. Com isso, a pontaria precisa ser calibrada.
Mesmo assim, o Alviverde está entre os times com mais volume ofensivo, mas ainda sem converter as oportunidades em bola na rede. Ao lado do lanterna Vila Nova, com 12 gols cada, o Guarani é dono do pior ataque da Série B. Dos 20 jogos realizados desde o início do Brasileirão, o Guarani passou nove em branco, sendo cinco empates e quatro derrotas.
“O primeiro ponto para o momento negativo do ataque é a qualidade técnica dos jogadores, que foram mal escolhidos. O Guarani não tem um meia articulador e a bola não chega como deveria. Mas quando chega, falta tranquilidade e precisão porque são jogadores que não têm histórico goleador”, explica o comentarista Beto Quinalha, da Rádio Central de Campinas.
Dos 12 gols marcados pela equipe alviverde foram apenas dois por atacantes: Bruno José contra o Náutico e Lucão do Break diante do Vila Nova. Nos últimos 10 jogos foram seis gols marcados, mas nenhum por jogadores da linha ofensiva: Matheus Pereira, Ludke, Diogo Mateus, Leandro Vilela e Silas.
“O Guarani apostou em jogadores que não marcam gols. Nicolas Careca, Maxwell, Yago e outros. Até mesmo Bruno José que chegou para ser o cara e tem apenas um gol. É muito pouco para quem precisa ser decisivo. O momento da equipe exige um crescimento no ataque, mas a pressão existe e o gol fica pequeno justamente por conta da falta de tranquilidade e qualidade”, completa Quinalha.
Jejum
Responsável por sete gols do Bugre em 2021, Lucão do Break começou a temporada em alta e gerou expectativa de muitos gols nas competições. Mas após um razoável Campeonato Paulista, caiu de rendimento e os números estagnaram. São 31 jogos com cinco gols marcados e duas assistências. Mesmo assim, o atleta de 30 anos é o mais produtivo entre os atacantes.
Vamos ao trio titular de Mozart Santos; Nicolas Careca, Bruno José e Júlio César. O primeiro, escolhido para ser o jogador de referência, completou 18 jogos pelo Bugre, mas ainda não balançou as redes. No ano passado, vestindo as cores do CRB, Careca marcou apenas quatro gols em 26 jogos disputados. Ele não balança as redes desde o dia 18 de novembro no duelo entre CRB e Moto Club na Copa do Nordeste.
Júlio César também não marcou após 28 jogos disputados. O último gol dele foi diante do Avaí, dia 13 de novembro, na reta final da Série B de 2021. Já Bruno José, após 18 jogos no Guarani, marcou apenas um gol, na partida contra o Náutico, na quinta rodada da Série B.
Com os reservas Lucas Venuto, Maxwell, Yago e Marcinho também em baixa, a diretoria segue em busca de um goleador no mercado e espera pela volta de Giovanni Augusto, lesionado. Ele marcou seis gols em 29 jogos e deu quatro assistências. No entanto, Giovanni ainda não deve estar apto para o duelo contra o Sport, em Recife.
