Escritores ilustres celebram aniversário da Ponte

Ao longo da última década, os jornalistas Stephan Campineiro e André Pécora destacaram-se pela notável atuação ligada à Ponte Preta nos campos literário e audiovisual. O primeiro projeto da dupla saiu do papel - ou melhor, ganhou o papel - há exatamente 10 anos, em agosto de 2010, quando eles lançaram em conjunto o livro "Ponte Preta - A torcida que tem um time", em homenagem ao aniversário dos 110 anos do clube. "Este livro resgata a história em si do surgimento do clube, além dos grandes ídolos, treinadores e jogos históricos. Começamos a escrevê-lo em 2008 e durante o trabalho de pesquisa, percebemos a importância decisiva que a torcida sempre teve desde a fundação, passando por todos os capítulos importantes da história do clube. Quando estávamos para definir o título do livro, chamou bastante atenção uma entrevista da Karina Rodrigues, ex-jogadora de basquete do clube, dizendo que a torcida da Ponte era diferente de todas aquelas que ela conhecia: se normalmente um time tem uma torcida, no caso da Ponte a torcida é que tem um time e o carrega nas costas. Consideramos bastante forte essa declaração, ainda mais vindo de uma personagem não ligada diretamente ao futebol, que na nossa visão conseguiu captar a essência do que representa a Ponte Preta para o seu torcedor, ou seja, essa relação de posse do clube", relata Campineiro. A semente da parceria entre Stephan Campineiro e André Pécora foi plantada ainda dentro da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas. O primeiro formou-se em 2000, curiosamente ano do centenário da Ponte Preta, enquanto o segundo graduou-se em 2001. "Apesar de não sermos da mesma turma, criamos uma identificação bastante forte por conta da paixão pelo clube. Naquela época, a gente já conversava sobre a possibilidade de escrever um livro sobre a história da Ponte no futuro, o que se materializou 10 anos depois", conta Stephan. O livro "Ponte Preta - A torcida que tem um time" está esgotado, mas os jornalistas pretendem publicar uma segunda edição no futuro para saciar o desejo dos torcedores que não possuem um exemplar. Biografia de Dicá Em 2016, a dupla de jornalistas não só repetiu a dose como transportou as páginas para as telas, com o livro e documentário "Mestre Dicá", biografia que conta a história do maior ídolo da Ponte Preta. "Foi uma experiência única, cujo efeito principal foi o de revelar o seu triplo corpo: de homem, de grande jogador e de puro símbolo que ajuda a sustentar a força mística da Ponte. Foi com a presença de Dicá em campo que o torcedor viu tudo o que queria ver e que nem sabia que podia sonhar", diz Pécora. História do estádio Em 2018, Stephan Campineiro embarcou em uma viagem solo e transformou a história de 70 anos do estádio Moisés Lucarelli no livro "Majestoso 70". "Esse projeto nasceu muito pela identificação que o torcedor tem com o estádio, mas também pelo desejo de contar a história do próprio Moisés Lucarelli. Eu percebia que muitos torcedores não sabiam de fato quem era esse personagem e porque ele dava nome ao estádio, alguns achavam que ele tinha sido presidente do clube. Precisei correr contra o tempo porque todos os filhos dele ainda eram vivos na época - a mais velha, Ilza, infelizmente faleceu no ano passado -, então eu tinha que aproveitar essa memória afetiva para resgatar as histórias. O primeiro capítulo conta a história da construção do estádio sob a ótica do personagem Moisés Lucarelli", conta Campineiro, que está em processo de produção de seu quarto livro relacionado à Ponte Preta. Mensagem de aniversário de 120 anos "É uma data marcante da trajetória deste clube do interior que nasceu a partir de uma reunião de amigos que com certeza jamais imaginavam que o clube poderia ganhar um espaço de destaque no cenário nacional e estar vivo e forte 120 anos depois, então é uma data que tem que ser muito comemorada. Que o clube possa estar cada vez mais estruturado para comemorar novos aniversários fortalecido e disputando sempre na frente os campeonatos que estiver participando", deseja Stephan Campineiro, "Nessa trajetória de quase 20 anos pelo jornalismo, tive o privilégio de trabalhar com grandes nomes da imprensa esportiva e durante esse convívio, muito deles me perguntaram: por que esse fanatismo pela Ponte? Costumo responder com um trecho do primeiro livro: 'Eu torço pela Ponte Preta, pois ela é como um membro querido da minha família, uma parte viva dos meus hábitos e do meu cotidiano, cuja ausência me entristece como um vago e incômodo peso no peito'. Em suma, ser pontepretano é um orgulho que carrego. Gosto quando as pessoas nas redações de São Paulo relacionam o meu nome com o do clube, afinal estou junto com a Nega Véia sempre, na derrota ou na vitória. Parabéns, Ponte!", declara-se André Pécora.