Mesmo diante de um quadro não animador, elenco do Guarani segue confiante na reabilitação do time (Thomaz Marostegan/Guarani FC)
O torcedor do Guarani tenta confiar na mudança de cenário do clube na Série B. Mas claro que a perspectiva não é animadora a partir do momento que o clube passou quase três meses na zona de rebaixamento da competição. Desde o confronto contra o Náutico, no dia 3 de maio, o Alviverde foi um dos integrantes do Z-4. A partida, válida pela quinta rodada, marcou a saída de Daniel Paulista do comando do clube.
A situação não vai mudar antes da partida contra o Grêmio, na próxima sexta-feira, no Brinco de Ouro. E, por isso, serão mais de 90 dias como integrante da zona de rebaixamento. O Bugre chegou a sair da degola momentaneamente na sexta rodada após o dérbi contra a Ponte Preta, mas acabou ultrapassado pelos concorrentes.
Quase um turno depois – são 16 dos 21 jogos entre os quatro últimos colocados -, o Guarani trabalha com uma agenda difícil no mês de agosto, mas que pode ser fundamental na retomada da confiança do elenco para a sequência da competição. Serão seis confrontos a partir do próximo mês: Grêmio (em casa), Criciúma (fora), Náutico (em casa), Ponte Preta (fora), Tombense (em casa) e Vasco da Gama (fora).
Dois destes rivais estão na briga pelo acesso: o Vasco é o vice-líder com 38 pontos, enquanto o Grêmio está na cola, com 37 na terceira posição. Já Criciúma e Tombense estão em campanha surpreendente na Série B e integram o top-10 do campeonato. Dos concorrentes diretos na briga contra o rebaixamento estão dois adversários: o Bugre recebe o Náutico no Brinco de Ouro, mas tem um dérbi no Moisés Lucarelli, diante da Ponte Preta.
“Não podemos mais adiar a nossa reação. Sabemos que o Grêmio é um adversário difícil e que está na briga pelas primeiras posições. Mas precisamos criar nossos resultados e vamos criar uma atmosfera para isso”, analisa Mozart sobre o duelo de sexta-feira contra o Tricolor Gaúcho.
Desde a chegada de Mozart Santos, o Guarani disputou seis jogos: venceu o Cruzeiro, empatou contra CRB, Chapecoense e Brusque, além das derrotas para Bahia e Sport. A equipe ainda teve quatro chances de sair da zona de rebaixamento nas últimas rodadas, mas não conseguiu vencer e permaneceu entre os últimos da competição.
“O Guarani tem sofrido com oscilações antes da minha chegada. Se você não tem regularidade, você não consegue ser competitivo. A nossa mudança de mentalidade precisa passar também por uma transformação da nossa postura. Precisamos de mais regularidade, agressividade e vamos tirar o time dessa situação”, completou o treinador bugrino.
A campanha do Bugre na Série B apresenta míseros 30% de aproveitamento. São 21 jogos, 3 vitórias, 10 empates, 8 derrotas e 19 pontos somados. A equipe marcou 13 gols (segundo pior ataque da competição) e 24 gols sofridos. Para alcançar os 45 pontos, o aproveitamento nos últimos 17 jogos precisa, no mínimo, chegar aos 52%.
Histórico
Desde o retorno do Bugre à segunda divisão em 2017, pelo menos dois dos integrantes do Z-4 na 21ª rodada caíram ao término da competição: ABC e Náutico (2017), Boa Esporte e Sampaio Corrêa (2018), Vila Nova e São Bento (2019), Botafogo-SP, Oeste e Figueirense (2020), Brasil de Pelotas, Confiança e Vitória (2021) não conseguiram a recuperação nas 17 rodadas finais.
A própria campanha do Guarani em 2019 serve como inspiração para o atual elenco. A equipe entrou na zona de rebaixamento na sexta rodada após derrota para o Brasil de Pelotas, virou o turno como lanterna com 16 pontos e 23ª rodada após derrotar o Paraná por 1 a 0.
Mesmo passando 17 rodadas na zona de rebaixamento, sendo boa parte como lanterna, o Bugre conseguiu êxito em sua campanha de reabilitação sob comando de Thiago Carpini e terminou a competição em 13º com 44 pontos somados após 38 rodadas. Aproveitamento de 38%.
Contratações
O departamento de futebol do Guarani encaminhou a chegada de mais dois jogadores para a sequência da Série B: Luisinho e Yuri Jonathan.
Revelado pelo Paraná, onde ficou por anos, Luisinho passou por Bragantino, Atlético-GO, Santa Cruz e Bahia. Foi negociado em 2016 para o Al-Faisaly, onde iniciou sua trajetória na Arábia Saudita. Nas duas últimas temporadas atuou por Al-Wehda.
Já o centroavante Yuri Jonathan, atualmente com 24 anos, foi revelado pela Ponte Preta e se destacou nesta temporada vestindo a camisa do Capivariano, onde marcou 10 gols.