FPF faz lambança e jogo é cancelado

Uma decisão oficializada, ontem à noite, pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro determinou a proibição do confronto entre Ponte Preta x Santos, agendado inicialmente no Estádio São Januário, nesta quinta-feira, às 21h, pela quinta rodada do Campeonato Paulista.

A medida é válida a partir desta quarta-feira, data na qual está vetada a realização de partidas de times de outros estados na capital carioca, cujo sistema de saúde já se encontra em colapso.

A confirmação do confronto havia sido feito no período da tarde após negociação entre Federação Paulista de Futebol (FPF), Governo do Estado de Rio de Janeiro, prefeito Eduardo Paes (DEM) e Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ).

"No momento em que o número de mortes provocadas pela Covid-19 dispara em todo o país, a Prefeitura do Rio emprega todos os meios necessários para conter o coronavírus e proteger vidas. Por isso, será proibida a realização de qualquer partida de futebol entre clubes de outros estados ou competições interestaduais no município, a partir desta quarta-feira", diz trecho da nota.

O assunto ganhou capítulos nos bastidores, desde o início da semana, graças à suspensão dos jogos em São Paulo até o fim de março.

A intenção da FPF em 'forçar' os compromissos envolvendo os grandes clubes da capital, segundo nota divulgada, é minimizar os impactos no calendário das equipes mais afetadas com a pandemia, especialmente as que já têm compromissos de competições nacionais (Copa do Brasil) e continentais (Libertadores).

Desde segunda-feira, mesmo com o Paulista interrompido e uma guerra fora dos gramados entre governo, FPF, clubes e Ministério Público, abriu-se uma força tarefa para transferir partidas ao interior do Rio de Janeiro.

Outros estados também foram consultados pelos representantes paulistas, mas a recusa foi imediata em decorrência das medidas restritivas impostas nos quatro cantos do país.

[INTERTITULO]Segurança

[/INTERTITULO]A Ponte Preta condicionou, antes mesmo do veto da partida, qualquer possibilidade de deslocamento para fora de São Paulo com os resultados dos testes para Covid-19 em mãos.

Após surto que atingiu elenco, comissão técnica, estafe e funcionários nas três última semanas, Macaca reforçou atenção e dobrou a rotina dos exames para reduzir o número de contaminados - no total, já foram 32.

Em nota, o clube também informou que mantém os atletas e integrantes da comissão técnica disponíveis e mobilizados para jogar a qualquer momento.

Nesta semana, os exames mais recentes foram feitos na terça-feira cedo, cujos detalhes ainda não foram divulgados.

Nos anteriores, contudo, não houve nenhum novo caso na Ponte Preta, que tem, no momento, oito atletas e seis integrantes da comissão infectados e isolados, entre eles o técnico Fábio Moreno.

Exemplo

A decisão tem como objetivo evitar que novos jogadores infectados façam parte de ambientes fechados com o restante do plantel, como aconteceu na semana retrasada, em viagem de Campinas para Ribeirão Preto, de ônibus, em uma sexta-feira à tarde.

Na ocasião, o lateral-esquerdo Yuri testou negativo no exame pré-jogo e só foi apresentar sintomas no sábado pela manhã, durante concentração em Ribeirão Preto, horas antes de a Alvinegra enfrentar o Botafogo-SP, no Estádio Santa Cruz - foi a última exibição antes da pausa.

O ala foi afastado imediatamente, voltou a Campinas, entrou em isolamento social, testou positivo para o novo coronavírus e só retornou aos treinamentos presenciais ontem, ainda sem a condição física ideal graças aos dez dias fora do trabalho.

"A gente seguiu a nossa rotina de treinamento normal. Seguimos nos preparando para qualquer cenário. Poderia, do nada, marcar o jogo ou poderia demorar. Estamos esperando as definições, mas temos totais condições de fazer um grande jogo", garantiu o goleiro Ygor Vinhas, em coletiva.

Ao menos até o fechamento desta edição, a Ponte Preta, com quatro pontos em quatro rodadas, não tem data definida para voltar a campo no torneio regional.