Equilíbrio marca início da Série B

O equilíbrio é uma das mais marcantes características das duas principais divisões do Campeonato Brasileiro. Times embolados na classificação e vitórias de times mal posicionados sobre primeiros colocados são raros nas grandes ligas europeias, mas quase rotineiros por aqui. Mesmo com esse perfil, a igualdade de forças na Série B de 2017 chama a atenção, até mesmo para os padrões brasileiros. Apesar de ter somado apenas um ponto nas últimas duas rodadas, o Guarani se manteve na vice-liderança porque seus perseguidores também tropeçaram. Mesmo com a permanência em uma posição invejável, a situação está longe de ser confortável, já que a vantagem dos bugrinos sobre o América-MG (9º colocado) é de apenas três pontos. Só para comparar, na Série B de 2016 o vice-líder Atlético-GO tinha, após nove rodadas, sete pontos a mais do que o 9º colocado Luverdense. “Está muito equilibrado, a gente vê isso. O único mandante que venceu na última rodada foi o América. Isso mostra a dificuldade dos jogos e a tendência é que as coisas piorem. Ainda vai levar mais um tempo pra separar os grupos de quem ficará em cima e quem ficará embaixo”, comentou o meia Fumagalli. Na última rodada, além do Guarani, que empatou no Brinco de Ouro com o Oeste, Internacional e Vila Nova também somaram um ponto em casa. Se tivessem vencido, estariam à frente do Bugre. “O campeonato está muito igual, a diferença é mínima. Vai ser equilibrado até o final”, prevê Fumagalli. Essa diferença mínima se reflete por quase toda a de classificação. Com exceção do lanterna Náutico (único que ainda não venceu e que amanhã visita o Guarani, às 19h), os demais times estão próximos. A vantagem do Goiás (4º colocado) para o Oeste (14º) é de apenas dois pontos. No ano passado, a essa altura do campeonato, a distância entre o 4º e o 14º já era de seis pontos. A proximidade tanto permite que alguém saia rapidamente das últimas posições para o G4, como também expõe os líderes ao risco de uma aproximação repentina da zona de rebaixamento. Consciente disso, Fumagalli mantém o discurso que repete desde o início: “Temos que manter a regularidade, procurar sempre evoluir. O plantel é bom e temos que o quanto antes buscar a pontuação para não cair e depois buscar acesso”. Os clubes trabalham com a marca de 46 pontos para garantir a permanência na divisão. Já para conquistar o acesso, no planejamento do técnico bugrino Osvaldo Alvarez serão necessários 63 pontos.