'Estilo torcedor' de Brigatti dá certo

Quando João Brigatti assumiu a função de treinador no lugar de Doriva, a Ponte Preta vinha de derrota para o Sampaio Corrêa, por 1 a 0, e flertava com zona de rebaixamento na Série B do Brasileiro. Sob desconfiança de uns e amparado por outros, o então auxiliar vestiu a camisa da Macaca ? como fez praticamente a vida toda ?, arregaçou as mangas e começou a trabalhar. De cara, conseguiu um empate com o Oeste, por 1 a 1, e passou a impor um "estilo torcedor" à beira do campo que vem dando muito certo. Em pouco mais de um mês, o cenário foi se alterando rodada a rodada. Hoje, depois de três vitórias, dois empates e apenas uma derrota, Brigatti acumula 61,1% de aproveitamento (o melhor índice dentre todos os recentes treinadores que passaram pelo clube), e vê a Macaca com mais condições de alcançar o G4. Agora, no jogo que marca a reabertura dos portões do Majestoso, o treinador tem um desafio de peso pela frente. Afinal de contas o adversário de amanhã, às 18h, pela 14ª rodada, é nada mais nada menos que o Fortaleza, líder da competição, que vem a Campinas disposto a jogar um balde de água fria na festa preparada para o reencontro. "Este retorno depois de seis partidas será importantíssimo porque estamos sentindo a falta da nossa torcida, que é vibrante, apaixonada e tem um peso espetacular. O Fortaleza vai passar muita dificuldade para a gente, mas com apoio do nosso torcedor, toda dificuldade ficará menor", garante o treinador. Para ele, o fato de o time estar em boa fase vai contribuir para um clima de paz no Majestoso. "Quando se vem de uma vitória convincente como foi contra o Figueirense, você trabalha mais leve. Isso, porém, não quer dizer que a gente poderá perder o foco. Vamos encarar essa partida, que é extremamente difícil, sabendo que nossa equipe tem condições de vencer", avalia. Mantido como "interino fixo" até quando for necessário e estiver sendo bom para todos, Brigatti revela o segredo para unir o grupo em torno de sua proposta de trabalho. "Tem duas situações importantíssimas que aprendi na vida. No laço familiar, aprendi que devemos sempre falar a verdade. Às vezes, dói num primeiro momento, mas sempre será a verdade. A outra é ser coerente com nossas convicções. Porque, se tem um grupo que é esperto é o de jogador de futebol. Toda hora, ele está 'tirando a febre em cima de você' (testando suas forças). Quando se é coerente e justo, ele percebe e acaba correndo por você. Assim, o ambiente fica mais leve e os resultados surgem", defende.