Após série negativa e queda na tabela, time luta contra o tempo para superar adversidades
Guarani desperdiçou no Brinco de Ouro uma grande oportunidade de arrancar na Série B do Campeonato Brasileiro (Thomaz Marostegan/Guarani FC)
O Guarani inicia a semana em busca de um recomeço nesta reta final de Série B do Campeonato Brasileiro. O discurso da comissão técnica e diretoria é de que o time tem condições de voltar a apresentar o mesmo desempenho que o levou a ser postulante ao acesso. Essa busca chega após a equipe desandar nas últimas rodadas. A derrota para o Botafogo-SP em casa na sexta-feira deixou o Guarani mais distante do G4 a quatro rodadas do fim e o clima pesado entre os torcedores. Já são quatro partidas seguidas sem vitória, as três últimas sem marcar gol.
O momento, que é o pior da equipe sob o comando do técnico Umberto Louzer, levou o superintendente de futebol do clube, Lucas Drubscky, a se manifestar na sexta-feira à noite, após o tropeço diante do Botafogo. O discurso foi na tentativa de passar confiança ao grupo e ao torcedor e enfatizar a condição do time em voltar a exibir a performance de antes.
“Quero atestar a capacidade da comissão técnica e dos atletas e destacar que o assunto no vestiário é o de não baixar a cabeça. Enquanto houver possibilidade de acesso, não iremos jogar a toalha, pelo contrário. A nossa missão é trabalhar ainda mais em busca desse sonho. Se existe essa cobrança hoje é porque nós a criamos em função do desempenho desse grupo. E se nós mostramos performance, significa que podemos fazer de novo.”
Louzer reiterou a posição do dirigente. “Nós criamos essa expectativa de volta à Série A e, com isso, a responsabilidade aumenta. Esse grupo já deu respostas outras vezes e tem condições de dar novamente.” Para o treinador, o momento exige reflexão. “É hora de olharmos no espelho. Nenhum atleta tem o direito de baixar a cabeça.”
A sequência negativa do time revela um desgaste físico e mental dos jogadores nesse fim de temporada. A equipe tem demonstrado nervosismo nas partidas e sofrido com lesões e expulsões. O contexto representa um desafio para a comissão técnica nesse período inferior a um mês até o encerramento do campeonato.
Para Louzer, o elenco tem maturidade para suportar as cobranças. “Esses atletas são expostos à pressão desde o início da carreira, isso faz parte do histórico do jogador de futebol”, afirma, ressaltando ainda que a parte psicológica é trabalhada com frequência na rotina do clube. “E continuaremos a trabalhar, pois é uma questão fundamental. Sabemos que o atleta é potencializado física, técnica e taticamente quando a cabeça está boa”, aponta.
A busca por alternativas dentro de campo em função de desfalques por lesões é outra preocupação. Primeiro foi o atacante Bruno José que precisou ser poupado, depois o meia Bruninho e agora Wálber é a baixa. O zagueiro, aliás, se machucou após entrar na zaga contra o Botafogo para suprir a ausência de Lucão, que foi expulso no primeiro tempo.
A arbitragem e a sequência de cartões vermelhos recebidos pelo time também foram alvos de comentário de Louzer ainda na entrevista pós-jogo, na sexta. Antes de Lucão, Matheus Bueno também foi expulso na partida contra o Vitória, em Salvador, há três rodadas. “Não é choro de perdedor, mas percebemos que a convicção em marcar algo contra o Guarani é mais contundente”, observou o comandante.
Para o jogo contra o Londrina, sextafeira, às 21h30, no Paraná, já é certo que Louzer terá de mexer bastante no setor de defesa. O goleiro Pegorari (terceiro cartão amarelo) e o zagueiro Lucão cumprem suspensão. No gol, o substituto natural é Douglas Borges. Wálber, que seria a opção para compor a zaga, está lesionado. Já Bruninho, desfalque contra o Botafogo, será reavaliado.
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