Com apenas 23 anos, ela já é coach certificada pela Federação Equestre Internacional (FEI) no Nível 2
Revelação do hipismo nacional, a amazona Giovana Pellicano decidiu trocar a vida de atleta pela carreira de treinadora de cavalos de alto rendimento. Mesmo nova, com apenas 23 anos, ela já é coach certificada pela Federação Equestre Internacional (FEI) no Nível 2 (para provas com obstáculos de 1,20m a 1,30m), feito que apenas 17 brasileiros ostentam. Natural de Campinas (SP), Giovana descobriu sua paixão pelos cavalos logo cedo, quando tinha 6 anos. “Meus pais me achavam muito elétrica e queriam que eu fizesse um esporte para gastar energia. Desde então me apaixonei pelo hipismo”, lembra. O amor pelo esporte logo se traduziu em resultados e, em 2011, quando competia pela categoria Pré-Juniores, ela ganhou o conceituado Prêmio Hipismo Brasil, da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), que contabilizou a pontuação de todos os atletas nas competições – naquele ano, Giovana havia saltado em 14 campeonatos nacionais e em 11 deles ficou pelo menos entre os quatro primeiros. A amazona também representou o Brasil em dois Sul-Americanos na Colômbia e em dois torneios internacionais na Alemanha, provando sua capacidade de montar nos cavalos e superar os obstáculos em menor tempo que os concorrentes. O hipismo, contudo, é uma das modalidades mais caras de se praticar, por demandar o aluguel de pistas em haras para treinamento e principalmente o cuidado dos cavalos, que têm importância idêntica à dos atletas na rotina de competições. “Eles são seres vivos como nós, e precisam de baias para ficar, tem que pagar um tratador, pagar ração para se alimentarem. É igual cuidar de um filho”, explica. Para seguir na carreira como atleta, Giovana precisaria adquirir cavalos mais preparados, treinados e, consequentemente, mais caros. Foi preciso colocar os pés no chão, e a jovem decidiu aposentar sua égua Matiz do Eldorado e dar uma pausa no esporte para estudar. Se formou em Gastronomia, mas logo decidiu voltar aos centros equestres, só que desta vez, na nova função, de treinadora. E se diz realizada: “Quando voltei ao hipismo, como instrutora, comecei a dar aula em escolinhas de equitação e lembrei da minha infância. E tem sido uma realização muito grande ver os alunos pequenininhos já fazendo o básico, mas bem-feito”, diz. “Sempre fui muito técnica e, mesmo sabendo que estava lidando com crianças muito novas, teria o momento da brincadeira para elas se sentirem seguras com o cavalo, mas também teria o momento de aprender a montar da forma correta para levar esse aprendizado para o futuro”, completa. Giovana conhece bem a história do Brasil no hipismo. O país é detentor de três medalhas olímpicas e em 2019 já foi ouro nos Jogos Pan-Americanos, realizados no Peru, no salto por equipes e também no individual. Com seu histórico promissor na juventude e a experiência adquirida como instrutora, a campineira não esconde seu maior sonho: “Disputar uma Olimpíada é com certeza meu grande objetivo, seja saltando, seja acompanhando algum atleta como treinadora”.